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Capa de 'Mônica Nº 101' (Ed. Globo, 1995) |
Em junho de 1995, há exatos 30 anos, estava nas bancas o gibi com a história "Dia dos Namorados" em que só a Mônica não tinha namorado e resolve arrumar um cartão de Dia dos Namorados para não sofrer bullying das outras meninas. Com 15 páginas, foi publicada em 'Mônica Nº 101' (Ed. Globo, 1995).
Mônica ouve conversa da Sofia e Magali que amanhã será o grande dia. Sofia fala que não será grande dia para a Mônica porque é dia 12 de junho, Dia dos Namorados, dia de receber cartões dos namorados, docinhos, declarações e Mônica vai receber nada porque não tem namorado. Mônica fala que vai receber um cartão de Dia dos Namorados, não diz de quem, mas vai ser o maior e mais lindo cartão que já viram.
As meninas vão embora com Sofia dizendo que gente quando tem inveja, inventa cada coisa. Mônica fica com ódio da Sofia e da Magali também, só porque elas têm namorado que pensam que são as tais. Mônica resolve comprar um cartão na papelaria e mandar para ela mesma, ninguém precisa saber. Só que quando chega na papelaria, Sofia está lá ajudando o pai por causa do movimento que aumentou com o Dia Dos Namorados.
Mônica acaba comprando o maior e lindo lápis que tinha na papelaria, lamenta que esqueceu que a Sofia é filha do dono da papelaria, gastou todo dinheiro dela à toa e se desenhar um cartão vai ficar na vista e começa a chorar. Cebolinha aparece reclamando do choro alto, Mônica conta que vai ser a única menina do bairro que não vai receber cartão do Dia dos Namorados, todos vão rir dela e daria tudo para receber um.
Cebolinha diz que poderia mandar um cartão para ela em nome de um admirador secreto só que em troca de nunca mais bater nele pelo resto da vida. Mônica não aceita, Cebolinha vai diminuindo tempo e chegam acordo de uma semana sem bater nele. Cebolinha a xinga para testar, Mônica fica com raiva, não bate, mas manda caprichar no cartão e ele diz que será muito mais que um simples cartão.
Chega o Dia dos Namorados, Sofia e Magali recebem cartões e presentes de seus namorados e Sofia quer ir na casa da Mônica ver cartão que ela recebeu. Magali fala que a Mônica disse aquilo só para não ficar por baixo e Sofia faz questão de conferir. Mônica vai na caixinha de correios para ver se cartão chegou, Sofia e Magali aparecem, Sofia diz que quer ver o maior e lindo cartão da Mônica, que confere a caixa e tinha um cartão mixuruca dizendo que "Neste dia, dou meu coração".
Mônica puxa a corda e sai um coração de dentro da caixa, as meninas se desesperam, acham que ele morreu e Magali vê que era um coração de borracha, não de verdade. Mônica acha romântico e Sofia, de muito mau gosto e parece mais trote do que cartão. Em seguida, Cebolinha aparece fantasiado de carteiro e entrega um cartão para Mônica. Quando lê, o cartão diz que era uma adorada dentuça, que apesar de feia e tonta, ele a ama e virando página tem caricatura da Mônica.
Sofia dá gargalhada, falando que até no Dia dos Namorados fazem a Mônica de palhaça, Magali esconde riso e Sofia e outras meninas cantam que a Mônica não tem namorado, fazendo ela chorar. Cebolinha fica com pena, aparece falando que ele é o namorado da Mônica, que não teve tempo de mandar cartão para ela e escreve declarações de amor no muro.
Magali acha que foi a coisa mais romântica que já viu, Sofia e as meninas ficam com inveja e lamentam que só receberam um cartãozinho mixuruca e vão embora. Depois, só os dois juntos, Cebolinha pergunta se ele consertou tudinho a tempo e que vai continuar a ficar uma semana sem bater nele. Mônica diz que não vai bater nele, vai fazer outra coisa e termina lhe dando vários beijos e Cebolinha reclama que vai ser uma semana que vai custar a passar.
História muito divertida, cheia de reviravoltas, em que a Mônica não tem namorado e para não ser motivo de chacota tenta enganá-las que recebeu um cartão de Dia dos Namorados assim como elas. Na tentativa frustrada de comprar cartão na papelaria onde a Sofia estava ajudando o pai, Cebolinha envia cartão para a Mônica, só que não perdeu oportunidade azucriná-la e para corrigir o erro inventa que é namorado dela e faz declarações de amor escritas no muro, deixando Sofia e as meninas com inveja.
Mônica não devia ficar triste porque as meninas tinham namorado e ela não não, podia ser mais segura de si e não querer ser igual às outras, ser mais autêntica já eliminaria seus problemas. Até gastar todo seu dinheiro que economizava em um lápis ela fez. Cebolinha foi sacana de xingar a Mônica no cartão, isso que já tinha feito acordo que não apanharia da Mônica se fizesse tudo certo. Consertou a burrada a tempo com os rabiscos no muro, só que teve castigo da mesma forma, preferia surra do que ser beijado pela Mônica no final. Pelo menos seguiu a consciência dele de não se sentir culpado pelo bullying que a Mônica sofreu das meninas.
Sofia também foi má de fazer questão de desmascarar que a Mônica não tinha namorado, já estava na cara que a Mônica disse aquilo para não ficar por baixo, mas queria ver com próprios olhos que a Mônica não receberia cartão e desmoralizá-la. Engraçado a Magali compartilhar as zoações da Sofia, esconder riso e nem para defender a Mônica, ficou diferente do que como era de sempre dar conselhos e ajudar a desvendar os planos contra a melhor amiga. Interessante Sofia e Magali não desconfiarem que o carteiro era o Cebolinha por ele trocar "R" pelo "L".
Legal o Cebolinha ter enviado um coração de borracha como se fosse dele que tinha tirado o próprio coração para dar para a Mônica e as reações delas pensando que o admirador morreu por causa da Mônica. Uns acham romântica, outros macabra essa atitude. Poderia ter sido só isso que já amenizava a situação da Mônica, mas mesmo assim não tinha convencido a Sofia que a Mônica tinha namorado porque achou que era um trote.
Sofia e as meninas conseguiram fazer a Mônica chorar. Tudo seria resolvido se Mônica batesse nas meninas, mas como foi bullying por lado sentimental e a Mônica já não batia mais nas meninas na época, aí teve que a Mônica agir assim chorando. Bom que teve essa outra alternativa do Cebolinha inventar que era namorado dela, que ficou legal também.
Teve destaques engraçados como Mônica descobrindo que a Sofia estava trabalhando na papelaria e comprar lápis para disfarçar o que iria comprar, o Cebolinha querer ficar vida toda sem apanhar da Mônica e depois ir reduzindo pra um ano, um mês e uma semana, além da Sofia dizer que a caixa de correios estava com teia de aranha por nunca receber cartas. Na época estavam investindo em meninas vilãzinhas como a Sofia para causar rivalidade para a Mônica, eram boas histórias assim. Sempre criadas para histórias únicas, Sofia e as outras meninas vilãzinhas apareceram só nessa história.
Incorreta atualmente por ter namoro entre crianças, mostrar que todas as meninas do bairro tinham namorados e Mônica querer um, bullying e xingamentos para a Mônica, Sofia trabalhar na papelaria, o coração enviado que podia traumatizar muita gente, Cebolinha rabiscar no muro (continuou até em 1997, quando passaram a colocar cartazes no muro quando queriam rabiscar), Dona Luísa de avental e preparando comida dando ideia de que só é dona-de-casa, calcinha da Mônica e da Magali à mostra em algumas cenas e inclusive Magali na capa, assim como palavras proibidas como "Bolas!"
Traços muito bonitos, com personagens mais fofos, não foram muitas histórias com traços assim, foram algumas entre 1994 e 1995. Pelo visto foi como experiência, mas resolveram não seguir adiante. A capa dessa vez foi com alusão à história de abertura e mostrando até certo spoiler de cena importante do final, na época só de vez em quando que tinham capas com alusões à história de abertura, quando histórias eram importantes mesmo, de resto prevaleciam as piadinhas. Tiveram erros de Mônica sem nariz no primeiro quadro da página 13 da história e de poeirinha de caminhada ficar azul em vez de branca no último quadro da página final.
Essa revista 'Mônica Nº 101' é de maio de 1995, revistas da Mônica chegavam na última semana de cada mês e histórias de datas comemorativas costumavam ser publicadas no mês anterior para que estivesse circulando nas bancas no dia da data, por isso, por exemplo, muitas histórias de Natal da Mônica saíam em gibis de novembro. Teve a volta das propagandas nas laterais direitas das páginas, coisa que não tinha desde 1991, mesmo com o início de propagandas interrompendo histórias, que não tiveram nessa história. Dessa vez, ao longo da história, foram propagandas do chiclete "Ploc" com adivinhas. Muito bom relembrar essa história marcante há exatos 30 anos.