segunda-feira, 14 de abril de 2025

Arquivos Turma da Mônica N°1.359 - Mônica: HQ "Como se beija?"

Capa de 'Mônica Nº 166' (Ed. Abril, 1984)

Dia 13 de abril é celebrado o "Dia do Beijo" e, então, mostro uma história em que a Mônica quer aprender a beijar na boca como as atrizes de novela e o Cebolinha aproveita para criar um plano infalível contra ela. Com 9 páginas, foi história de abertura de 'Mônica Nº 166' (Ed. Abril, 1984).

Mônica vê casais se beijando na boca na novela, no outdoor e no livro de conto de fadas da Bela Adormecida. Ela vai ao banheiro treinar beijo diante do espelho, é flagrada pelos pais, dá desculpa que estava vendo se estava com cáries nos dentes, mas que eles estão perfeitos e sai cantando como se nada tivesse acontecido.

Na rua, encontra a Magali que diz que está com problemão de que não sabe beijar, enquanto Cebolinha ouve atrás da moita. Magali diz que a Mônica a beijou ontem por causa do aniversário. Mônica conta que não fala desse tipo de beijo de amigas, e, sim, de beijos do tipo do artista dá na atriz na novela, nas fotos de cartazes e revistas, já que quer ser atriz, precisa aprender a dar esse beijo e Cebolinha pensa que não está gostando do papo.

Mônica pergunta quem vai ensinar a dar esse beijo, quando vê o cabelo do Cebolinha atrás da moita. Antes da Mônica falar, ele grita que não vai ensinar ninguém a beijar e que pode bater nele. Mônica diz que só queria saber se ele conhece alguém para dar dicas e imagine se ia pedir isso a ele, que entende nada disso. Cebolinha fica com raiva com a humilhação dela e tem ideia de um plano infalível.

Depois, Mônica e Magali veem placas de anúncio do Rodolfo Cebolino, professor que ensina a beijar, dez entre dez estrelas já o beijaram. Elas seguem as placas e encontra o Cebolinha disfarçado de Rodolfo Cebolino, que diz que é  mestre em beijar, às suas ordens, trocando "R" pelo "L". Magali comenta que fala errado que nem o Cebolinha e Rodolfo diz que foi o mestre Cebolinha quem o ensinou a beijar as atrizes e pegou a mania de falar errado dele. 

Rodolfo fala que Mônica não tem jeito para beijo artístico, melhor desistir. Mônica pede para ajudá-la para quando for atriz não dar vexame. Ele aceita e espera o pagamento adiantado pelas aulas. Mônica fala que não tem dinheiro e ele aceita o Sansão como pagamento. Mônica fica sem jeito, ele diz que imagine o vexame e as vaias que ela vai receber por não saber beijar e quando a Mônica está prestes a entregar o Sansão, Cascão e vários garotos vão reclamar do Rodolfo Cebolino que está beijando as meninas do bairro, que ninguém beija as namoradas deles e querem dar uma lição no assanhado. 

Cebolinha se entrega que era ele, foi só um plano para deixar a Mônica com cara de tacho e pegar o coelhinho dela. Mônica vê e bate no Cebolinha. No final, duas meninas veem o Cebolinha surrado e uma delas que dar um beijo para sarar os machucados. Cebolinha foge correndo desesperado e elas ficam sem entender com amenina que queria beijá-lo perguntando o que ela disse de errado.

História muito engraçada em que a Mônica quer aprender a beijar na boca para ser atriz de novela e Cebolinha aproveita para criar plano infalível para azucriná-la e pegar o Sansão. Quase deu certo se os garotos do bairro não fossem tomar satisfações revoltados que com a barraca ele poderia beijar as namoradas deles e Cebolinha revela sua identidade para não apanhar deles, mas acaba apanhando da Mônica e ainda fica traumatizado de beijo, até nas bochechas dado pelas meninas. 

À princípio, Cebolinha ficou com medo da Mônica pedir para que ele ensinasse a beijar, mas depois que foi humilhado e desmoralizado quando ela disse que ele não teria capacidade de ensinar alguém a beijar, resolveu fazer o plano. Mônica sempre burra nessas histórias de plano, muito tapada de acreditar que o Rodolfo falava errado porque aprendeu a beijar com o Cebolinha e pegou mania de falar errado dele, nem para ele mudar prefixo de Cebolino.

Se não fosse pelos meninos do bairro revoltados e ciumentos, o plano daria certo. Se Cebolinha não revelasse para os meninos quem ele era, apanharia da mesma forma, ou deles ou da Mônica, dessa vez não teria escapatória, preferiu apanhar só da Mônica. Dessa vez Cebolinha não chamou o Cascão par ao plano, porém Cascão ajudou a atrapalhar mesmo sem participar com a intervenção dele com outros meninos. Não o chamou provavelmente para Cebolinha provar à Mônica que sabe beijar e para não deixar a história mais longa já que tinha que ser com 9 páginas fora que histórias na Editora Abril costumavam ser mais curtas.

Cebolinha não costumava ser o ator de seus planos porque tinha que ter cuidado para não falar palavras com "R", nessa foi uma das exceções e sempre dava uma desculpa esfarrapada para justificar as palavras com L e a boba da Mônica acreditava. Foi engraçado Mônica ser flagrada pelos pais treinando beijo no espelho e sua desculpa que estava vendo se tinha cáries, Mônica dizer que tem problemão e Magali pensar que falava de matemática e elas nem estudavam, Cebolinha estender ouvido atrás da moita para ouvir melhor a fofoca, não gostar do papo e continuar lá ouvindo, a placa dizer que os preços eram módicos e que dez entre dez estrelas já beijaram Rodolfo Cebolino, dizer que foi o Cebolinha o ensinou a beijar.

O nome do Rodolfo Cebolino foi paródia dos atores Rodolfo Valentino ou Rodolfo Bottino. No caso, inspiração do nome deles, mas não a caracterização do mestre do beijo do Cebolinha como eram os saudosos atores na vida real embora cabelo bagunçado lembra mais o Rodolfo Bottino. Teve também paródia da pasta "Closeup" como "Clozap". Aniversários de personagens ainda não tinham datas fixas na época, aí Magali completou anos em fevereiro nesta história. Meninos e meninas secundários apareceram só nessa história como era de praxe de personagens de aparições únicas.

Incorreta atualmente por criança como a Mônica ter vontade de aprender a dar beijar na boca, assistir novela e ter desejo de ser atriz pra beijar, meninos citando que têm namoradas e Cebolinha aparecer surrado e com galo na cabeça no final e é raro ter histórias de planos infalíveis hoje em dia. Também implicariam com Cebolinha pensar trocando "R" pelo "L" já que atualmente ele pensa certo, sem dislalia, e com expressões de duplo sentido que agora são proibidas como "deixar com cara de tacho".

Os traços ficaram bons, típicos de histórias dos anos 1980, com personagens quase parecidos com a fase consagrada. Tiveram erros de Mônica com língua branca no penúltimo quadro da segunda página da história e sumir os machucados e galo na cabeça do Cebolinha no quadro final. Na época eram comuns propagandas inseridas nas histórias, dessa vez do achocolatado "Toddy" na lateral direita e no rodapé da mesma página. Essa história foi republicada depois no livro 'Mauricio 30 Anos' (Ed. Globo, 1990).

Capa de 'Mauricio 30 Anos' (Ed. Globo, 1990) 
Créditos - Marcos Alves : https://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2025/04/monica-hq-como-se-beija.html

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