domingo, 4 de maio de 2025

Arquivos Turma da Mônica N°1.364 - HQ "Mamãe Magali"

Capa de 'Magali Nº 153' (Ed. Globo, 1995)

Em abril de 1995, há exatos 30 anos, era publicada a história "Mamãe Magali" em que ela vira mãe do Dudu após ele dizer que foi abandonado pela sua própria mãe. Com 9 páginas, foi história de abertura de 'Magali Nº 153' (Ed. Globo, 1995).

Magali brinca de casinha com a sua boneca, quando aparece o Dudu chorando. Ele conta que a mãe dele foi embora para sempre e o deixou sozinho e ainda diz que deixou uma mensagem de adeus, que não quer mais vê-lo como filho e é para se virar. Magali diz que Dudu não sabe ler e ele fala que ela deixou no gravador.

Magali lamenta a situação do Dudu, o abraça, dizendo que deve doer muito e ele diz que sim por causa do abraço muito apertado e se ela o soltar, vai passar. Dudu diz que vai procurar outra mãe, vê Magali cuidando da boneca e acha que a Magali daria uma ótima mãe. Ela acha que é muito nova e ainda teria que sustentá-lo, dar comida todos os dias, não gostando da parte da comida. Dudu fala que não é problema porque ele não gosta de comer e Magali o abraça com satisfação dizendo que é filhinho dela.

Magali continua a brincadeira, agora com a boneca e o Dudu como filhos dela e depois coloca o Dudu no carrinho de bonecas, diz que filho dela não bate perna e agora tem que chamá-la de "mamãe". Quinzinho aparece e pergunta o que Dudu está fazendo dentro do carrinho de bonecas, Magali diz que é filho dela, que o adotou. Quinzinho fala que não sabe se vai querer casar com alguém que já tem filhos e precisa pensar a respeito.

Magali reclama com Dudu dos sacrifícios que faz por ele e o leva para a casa da avó, que é casa da Dona Lili e dela. Magali apresenta o neto Dudu para a mãe dela, Dona Lili acha que é brincadeira e Magali conta que Dona Cecília foi embora para sempre e largou a bomba na mão dela. Dudu chora porque a Magali também não o quer, Magali fala que gosta dele, sim, e vai lhe dar um banho. Dudu não quer porque tem vergonha de ficar pelado na frente dela e Magali pergunta se tem vergonha da própria mãe.

Enquanto Magali dá banho no Dudu, que reclama o tempo o tempo todo que água está fria e cai sabão no olho, Dona Lili telefona para Dona Cecília. Dudu sai pelado correndo do banho, Dona Cecília toca a campainha e Dudu vai correndo no colo da mãe e fala para salvá-lo da Magali que quer matá-lo. Magali fala para Dona Cecília que some e depois aparece toda lampeira, que abandonou o Dudu e agora é filho dela.

Dona Cecília fala que o Dudu saiu correndo quando estava dando comida para ele. Dudu confessa que inventou tudo para mãe não lhe dar comida. Vai embora com Dona Cecília, que fala que mereceria uma surra, mas vai almoçar agora e Dudu diz que preferia a surra. Magali comemora que não tem mais filho, conta para o Quinzinho e pergunta se são namorados de novo. Quinzinho afirma e Magali fala que é bom apressar o casamento deles e terem seus próprios filhinhos.

História legal em que o Dudu cria plano infalível de inventar que sua mãe, Dona Cecília, o abandonou e acha que a Magali seria sua nova mãe perfeita porque sabe que ela não ia dar comida para ele por não querer dividir comida com os outros. Só que ele não gostou da Magali de dar banho nele e resolve voltar para Dona Cecília, apesar de ela sempre ficar dando comida para ele. Apesar do trabalho que teve com o Dudu, a Magali gostou e ficou com saudade de ser mãe e quer ter os seus próprios filhos.

Magali foi burra em acreditar que Dudu foi abandonado, Dona Cecília nunca faria isso, sem dúvida, Dudu teve uma lábia boa de comover a Magali. Até que ela tratou bem o Dudu enquanto foi seu filho, tratou igual como tratava a boneca. Dona Lili foi esperta que a história dele não a convenceu e tratou de telefonar para Dona Cecília e deu certo. Em situação de perigo Dudu lembrou da mãe e fez as pazes com ela, passou a dar valor. Para o Dudu comer é o castigo pior do que uma surra, então teve lição que mereceu de enganar os outros. 

Dona Cecília chegou rápido na casa da Magali porque na época eles eram tratados como vizinhos. A participação do Quinzinho foi legal, chegou a ser meio machista de não querer cuidar de filho que não era dele e Magali no final foi bem saidinha para uma criança em já pensar em casamento e ter filhos. 

História deve ter sido em homenagem ao "Dia das Mães" com um pouco de antecedência por esse gibi ser da segunda quinzena de abril e ainda estaria nas bancas em maio, fora que a edição seguinte da primeira quinzena de maio reservaram para história de aniversário da Magali.

Eram boas as histórias de planos infalíveis sem serem criados pelo Cebolinha, sempre eram criativas, até Dudu já criou seus planos. Engraçado ver brincadeira da Magali com boneca que para ela é comida de mentirinha e para ela de verdade,  a invenção do Dudu de mãe deixar mensagem de voz em gravador que o abandonou e quer mais vê-lo como filho e se virar, o abraço apertado coincidindo com a fala da Magali que deve doer muito o abandono da mãe, Dudu dentro do carrinho de bonecas, Magali aceitar ser mãe dele ao lembrar que ele não come e que não precisaria dividir comida com ele e dizer que Dona Cecília deixou uma bomba pra ela ao ver pestinha que era o Dudu.

Os traços ficaram bons, típicos de histórias dos anos 1990. De erro teve cortina branca em vez de amarela no quinto quadro da quinta página da história  (página 7 do gibi). Incorreta atualmente por  plano de fingimento de abandono de criança, jogar Dona Cecília contra os outros, Dudu pelado, namoro entre crianças, Magali pensar em casamento e ter filho com Quinzinho, Dona Cecília ameaçar de dar surra no Dudu, afinal, hoje mães não podem bater nos filhos. Proibido também palavras de difícil entendimento para crianças como "lampeira" e expressões populares de duplo sentido como "bater perna". Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos. 

Créditos - Marcos Alves : https://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2025/04/hq-mamae-magali.html

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