sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

Arquivos Turma da Mônica N°1.215 - Mônica e o pai da Mônica: HQ "Tudo por uma cuspidinha..."

Capa de 'Mônica Nº 84' (Ed. Globo, 1993)

Em dezembro de 1993, há exatos 30 anos, foi publicada a história "Tudo por uma cuspidinha" em que o pai da Mônica vende a alma para o diabo para conseguir arrumar uma boneca Cuspidinha para a filha no Natal. Com 15 páginas, foi publicada em 'Mônica Nº 84' (Ed. Globo, 1993).

Mônica vê um anúncio na televisão da boneca Cuspidinha que põe água na barriguinha dela e aperta que ela dá uma cuspidinha. Mônica pede a boneca para o pai, Seu Sousa, que diz que vai falar com o Papai Noel e Mônica conta que pensam que ela não sabe que o Papai Noel são os pais.

Dias depois, Dona Luísa lembra o marido de comprar o presente para Mônica para não deixar em cima da hora e Seu Sousa diz que qualquer dia desses vai comprar. Uma semana depois, ele ainda não comprou e diz que não precisa ela comprar porque passa todo dia na cidade e amanhã compra. Só que ele não compra e nem nos outros dias, sempre dando uma desculpa.

Até que chega a véspera de Natal e Seu Sousa sai para comprar a boneca e comenta que a esposa tem desespero a toa, é só uma boneca e a vantagem de ter filha única, basta chegar e comprar um presentinho só. Seu Sousa nota o comércio movimentado, pede a boneca Cuspidinha para o vendedor e tinha acabado.

Seu Sousa vai para outra loja, a vendedora diz que acabou e indica par ir para a loja "Besbla". Ele vai, o vendedor rir por pedir a essa altura, diz que já reservou para a filha há um mês e sugere comprar outra boneca, com os clientes fazendo briga para conseguir alguma qualquer. Seu Sousa diz que a Mônica pediu a Cuspidinha, não se dá por vencido e vai procurar em outras lojas e não encontra.

Seu Sousa apela para telefonar para fábrica da boneca Cuspinha para comprar diretamente com eles, só que falam que acabou o estoque e só depois do Natal. Ele se desespera que a boneca não existe mais, não vai decepcionar a Mônica que fez um pedido simples no Natal. Pensa que vê a boneca em cima da lata de lixo, ele corre para pegar, mas era só um cartaz. 

Quando se contenta em comprar outra boneca para a Mônica, todas as lojas fecham e Seu Sousa se desespera que vai voltar para casa de mãos abanando. Então, surge um homem oferecendo a boneca Cuspidinha, Seu Sousa fica eufórico, diz que faz qualquer coisa para consegui-la. 

O homem dá a condição de assinar um papel, Seu Sousa assina, fica feliz que conseguiu a Cuspidinha e o homem diz que devia prestar atenção ao que ensina porque acabou de vender a alma dele ao Diabo, que é muito fácil conseguir almas nessa época de consumismo desenfreado e avisa que é para Seu Sousa se divertir a boneca e depois volta para buscar o que é dele. Seu Sousa fica arrasado de vender a alma por uma boneca, pelo menos a Mônica vai ficar feliz, no Natal.

Em casa, Dona Luísa fica feliz que encontrou a boneca, estava preocupada que as lojas estavam uma loucura e pergunta onde achou. Seu Sousa desconversa e só quer uma boa noite de sono, mas nem consegue dormir com pesadelos com o Diabo. Na manhã de Natal, Mônica fica contente com a boneca, agradece ao pai e estranha que ele está triste e ele diz que o importante é ela estar feliz.

Dona Luísa comenta que é para o marido mudar o astral para não estragar o Natal da filha, Seu Sousa tenta contar o ocorrido, quando o Diabo bate a porta. Seu Sousa fica desesperado, Dona Luísa pergunta por quanto cobrou pela boneca e o Diabo se revela, dizendo que foi a alma do marido. Ele destrói a Árvore de Natal, Mônica fala que não pode levar o pai assim e o Diabo mostra o contrato assinado e enquanto estiver com a assinatura, é dono dele. Mônica aperta a barriga da Cuspidinha que cospe água em cima do contrato e  apaga a assinatura.

O Diabo fica com ódio que o contrato vale mais nada agora, estragaram o Natal dele e leva a boneca de volta por não receber o pagamento dele e some. Seu Sousa pede desculpas para a Mônica e depois do Natal, ele dá uma Cuspidinha nova, Mônica diz que não precisa, o importante para ela é estarem todos juntos e depois prefere que deem outro brinquedo e conta para os leitores que já estava com nojo daquela boneca.

História legal em que o pai da Mônica deixa para comprar o presente da boneca Cuspidinha da Mônica na véspera de Natal e não encontrava nas lojas, quando o Diabo ofereceu a boneca por troca da alma dele. Assinou sem saber e depois o Diabo foi para casa dele para buscar a alma só que a Mônica faz a boneca cuspir no contrato, fazendo assinatura apagar e anulando a venda da alma do pai. A tinta da caneta do Diabo foi de péssima qualidade para sair com água, absurdos de histórias em quadrinhos que deixavam com muito mais humor, bom para Seu Sousa que se livrou dele.

A boneca era um sucesso entre as meninas e se esgotou fácil, se Seu Sousa tivesse comprado com antecedência, no dia seguinte que a Mônica fez o pedido ou que deixasse a Dona Luísa comprar, não precisava passar por isso. Comprar alguma coisa em véspera de Natal é difícil, fora lojas lotadas, ele devia saber disso também, mas na cabeça dele, pensava que era uma boneca qualquer que encontrava fácil, por isso deixou para comprar em cima da hora. Foi legal ver o desespero dele nas lojas para encontrar a boneca sem sucesso e ao saber que vendeu alma para o Diabo. 

A história ensinou várias coisas como que não devemos deixar nada para depois, temos que fazer as coisas na hora, não ter consumismo desenfreado, que tem que planejamento, organização, que devemos prestar atenção no que assina e que o importante é a família. Na época, eles gostavam de ensinar as coisas através dos erros dos personagens, sem dúvida, os leitores aprendiam mais assim e ainda se divertia. 

Incorreta atualmente, só por ter diabo já não é aceita e ainda Seu Sousa vender alma pra ele, sem chance, traumatizaria muita gente. Também não pode mostrar publicidade infantil na TV para não influenciar crianças a comprar, além da palavra "droga!" dita pelo Diabão.

Outra coisa errada foi Mônica dizer que Papai Noel não existe e que são os pais que entregam os presentes. Hoje, eles colocam sempre que Papai Noel existe para não tirar fantasia das crianças sobre o bom velhinho. Em histórias assim, poderiam alterar que seria presente de aniversário da Mônica para que o pai pudesse dar presente pra ela. Seu Sousa telefonar de orelhão é considerado datado hoje, modificariam para celular no lugar.

Engraçado o duplo sentido de Cuspidinha em dar cuspida, como Seu Sousa pensou quando Mônica anuncia o que quer ganhar no Natal e as paródias das lojas da época como, por exemplo, "Capim" (Mappin) e "Besbla" (Mesbla). Mesmo que história tenha crédito para a Mônica e o pai dela, foi mesmo do Seu Sousa, já que o foco foi com ele. Tiveram muitas histórias de Natal protagonizadas pelos pais dos personagens, principalmente envolvendo presentes, eram boas. 

Os traços ficaram bons, típicos dos anos 1990, teve erro da Dona Luísa não ter padrão de aparecer com ou sem lábios com batom, as vezes aparecia sem lábios do nada. Porém, no terceiro quadro da página 5 do gibi pode-se considerar que não foi erro já que foram dias diferentes cada quadrinho. Eu não gostava quando as mães apareciam sem batom, ficavam bem diferentes, colocavam assim para dar mais humor a elas. Muito bom relembrar essa história marcante há exatos 30 anos.

Créditos - Marcos Alves: https://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2023/12/monica-e-o-pai-da-monica-hq-tudo-por-uma-cuspidinha.html

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