quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Arquivos Turma da Mônica N°1.235 - Cascão e Chico Bento Nº 800

As revistas do Cascão e Chico Bento atingem a marca histórica de 800 edições lançadas no Brasil neste mês de fevereiro de 2024 e nessa postagem mostro como foram essas edições que estão nas bancas.

Os dois títulos foram lançados em agosto de 1982 na Editora Abril como quinzenais de 36 páginas cada um até nas suas edições "Nº 421" da Editora Globo, em fevereiro de 2003, quando suas edições "Nº 422", de março de 2023 passaram a ser mensais com 68 páginas, e desde janeiro de 2023, a partir das edições "Nº 23" da trrceira série da Editora Panini, voltaram a ser quinzenais, agora com 52 páginas cada um. Como suas revistas sempre tiveram mesmas numerações, Cascão e Chico Bento sempre comemoram juntos numerações redondas como essas do N° 800.

Verdadeiras Cascão Nº 100 Até N° 800
[CC #100 (A-1986), #86 (G-1990), #186 (G-1994), #286 (G-1997), #386 (G-2001), #19 (P-2008), #19 (P-2016, #49 (P-2024)]

Eles levaram 42 anos para atingir essa marca de 800 edições, juntando as 3 editoras, sendo 114 gibis da Ed. Abril, 467 da Ed. Globo, 100 da Panini (1ª série) e 70 da Panini (2ª série) e 49 da Panini (3ª série). E foram os primeiros títulos principais da MSP a chegarem a 800 edições, já que os da Mônica, Cebolinha e Magali ainda estão nas casas de 600 edições. Mesmo que foram lançados depois de Mônica e Cebolinha, mas como foram quinzenais por muito tempo enquanto estes foram mensais, ajudaram a conseguirem a marca histórica primeiro.

Verdadeira Chico Bento Nº 100 Até N° 800
[CHB #100 (A-1986), #86 (G-1990), #186 (G-1994), #286 (G-1998), #386 (G-2001), #19 (P-2008), #19 (P-2016, #49 (P-2024)]

Falando sobre as edições, que são as de "Nº 49" da terceira série da Panini, em relação à distribuição, chegaram aqui dia 15 de fevereiro de 2024. Seguem o estilo atual quinzenais de 52 páginas, formato canoa, 8 páginas de passatempos e 1 página de seção de correspondências e cada um custando RS 6,90. Tirando capas, contracapas, propagandas, passatempos e seção de correspondências, ficam 35 páginas com histórias cada um. 

As capas com logotipo em HD e com alusão à história de abertura com extensão na contracapa para justificar preço, código de barras, QR Code e selos não aparecerem na capa principal. Em ambos, abrem direto com as histórias, sem ter um frontispício comemorativo na página 3. Só histde abertura foram comemorativas, as demais todas normais. 

A seguir, comento individualmente cada uma dessas edições:

CASCÃO

A revista teve 5 histórias, incluindo a tirinha final. A história de abertura é comemorativa com o título "800 é pra ficar na história", com 20 páginas e escrita por Edson Itaborahy. Nela, Titi e Jeremias desejam gravar a rotina do Cascão para o reality show "Um dia na vida do Cascão" para o trabalho escolar e comemorarem as 800 edições dele, só que veem que a rotina é fraca, nada de interessante acontece, até quando surgem os vilões da S.U.J.O.C.A. para darem banho no Cascão.

Ficou bem simples a trama, tudo bem corrido para não deixar história grande já que gibi é quinzenal e com menos páginas e não dá pra ter histórias muito longas. Não teve referências a histórias passadas como costumam ser histórias comemorativas de números redondos de revistas, apenas focada na gravação do reality show, vilões querendo dar banho no Cascão e a expectativa das 800 edições. 

É de de estranhar o Capitão Feio querer dar banho no Cascão, mas como faz parte da S.U.J.O.C.A. que reúnem os vilões com objetivo de dar banho no Cascão, o Capitão Feio teve que participar. Na verdade, o Capitão Feio anda bem diferente atualmente, não tem planos para sujar o mundo, os seus monstrinhos se preocupam em limpar o esgoto, descaracterizaram demais. Dessa vez não apareceu o vilão Cabeça de Balde na S.U.J.O.C.A. nem o Doutor Span, apenas Capitão Feio, Doutor Olimpo, Cremilda e Clotide e Cúmulos.

Curioso Cascão bater de frente no muro e não ficar nem de olho roxo já que agora os personagens não podem aparecer machucados e surrados para não traumatizarem ou dar pena nas crianças. Os traços ficaram medianos para os padrões atuais, mas não deixam de serem digitais com muito "copiar/colar". E ainda teve um erro da Dona Lurdinha falar de boca fechada na 3ª página da história e fora Dona Lurdinha e as irmãs Cremilda e Clotilde, ora aparecerem com batom na boca, ora, sem.


Em seguida vem a Turma do Penadinho com a história "A forma da poça d'água", com 7 páginas, em que os personagens tentam conversar como foram parar no cemitério, contando tudo que eles próprios já tinham contado várias vezes, até quando eles querem saber como o Monstrengo do Pântano foi parar no cemitério. As formas de irem para o cemitério foram diferentes de outras vezes já contadas em outros gibis já que nunca teve cronologia na MSP, cada roteirista mostra como deseja. Os traços horrorosos, completamente digitais e as letras também digitais deixam mais decadentes ainda.

Depois vem Rolo com a história "Relógio inteligente", de 4 páginas, em que ele fica animado para mostrar para Tina o seu relógio esportivo para fazer corrida. A história de encerramento foi "Qual é o plano?", com 3 páginas, em que a Dona Lurdinha manda o Cascão arrumar o quarto dele e pede ajuda do Cebolinha. Tema bem batido, sempre tem histórias assim com Cascão e Cebolinha arrumando quarto. Traços bem feios também nessa. E termina com a tirinha.


CHICO BENTO

Foram 7 histórias, incluindo a tirinha final. A história de abertura é comemorativa com o título "Deste número não dá para esquecer", com 15 páginas e escrita por Edson Itaborahy. Nela, Chico Bento fica feliz que sua revista chegou ao "Nº 800" e como ninguém se lembrava da data comemorativa, resolve fazer um passeio na roça com o seu porco Torresmo.

Assim como em 'Cascão', também não teve referências a histórias antigas e trajetória da revista, o foco ficou na trama de ninguém lembrar da data especial, Chico ficar triste por terem esquecidos e o passeio com o Torresmo.  Foi tudo bem corrido, sem grandes diálogos para dar espaço a outras histórias na revista. Tema também bem repetido e previsível nas revistas, principalmente em histórias de aniversários.

Traços feios que davam para caprichar mais. Por causa do politicamente correto, vimos que agora procuram colocar personagens nadando com boia, nadadeira e óculos de nadopara não se afogarem. Antigamente, eles nadavam pelados mesmo ou no máximo com uma sunga ou bermuda.

Depois vem "Mais chuva na roça", com 3 páginas, em que o Chico Bento conta como é um dia de chuva na roça e como faz mudar a rotina deles. Ficou com uma espécie de remake da clássica "Chuva na Roça" de 'Chico Bento Nº 10' (Ed. Abril, 1982), só que mais resumida e sem nem 1% dos traços lindos que foram na história da Editora Abril, pelo contrário, traços horrorosos nessa. Depois tem "O poder da mente", com 3 páginas, em que o Zé Lelé deseja chocar um ovo de galinha só com a força da mente dele. Traços bem decadentes também nessa.

Depois vem uma tirinha com Chico e Zé Lelé na escola, com detalhe do Zé Lelé aparecer com o mesmo desenho nos 2 primeiros quadrinhos com tradicional estilo "copiar/colar" e sem seguida vem Turma da Mata com a história "Coelhinho por um dia", com 8 páginas, em que a Dona Cotia deixa seu filho na casa da Dona Coelha cuidar enquanto vai entregar uma roupa para o Rei Leonino. Como Dona Coelha tinha que ir ao mercado, faz com que o filho da Cutia fingir que é um coelho para sair junto com seus filhos porque ele era mimado e não queria ir. 

A única com traços bons na edição, só quando tem arte-final do Kazuo Yamassake que os traços ficam melhores. E a mudança na Turma da Mata em relação aos filhos do Coelho Caolho e Dona Coelha que agora colocam lacinhos nas orelhas da coelhinhas para diferenciar quem é coelho e quem é coelha. Antes desenhavam todos os filhos do mesmo jeito, independente se eram machos ou fêmeas. 

História de encerramento foi "A mesma coisa", com 4 páginas, em que o Chico interage com a sua turma em várias situações cotidianas para mostrar uma analogia com as curtidas de redes sociais na internet. Nessa teve presença da Tábata, amiga negra da Rosinha que passou a fazer parte da Turma do Chico Bento, mas que andava sumida por um tempo e agora voltou, mesmo sendo só uma participação. Criada para ser tipo uma Milena rural e passar a ter criança negra fixa na Turma do Chico Bento, o que não tinha. Devem colocar a Tábata aos poucos quando podem, e devem ainda procurarum jeito de não ser só uma nova Milena de Vila Abobrinha. Traços bem feios também nessa história. E revista termina com a tirinha.

Expedientes finais confirmam que são as edições 800. Bem curioso que ainda mostram que são revistas mensais, já podiam ter mudado que são quinzenais. 

Como podem ver, foram edições comemorativas simples, nada de grandioso e tão especiais, apenas o suficiente para dizer que a marca histórica de 800 edições não passou em branco, que lembraram. Quem tinha esperança que seria comemoração grandiosa, não vai gostar. As revistas seguem o estilo tradicional com histórias sem conflitos, voltadas ao politicamente correto, pouco humor, muitos temas repetidos, diálogos pequenos, apropriados de fato para crianças pequenas ou em alfabetização, fazendo jus a gibis infantis. Pelo menos nesses dois gibis não tiveram dessa vez grande foco ao lado educativo e ensinarem lições de moral, mas tiveram. Os traços e letras digitais decadentes desanimam ainda. Vale para quem quer ter edições N° 800 na coleção. Comprei só essas, aí não tem resenha das outras edições "Nº 49".  Fica a dica. 

Créditos - Marcos Alves: https://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2024/02/cascao-e-chico-bento-n-800.html

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