![]() |
Capa de 'Cebolinha Nº 101' (Ed. Globo, 1995) |
Em maio de 1995, há exatos 30 anos, era publicada a história "Qual é o nome do filme?" em que Cebolinha e Cascão aprontam com a Mônica na video-locadora. Com 8 páginas, foi história de abertura publicada em 'Cebolinha N° 101' (Ed. Globo, 1995).
Começa com Mônica e Magali entrando em uma video-locadora para alugar um filme para assistirem, só que estão em dúvida qual escolher. Cebolinha é Cascão estão lá, ouvem as meninas e resolvem aprontar com elas. Magali pergunta para Mônica qual tipo de filme, Mônica responde um que combine com ela e Cebolinha grita "A pequena baleia" e logo emenda falando com o Cascão que é um filme muito bom. Mônica ouve e não percebe que estavam falando dela.
Depois, Magali diz que tem que ser um filme que combine com as duas e Cebolinha grita "A magrela e a fera". Mônica vai até lá e pensa que os meninos também estão decidindo filme pra escolher. Mônica escolhe um filme, Cebolinha grita "Até que enfim, sua tonta" . Ela vai até lá e Cascão quer saber se a Julia Bobis trabalhou no filme "Até que enfim, sua tonta" ou no "Você é feia que dói". Mônica fala que não sabe e Cebolinha diz "Você sabe de nada, pamonha", emendando que foi o filme que a Julia Bobis fez. Cascão agradece e Cebolinha fala "Apesar de ser bobona e dentuça" e emendam que é outro nome de filme e que são especialistas no assunto.
Os meninos pedem ajuda para Mônica decidir qual dos dois conhece mais filmes, vão falando os nomes de filmes e ela decide quem sabe mais. Eles vão xingando a Mônica inventando que são nomes de filmes. Magali aparece, Cascão diz "Chegou a magrela xereta" e emenda que foi outro nome de filme. Mônica pergunta se eles têm certeza se são nomes de filmes, Cebolinha pega o Sansão e diz que lembrou do filme "Apertem os cintos, o coelho sumiu".
Começa correria na video-locadora com eles passando o Sansão um para o outro e falando nomes de filmes ao mesmo tempo, até que Mônica surra os meninos, falando a cada coelhada seus nomes de filmes que conhece a seu favor como "Fúria Indomável", "A vingadora" e a "Coelhada era a lei". Magali escolhe o filme enquanto eles brigavam, as meninas levam o filme e no final Cebolinha e Cascão também escolhem seus filmes para alugar e a atendente, vendo os meninos surrados, comenta que é uma cena lamentável e lembra o filme "Dança com os bobos" com Cascão falando que pior que eles já viram este filme de montão.
História legal em que Cebolinha e Cascão resolvem aprontar com a Mônica na video-locadora xingando e inventando que são nomes de filmes. Mônica à princípio acredita, mas depois dos vários xingamentos e eles pegarem o Sansão cai na real e consegue bater neles após perseguição na locadora dizendo seus nomes de filmes a favor dela. No final, Cebolinha e Cascão surrados faz com que a atendente lembre de filme.
Mônica foi muito burra em não ver que aqueles filmes eram xingamentos para ela e que não existiam, pensava que era coincidência na conversa dos meninos, que, assim se aproveitaram para xingá-la a vontade sem apanhar, eles eram terríveis. Dessa vez sobrou até para Magali com eles xingando de magricela e xereta. Interessante que os filmes que falavam realmente se encaixavam nas situações de momento, fazendo a boba da Mônica acreditar. Ficou na imaginação dos leitores quais os filmes que escolheram alugar no final.
Foi divertido também ver as citações e paródias dos filmes criadas por eles e até fazer os leitores adivinharem quais filmes famosos que estavam parodiando. Alguns davam para perceber de cara, outros não foram parodiados, e também tiveram alguns que os filmes não existiam na vida real, eram realmente só xingamentos para a Mônica inventando que eram filmes. Foi hilário também a paródia de Julia Roberts como Julia Bobis e a situação de qual filme que ela trabalhou com xingamentos para a Mônica.
Legal também ver histórias envolvendo coisas datadas como ambientada em video-locadora, alugando filmes em VHS e nem existia DVD. Era um cotidiano da época, alugar filmes em locadoras era a única forma que tinham pra assistir filmes sem serem padsados na TV ou nos cinemas. Hoje não tem mais locadoras e nem VHS e DVDs, para assistir vídeos são em serviços de streaming como NetFlix, então tecnologia faz com que uma história assim não possam mais ser produzidas. Incorreta atualmente por isso de ter coisas datadas, fora aprontarem dentro de estabelecimento, meninos pegarem firme em xingamentos para Mônica e ainda serem surrados no final, autonomia das crianças irem sozinhas a uma video-locadora sem presença dos pais ou de adultos responsáveis.
Traços ficaram bons, típicos dos anos 1990. Os erros ficaram restritos às posições e cores das fitas VHS que estavam atrás deles que sempre variavam de um quadro par ao outro, o que é normal, não iam respeitar cores com demanda de muitas fitas juntas e para agilizar o trabalho. E também Cebolinha sem parte branca nos olhos abaixo das pálpebras no último quadro da história. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.