quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Arquivos Turma da Mônica N°1.306 - Revista Turma da Mônica Nº 400

A Revista "Turma da Mônica" atinge a marca histórica de 400 edições lançadas no Brasil neste mês de outubro de 2024 e nessa postagem mostro como foi essa edição que está nas bancas.

A Revista "Turma da Mônica" começou sendo chamada de "Revista Parque da Mônica" em janeiro de 1993. Com a inauguração do Parque no Shopping Eldorado de São Paulo naquela data e com mais roteiristas na MSP e consequentemente mais histórias produzidas e aprovadas pelo Mauricio de Sousa, foi criada essa revista, além das outras dos 5 personagens principais, até também como forma de divulgação do Parque. Consistia de uma história de abertura com os personagens no Parque da Mônica e as demais histórias normais que saíam nas outras revistas. Seguiu com esse título até a sua edição "Nº 165", de setembro de 2006, quando terminou o ciclo da Editora Globo. 

Ficou 4 meses fora de circulação e a partir de janeiro de 2007, quando foram para a Editora Panini, foi renomeada para "Turma da Mônica" e tinha uma faixa com subtítulo "Uma aventura no Parque da Mônica", ficando assim até a "Nº 44", de agosto de 2010, quando o Parque fechou. A partir da "Nº 45" do mês seguinte, ficou só "Turma da Mônica" como uma espécie de revista da Mônica com menos páginas e depois passaram a colocar também histórias de abertura do Cebolinha, do Cascão e da Magali, ficando assim até a segunda série da Panini (2015-2021). 

Atualmente, nesta terceira série da Panini, iniciada em março de 2021, estão focando colocar mais histórias de secundários da turma do Limoeiro, como Milena, Denise, Xaveco, Marina, André, etc, sendo quase todas as histórias de abertura são da Milena, e com menos presença possível de Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali, tanto nas de abertura quanto as de miolo, e também menos personagens secundários de outros núcleos como Penadinho, Tina, Astronauta, etc, nas de miolo. Então, como junta com a época do Parque da Mônica, a Revista Turma da Mônica, juntando todas as séries das editoras Globo e Panini, essa edição "Nº 65" da 3ª série da Panini é a verdadeira "Nº 400", levando 31 anos para atingir essa marca. É o último título de convencionais da MSP a alcançar essa marca, depois de Cascão, Chico Bento, Mônica, Cebolinha e Magali.

Verdadeira Turma da Mônica Nº 100 Até N° 400 [PMN #100 (G-2001), TM #35 (P-2009), #35 (P-2017), #65 (P-2024)]

Agora falando sobre essa edição, segue o estilo padrão que vem sendo este ano, quinzenal com 52 páginas, formato canoa, 8 páginas de passatempos e 1 página de seção de correspondências e custando RS 6,90. Tirando capas, contracapas, propagandas, passatempos e seção de correspondências, fica 35 páginas com histórias. Capa com alusão à marca histórica e um selo dourado das 400 edições e continua com contracapa sendo extensão da capa no lugar de uma propaganda  e colocando preços, códigos de barras, QR Code, selos, etc, tudo na contracapa. Em relação à distribuição, chegou aqui dia 9 de outubro. 

Foram 11 histórias no total, incluindo a tirinha final. A história de abertura comemorativa se chama "400: uma edição bombástica", escrita por Edson Itaborahy e com 12 páginas, em que na comemoração da revista "Turma da Mônica Nº 400", a Denise expulsa a Mônica e outros personagens da história por estarem ultrapassados, que quem tem conteúdo atualmente são personagens influenciadores e que ensinam como a Denise, a Milena e com alguma deficiência como o Luca, Dorinha, etc. Ficou um recado que Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali não estão com nada, sem identificação para os novos leitores e quem compra os gibis são por causa da Milena, Denise e afins e ninguém quer saber dos personagens clássicos. 

Bem ou mal retrataram uma realidade atual porque o público de hoje não gosta dos personagens incorretos com os bons costumes e são cancelados. Ninguém liga para menina invocada que bate em todo mundo, menino que troca letras, menino que não toma banho, menina comilona. Os bons são os que mostram representatividade, o público se interessa com os personagens que se identificam com eles na vida real, querem se ver nas histórias através dos personagens e não querem ver conflitos, absurdos, dar risadas e muito menos ver cenas politicamente incorretas.

Nesta história achei a Mônica muito amena, sem lutar por ter sido cancelada pelos leitores, sem discutir e brigar com a Denise e indo de boa para a sarjeta dos quadrinhos, mas como a Mônica está mudada do que era antigamente, então segue o padrão que ela se encontra atualmente. A história teve participação do Mauricio de Sousa, traços estranhos e, apesar de ter um carrossel na capa da revista, não teve nem citação ao "Parque da Mônica", que por 17 anos e 209 edições foram o tema desta revista. Bola fora.

O resto do gibi foram histórias curtas com vários personagens secundários. Desde que os gibis passaram a ser quinzenais, eles estão padronizando as quantidades de páginas nas histórias. Agora costuma ser fixo de histórias de abertura com 12 páginas, quando muito com até 15 páginas e as demais histórias bem curtas entre 1 a 4 páginas, raramente mais que isso. Então, essa edição seguiu esse estilo com muitas histórias entre 1 a 4 páginas, por isso ter 11 histórias no total.

Após a de abertura, Denise tem outra história solo, "Carregador", com 4 páginas, em que ela precisa carregar seu celular e esquece que tinha emprestado para a Mônica e carregador vai passando de mão e mão de cada personagem. Mostra o uso de tecnologia nas histórias que está sendo muito presente, com personagens mexendo com celular, internet, redes sociais, para atrair atenção das crianças de hoje. E chato de personagens irem para histórias de outros personagens de núcleos diferentes através de lápis mágico da Marina, antigamente eles iam para outra história de boa, sem dar satisfação, só pelos absurdos dos quadrinhos, e agora tem que ser sempre com lápis mágico. Cansativo.

Em seguida vem "Tutti-Frutti", com 2 páginas  em que o Binho, irmão da Milena, quer comer tutti-frutti. História para ensinar para as crianças pequenas o que se trata embalagens de produtos que tem sabor tutti-frutti e tirar as dúvidas e ainda mensagem de reflorestamento no final. Bem fraquinha, já para o povo do politicamente correto é um tipo de história perfeita.

Depois vem Anjinho com a história muda "Nuvem rebelde", de 3 páginas, bem bobinha, em que ele tem que lidar com uma nuvem de chuva enquanto dormia. Depois dos passatempos, tem Luca com "Trocando teclas", de 2 páginas, em que o Luca troca os comandos dos botões da cadeira de rodas que o Franjinha projetou. Após, "Mágica de desaparecer", de 1 página, em que o Nimbus faz mágica para desaparecer as comidas na mesa. Agora todas as histórias têm que ter título obrigatoriamente, até as de 1 página.

Em "Lembra do "N-Sim"?", de 3 páginas, Tina faz a Pipa lembrar do grupo "N-Sim" e Pipa diz que era fã e ainda tem tudo guardado do grupo até hoje como páginas de fotos e recortes, pôsteres, etc. A paródia foi do grupo de boy band 'N Sync. Dessa vez até colocaram uma variação da palavra "louco" que vem proibindo, pelo visto variações permitem. Tina mexendo em laptop para mostrar cotidiano com tecnologia. Foi a única história dessa revista que consegui rir pelo final, que de fato foi engraçada e teve uma piada final digna. 

Em "Opostos", de 1 página, uma conversa de Dona Morte e Dona Cegonha sobre opostos de suas preferências. Em seguida vem "O panda", com 2 páginas, em que a Maria Cebolinha tenta explicar sobre a vida do urso panda na selva para a mãe, Dona Cebola. Todas as informações bem didáticas e até absurdo de como uma criança de 2 anos ter todo esse conhecimento de mundo animal. Agora histórias da Maria Cebolinha com seu urso panda de pelúcia que cria vida e fala só na frente dela, historinhas para agradar as crianças bem pequenas. 

A revista termina com "Um lindo desenho", de 4 páginas, em que a Tati vê a Marina desenhando e quer desenhar também. História para ensinar e mostrar visão de mundo de quem tem síndrome de down e dar representatividade. Pena que o roteirista Robson Lacerda já teve tantas histórias clássicas divertidas e agora tem que ficar restrito a histórias educativas assim.

Teve tirinha final com Do Contra querendo dar susto no Cebolinha. E no expediente final, confirma que é a edição "Nº 400", com contagem desde que a revista se chamava "Parque da Mônica" e continuam colocando que é uma revista mensal sem terem atualizado para quinzenal. 

Então, a revista seguiu os padrões atuais de ser cartilha educativa, ensinar coisas e dar lições de moral e representatividade, pouco humor, sem conflitos e traços digitais feios agradando em cheio a quem é a favor do politicamente correto e teve uma história comemorativa de 400 revistas de "Turma da Mônica" que dava para ser melhor e mais desenvolvida, mas pelo menos a marca histórica não passou em branco. Vale se quer ter edição especial de "Nº 400" na coleção. Fica a dica. As outras revistas "Nº 65" da primeira quinzena de outubro não comprei, portanto, não tem review delas aqui. 

Créditos - Marcos Alves:  
https://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2024/10/revista-turma-da-monica-n-400.html

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