domingo, 21 de julho de 2024

Arquivos Turma da Mônica N°1.278 - Turma da Mônica e o Tetracampeonato do Brasil na Copa do Mundo

Capas: 'Cascão Nº 194', 'Magali Nº 130', 'Cebolinha Nº 93' (1994)

Dia 17 de julho, completa 30 anos do Tetracampeonato da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1994, realizada entre 17 de junho a 17 de julho nos Estados Unidos, e em homenagem mostro histórias da Turma da Mônica de 1994 que tiveram tema de Copa do Mundo.

Desde 1970 a Seleção Brasileira estava com jejum de títulos em Copas do Mundo, 24 anos sem ganhar até então, e bem desacreditada, ainda mais depois do fiasco da Copa de 1990 e nas últimas Eliminatórias se classificando no sufoco, mas com grande emprenho dos jogadores convocados conseguiu o título em 1994. A MSP sempre fez edições especiais sobre Copa do Mundo a partir dos anos 1980 com o Pelezinho e uma ou outra história nos gibis com outros personagens, às vezes até em anos que não tinham Copa como foi na história "Quem acredita em futebol?", de Cascão Nº 117, de 1991. 

Em 1994, não teve edição especial com o Pelezinho como tinha acontecido em 1986 e 1990, mas para compensar colocaram várias histórias de miolo sobre a Copa com a turminha. Então, nessa postagem coloquei as histórias da Copa de 1994, não as de outras Copas e nem histórias de futebol sem ter alguma referência à Copa do Mundo.

'Cascão Nº 194', de junho de 1994, foi bem especial, já começando com uma capa muito bem ilustrada em clima de Copa do Mundo com Cascão e Cebolinha no estádio comemorando o Gol da Seleção Brasileira  e até vestidos com camisas da Seleção de Nº 9 e Nº 10 por serem as mais usadas pelas torcidas por representarem números de atacantes. E ainda teve o Franjinha também na torcida com eles, só que cortado e provavelmente estaria com a camisa da Seleção.

Capa de 'Cascão Nº 194' (Ed. Globo, 1994)

Nessa edição teve 2 histórias de miolo envolvendo Copa do Mundo. A primeira, bem específica com a competição, foi com o título "Copa do Mundo", de 2 páginas, em que o Cascão antes de dormir para o "Papai-Do-Céu" fazer com que o Brasil seja campeão da Copa e com atuação que empolgue a torcida e no final aparece um anjo entregando uma fita de vídeo da Copa do Mundo de 1970.

Mostra como a Seleção Brasileira estava desacreditada antes daquela Copa, nem Deus poderia fazer milagre para voltar a ser campeã e com atuação convincente e só vendo vídeos antigos para ver uma Seleção de verdade em alto nível. Cascão era bem fanático por futebol e até oração para Deus era válido para abençoar a Seleção. Apesar da piadinha de que era algo impossível,  até que Deus depois atendeu a oração do Cascão e o Brasil foi campeão no final daquela Copa. Incorreta hoje em dia por envolver Deus e oração por causa de futebol e ter fita de vídeo VHS por ser coisa datada de uma época.

A outra foi de encerramento, com o título "Mágoa de torcedor", de 7 páginas, em que o Cascão chora que o "Coringão" perdeu a final do campeonato para o Palmeiras, os pais tentam consolá-lo, fazendo ir na rua para esquecer tudo. Cascão vai de óculos escuros e não diz para os amigos que estava chorando por causa do "Coringão" e eles ficam tristes por vê-lo chorando e choram também junto ocm ele, Cascuda até pensa que era por causa da briga que tiveram ontem. Depois que veem Jeremias chorando também, descobrem que o choro do Cascão também era por causa do Corinthians e acham bobagem. No final, Cascão esquece a derrota e passa a assistir a Copa do Mundo que estava começando para torcer para a Seleção brasileira ganhar o Tetra.

Foi engraçado ver o Seu Antenor também chorando pelo Corinthians depois que o Cascão foi para a rua, não queria que o filho visse chorando e ficar mais deprimido ainda, o Cebolinha aproveitar a situação para dar nó nas orelhas do Sansão, a Cascuda pensar que o motivo do choro do namorado era por causa dela e o time palmeiras sendo chamado só de "Parmera". Cascão não liga para lágrimas dessa vez por achar que não é agua pura, mas já tiveram vezes que ele chorava sem sair lágrimas, variava de cada roteirista a percepção dele com choro e o medo de se molhar.

Foi uma história predominante só sobre futebol e o amor do Cascão pelo seu time Corinthians, mas que teve associação da Copa do Mundo que ia começar naquele mês de junho. Cascão era fanático pelo Corinthians e não aceitava seu time perder título, principalmente para o seu maior rival, o Palmeiras. Não podia ficar deprimido o tempo todo e como um grande torcedor era esquecer Corinthians para prestigiar a Seleção Brasileira na Copa do Mundo. Se não fosse época de Copa, poderiam ter mudado de Cascão torcer para o Corinthians em outro campeonato já que no Brasil, quando acaba um campeonato, já começa outro na mesma semana, não tem nem tempo para torcedor comemorar o título e já fica a expectativa de ganhar outro.

Depois que Pelezinho foi cancelado, histórias de futebol ficaram com o Cascão e tiveram várias com ele como torcedor roxo do Corinthians Hoje em dia, Cascão não é mais assim um torcedor fanático, idolatrando Corinthians, até por ser criança, aí ele apenas joga futebol com os amigos, incorreta também de namoro entre Cascão e Cascuda e o soco que o cebolinha levou da Mônica, ficando surrado e com galo na cabeça. Hoje também mudariam a TV de tubo para uma de LED em republicação  para não mostrar coisa datada de uma época. Na história teve alguns erros como Seu Antenor aparecer com sujeirinhas no rosto como o filho, mãe do Cascão, ora aparecer com batom, ora sem, o Jeremias também sem lábios nos 2 primeiros quadrinhos que ele apareceu 

'Magali Nº 130', de junho de 1994 também teve uma história de miolo dedicada à Copa do Mundo. Em "O abandono", de 3 páginas, Magali estranha que nenhum vendedor queria vender as guloseimas para ela, logo para ela que era a melhor freguesa de comprar em grandes quantidades. Até o Quinzinho estava fechando a padaria cedo e não poderia comer nada lá, aí no final, Quinzinho a leva para onde a turma toda estava reunida para assistir o jogo da Seleção Brasileira na Copa. 

Mostra tradições de época de Copa em que todos os estabelecimentos fecham em dias de jogos do Brasil e também a reunião de amigos para assistir os jogos. Então, esse foi o motivo de ninguém queria vender para Magali. Como a única coisa que ela lembra é de comer, pensava que os vendedores estavam de má vontade. Pelo menos durante o jogo, ela pode comer a vontade as comidas da reunião da turma. Teve erro do Dudu com orelha branca, sem ser pintada com cor de pele no último quadrinho.

Outra história que saiu no ano daquela Copa foi publicada em 'Cebolinha Nº 93', de setembro de 1994. Com o título "Farra na rua", com 10 páginas, mostra a turma toda reunida para decorar a rua para a Copa do Mundo. Cada um divide as tarefas e levam as coisas que encontram e os pais da turminha também ajudam.

Seu Antenor tenta fazer um coração no asfalto e desenha muito mal. As meninas ficam encarregadas de pintar o muro do terreno baldio do limoeiro. Cascão pinta uma lata de lixo e depois põe a mão suja no muro, levando bronca da Bruna. Quando vão cortar papel para fazer tirinhas coloridas, Cebolinha faz uma máscara da Mônica bem dentuça e leva soco dela. Na hora de pendurar as bandeiras, Cascão leva bandeira do "Coringão" e eles começam a brigar. 

Quando a rua fica toda enfeitada, as crianças adoram e ficam orgulhosas com o resultado, fazendo roda para festejar o enfeite da rua para a Copa. Então, começa o jogo do Brasil e todos vão para suas casas assistir. Todos os pais vibram muito com o jogo, mas as crianças acham o jogo chato, saem de casa escondidas para brincar na rua toda enfeitada e o seu Cebola, quando vê as crianças contentes lá, diz para Dona Cebola que o principal já tinham feito, ou seja, enfeitar a rua.

Mostra o espírito cooperativo, de união e trabalho em equipe, todos moradores se unindo para enfeitar a rua na Copa do Mundo, um costume muito comum na época do ano e hoje não tem mais essa tradição. Cada um enfeitou a rua da sua maneira e de acordo com a personalidade deles e ficou bonita. Para as crianças essa união e farra de enfeitar a rua e depois brincar lá foi mais divertidos do que assistir a um jogo da Seleção Brasileira. Interessante mostrar na narração os nomes dos jogadores Cafu e Zinho, que atuaram naquela Copa, sem nenhum trocadilho.

Essa história teve vários personagens secundários, a roteirista Rosana gostava de colocar pessoas da sua família e amigos da vida real virando personagens em quadrinhos nos roteiros das suas histórias, e, então, Bruna, Bianca e Renato eram seus sobrinhos e Lisi a sua prima na vida real. A Bianca, inclusive, já havia aparecido na história "De gato e sapato", de 'Magali Nº 46', de 1991, como um bebê de menos de 2 anos de idade como prima da Magali e na história "Ciumeiras" de Cebolinha Nº 72', de 1992, como prima do Cebolinha (nesta junto com a Bruna), retornando depois nessa história "Farra na rua" e logo depois em "Priminha dedo-duro", de 'Magali Nº 141', de 1994. O Renato já havia aparecido como vizinho do Cascão que odiava sujeira na história "Influências Opostas", de 'Cascão Nº 111', de 1991 e retornou nessa "Farra na Rua".

Curioso nessa história que foi publicada depois da Copa. Normalmente histórias assim saíam durante o período da Copa que estava sendo realizada, ou um pouco ante s da estreia para que o gibi fique nas bancas no mês que estava sendo realizada. Aí, essa da revista do Cebolinha saiu em setembro e já tinha acabado a competição, que acabara em 17 de julho e deveria ter saído ou na edição "Nº 90" ou "Nº 91" de junho e julho, respectivamente. Talvez teve um atraso de produção e não deu para encaixar naquelas edições ou porque a edição "Nº 90" teve uma história de abertura muito grande e a do Astronauta também com muitas páginas e não dava para colocar essa da Copa para a revista não ficar com poucas histórias e adiaram para a "Nº 93". O que foi bom o atraso que serviu, indiretamente, como comemoração do Tetracampeonato da Seleção Brasileira e a Copa ser lembrada após seu término. Já mostrei essa história no Blog, está completa aqui NESTE LINK.

Então, foram histórias muito boas, conseguiram entrar no clima e tradições de época de Copa do Mundo e todas muito bem desenhadas conforme variações de estilos de traços dos anos 1990 e . Hoje em dia a Seleção Brasileira anda bem caída e mais desacreditada que durante os anos 1980 e início dos anos 1990 e fica a esperança de dias melhores para o Brasil. Muito bom relembrar essas histórias reunidas e o Tetra do Brasil há exatos 30 anos. 

Créditos - Marcos Alves: 
https://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2024/07/turma-da-monica-e-o-tetracampeonato-do-brasil-na-copa-do-mundo.html

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