domingo, 31 de outubro de 2021

Arquivos Turma da Mônica N°992 - Chico Bento: HQ "Óleo nos olhos"

Em outubro de 1991, há exatos 30 anos, era lançada a história "Óleo nos olhos", uma fábula com Chico Bento passando dificuldades pra conseguir pegar um papagaio para extrair o óleo das penas dele pra salvar seu pai que ficou cego. Com 15 páginas, foi publicada em 'Chico Bento Nº 124' (Ed. Globo, 1991).

Capa de 'Chico Bento Nº 124' (Ed. Globo, 1991)

Narrador conta que uma família camponesa vivia muito feliz na "Terra de São Nunca" apesar de ser pobre, só que um dia acontece uma desgraça quando o pai carpina a terra da roça: ele fica cego. A esposa fica aflita do que serão deles com o marido cego acamado, chama o médico, que naquele tempo era meio bruxo. 

Ele examina e confirma que ele está cego e a cura desse mal é pingar óleo nos olhos dele, no caso, óleo das penas de um papagaio especial que vive no "País dos Papagaios", lugar a muitas milhas dali na direção do Sol poente. Lá tem vários papagaios, tem que pegar o mais velho, feio, mudo e tristonho. Conta ainda que o lugar é muito bem guardado e o Rei não gosta de perder um só deles.

Chico Bento, o filho do camponês cego, viaja para o "País dos Papagaios". Anda por dias até que encontra o local. Ele olha os papagaios lá, todos falantes e bonitos, até que encontra o feio, tristonho e mudo. Ao tentar sair, é flagrado pelo Rei Guardião, que impede de pegar o papagaio. Chico até explica que é para ajudar o pai que ficou cego e precisava do óleo das penas, aí o Rei dá condição de levar o papagaio se pegar uma gaiola cravejada de brilhantes no "País das Gaiolas" porque no país dele não tem e ele queria uma para tentar arrumar um periquito. 

Então, Chico vai atrás da gaiola para ajudar o pai, anda a noite toda e ao amanhecer encontra o "País das Gaiolas". Ele pega a gaiola de brilhante e também uma enferrujada para transportar o papagaio e é rendido pelo Rei de lá, mandando largar as gaiolas ou vai dar uma paulada na cuca dele. Chico implora que é pra ajudar o pai que estava cego e já tinha ido ao "País dos Papagaios". O Rei interrompe e diz que deixa levar as gaiolas se o Chico pegar uma espada de ouro no "País das Espadas" para ele deixar de defender o seu país com pedaço de pau.

Chico vai até lá e ao tentar pegar uma espada, o Rei rende e manda escolher qual espada ele quer ser degolado. Chico conta a história às pressas e o Rei dá condição de levar espada se pegar um cavalo corcel branco ajaezado de ouro e prata no "País dos Cavalos" para levá-lo a todos os cantos do reino.

Em seguida, Chico vai até o "País dos Cavalos", encontra o cavalo desejado e é rendido pelo Rei de lá. Só que o Chico já começa contando tudo sabendo que ele é o Rei e que pode levar o cavalo se for em troca de alguma coisa. O Rei se ajoelha aos pés do Chico reverenciando que é adivinho e já trouxe o que queria, um chapéu de palha do País dos Chapéus, sendo que era o próprio chapéu que o Chico já usava.

Com isso, Chico vai embora do "País dos Cavalos" com um cavalo branco e um pangaré para uso branco. O Rei das espadas feliz com o cavalo, dá a espada de ouro e uma de latão pro Chico. O Rei das Gaiolas dá as 2 gaiolas do Chico em troca da espada. E o Rei dos papagaios nem liga o Chico levar o papagaio mudo já que tinha uma gaiola de ouro para colocar um periquito.

Chico vai para casa todo equipado para salvar seu pai e ao falar que ia tirar a pena para tirar o óleo dela, o papagaio começa a falar que não é pra tocar nas penas. A mãe fala que não era mudo e era fêmea e é revelado que o papagaio era uma fada, que conta que foi transformada em papagaio por uma bruxa e só voltaria ao normal se fosse tirada do País dos Papagaios.

Chico pergunta como vai salvar o pai, a fada ajuda, só que em vez de fazer mágica, ele só assopra o olho para tirar o cisco. O pai diz que não tinha reparado. Tudo resolvido, a fada agradece e vai embora. Logo depois, a gaiola, o cavalo e a espada que Chico trouxe se tornam valiosos, uma mágica que a fada fez para mostrar gratidão. Assim, a família do Chico deixa de ser pobre e eles tentam decifrar qual é a lição de moral que tiraram e Chico conta que a lição foi "entrou em uma porta e saiu pela outra, quem quiser que conte outra".

Uma história de fábula bem legal e criativa, cheia de reviravoltas com Chico Bento precisar buscar um papagaio para extrair óleo da pena para curar a cegueira do seu pai, só que pra isso precisou ir de país em país para buscar outras coisas para os reis. Um rei mandando pegar outra coisa em outro país em troca do que Chico queria pegar e eles sabiam que teriam dificuldade se fossem lá, pois todos os reis eram tiranos. 

Depois de tanto trabalho que Chico passou, era só um cisco de terra no olho do pai enquanto capinava, mas foi fundamental o médico mago inventar o óleo do papagaio para ter história e ajudar ajudar a fada a deixar de ser papagaio, desfazendo feitiço da bruxa, além de ajudar os reis com seus objetivos e o Chico ainda ganhar os presentes do rei e ficar rico com a magia da fada. Todos saíram ganhando.

Realmente os reis estavam precisando dos objetos, principalmente o do "País das Gaiolas" que rendiam os intrusos com pedaço de pau e uma espada seria bem mais coerente para ele. Interessante os nomes dos países tudo bem diretos com o que só tinha neles, eram como se fossem lojas, se a história se passasse nos tempos atuais. 

O final decifrando lição de moral foi para valer o conhecimento de que toda fábula tem uma lição de moral no final e essa lição dita pelo Chico serviu também como uma homenagem ao "Dia do Contador de Histórias" recém lançado em 1991, comemorado no dia 20 de março, para incentivar contar histórias para crianças. 

Ficou bem diferente Chico Bento envolvido com história de contos de fadas, mas é que na época qualquer personagem podia ter história de fábulas ou eles parodiando fábulas conhecidas, depois a MSP deixou isso apenas para Magali, ficando mais cansativo. Era melhor qualquer personagem ter. De curiosidade, quem costumava ter mais histórias de fábulas era Cascão antes da Magali ter revista e em todos os tempos, Cebolinha é o que menos teve.

Teve a interação com narrador-observador contando a história, muito comum nas de fábulas e sempre legal quando tinha narrador, Deu pra reparar que o caipirês do Chico tem palavras que ficam iguais, como quando ele cantarolou "óio nos óio", a gente percebe que "óleo" e "olhos" ficavam iguais no caipirês dele. Atualmente evitam certas palavras em caipirês que deixam um ar confuso no diálogo como já mudaram "mió" pra "mior" para não confundir "melhor" com "milho" ("mio"). Dessa vez o Chico ficou calçado porque no ambiente de conto de fadas seria mais coerente. 

Os traços muito bons, pena a Dona Cotinha não aparecer com lábios, ficando até um retorno de como era nos primeiros números do Chico Bento na Editora Abril. Ela ficou um bom tempo aparecendo só de lábios e depois  passaram a variar colocando algumas sem lábios. Eu não gostava muito quando as mães dos personagens apareciam sem batom ou lábios, porém dava pra entender que quando não colocavam era pra dar mais humor às histórias.

Incorreta por pai do Chico cego, mesmo que não ficou de fato, mas como dava impressão durante quase toda a história, podia traumatizar as crianças. Fora os reis renderem Chico com espada, machado, querer dar pauladas e violências assim não são mais aceitas hoje.

Nunca foi republicada até hoje. Deveria ser por volta de 2003 quando tinham mais histórias de 1991 do Chico nos almanaques dele, mas acabou não sendo republicada provavelmente pelo tema principal do pai do Chico cego visto que já tinha politicamente correto nos anos 2000. E na Panini muito menos de ser, nem nos vários Almanaques Temáticos de fábulas que fizeram, essa não foi republicada. Então, só quem tem a revista original conhecia. Muito bom relembrar essa história marcante há exatos 30 anos. 

Créditos ;) Marcos Alves: https://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2021/10/chico-bento-hq-oleo-nos-olhos.html

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