terça-feira, 15 de outubro de 2024

Arquivos Turma da Mônica N°1.305 - HQ "Cascão na escola"

Capa de 'Cascão Nº 31' (Ed. Abril, 1983)

Dia 15 de outubro é o "Dia dos Professores" e em homenagem mosto uma história em que o Cascão foi professor de Medicina em uma faculdade por um dia para escapar de dois garotos após ele ter trapaceado no jogo de bafo. Com 7 páginas, foi história de abertura publicada em 'Cascão N° 31' (Ed. Abril, 1983).

Cascão foge de dois meninos valentões depois de trapacear no jogo de bafo, colocando chiclete na palma da mão para virar as figurinhas e entra pela janela de uma faculdade. Os meninos vão conferir se ele entrou na janela, Cascão se disfarça de professor com um jaleco que estava na cadeira, dá tapas neles, reclamando que aparecem quando estava se preparando para dar aula.

O diretor vê o Cascão, pensa que é o novo professor de Medicina e o leva para sala de aula. Cascão fica sem saber o que falar para os alunos, se apresenta, diz que parece que vai chover, pergunta se viram o final da novela e se está tudo bem com eles e os alunos só olham para a cara dele. Cascão se prepara para dizer a verdade, quando vê os meninos no lado de fora da faculdade e diz que ele é o maior médico do mundo e melhor professor de Medicina. 

Cascão chama os meninos, diz que não estão bem, pisa nos pés deles com a cadeira que servia para deixá-lo mais alto, e conta que estão com a rara doença "figurinos escleróticos", causada com constante contato com figurinhas e é altamente contagiosa, principalmente se forem figurinhas premiadas. Como dizem que as dele são premiadas, Cascão quer providenciar dois caixões, com mais ou menos um metro e cinquenta cada. Para salvá-los, os meninos precisam colocar todas as figurinhas no bolso dele.

Eles colocam no bolso, mas cai uma no chão, Cascão sai da cadeira, reclamando que faltou justo a figurinha do Falcão, a mais difícil de todas. Os meninos e os alunos descobrem a farsa do falso professor, ficam furiosos e todos dão surra no Cascão, muita pancadaria, com palmadas no bumbum, puxões de orelhas, tapões e o expulsam, jogando pela janela. No final, Cascão todo surrado, pergunta para os leitores se tem algum médico na casa.

Engraçada essa história em que o Cascão trapaceia no bafo e se disfarça de professor de Medicina da faculdade para fugir deles. Não contente, ele inventa que os meninos tinham doença contagiosa por causa das figurinhas e tinham que colocá-las todas no bolso dele, só que entregou todo o seu próprio plano fazendo questão de ter uma figurinha difícil que caiu no chão, fazendo a maior surra que já levou, não só dos meninos que enganou como de todos os alunos da faculdade.

Cascão poderia ter ficado quieto ao ver os meninos pela janela, esperava eles irem embora e contava a verdade para os alunos que resolveria a situação, mas a ganância de ter todas as figurinhas que eles tinham o motivou a criar o plano infalível. Ou então, poderia deixar a figurinha no chão e depois que os meninos fossem embora, aí pegava Como sempre ele estraga os planos, não seria diferente estragar o seu próprio plano.

Foi uma história que plano infalível foi criado por acaso, às vezes acontecia de planos acontecerem de acordo com as circunstâncias que apareciam. Os garotos foram figurantes aparecendo só nessa história e apenas o branco que teve nome revelado como João, o negro ficou sem nome. Personagem se disfarçar quando estava em perigo era normal na época, com inspiração em desenhos animados como Pernalonga, Pica-Pau, Manda-Chuva, Scooby Doo, etc.  

O título poderia ser "Cascão na faculdade" já que ele não foi professor de escola e nem poderia mudar para um ambiente escolar normal porque a faculdade foi fundamental para o Cascão ser passar por médico que diagnostica doença rara nos meninos. Além do "Dia dos Professores", a história ajudou a homenagear também o "Dia do Médico" comemorado dia 18 de outubro. 

Foi engraçado ver Cascão enganando os outros, perguntar se viram final de novela, ficar em cima de uma cadeira e pisar nos meninos, dizer que eles estavam com doença rara contagiosa e fatal e teria que encomendar dois caixões e a farsa descoberta com muita pancadaria. Hilário o aviso do narrador-observador dizer que a surra foi censurada e deixou só as onomatopeias porque seria impróprio para o horário e os leitores verem tais cenas. Não que a violência traumatizaria os leitores da época, foi só para dar graça e também agilizar nos desenhos. Hoje é incorreta por Cascão trapacear em jogo de bafo, enganar todo mundo sendo professor que na verdade não é, toda a violência do Cascão apanhar de todo mundo que estava na faculdade, dizer que apanhou na bunda, levou puxões de orelha, aparecer surrado, adultos baterem nele, além do menino negro com lábios bem grossos.

Os traços muito bons, típicos da primeira metade dos anos 1980, um pouco antes dos personagens terem os traços consagrados a partir de meados de 1984. Curioso os quadrinhos repetidos dos alunos assistindo ao Cascão a dar aula, diferente desses desenhos serem de copia e cola de programa de  computador, eles criavam o quadrinho com a imagem a mão e depois tirava xerox e colava. Queriam agilizar o desenho, mas bem que poderiam ter desenhado cada quadrinho com os alunos com expressões diferentes, até porque também dá trabalho de tirar xerox, recortar papel e colar onde queria, não muda muita coisa. Teve erro mínimo de meias dos garotos pintadas com as cores dos sapatos na penúltima página. Propagandas inseridas na história eram comuns na época e dessa vez foi do achocolatado "Toddy" na primeira página. Foi republicada depois em 'Almanaque do Cascão  Nº 12' (Ed.Globo, 1990).

Capa de 'Almanaque do Cascão Nº 12' (Ed. Globo, 1990)
FELIZ DIA DOS PROFESSORES!!! 

Créditos - Marcos Alves:  
https://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2024/10/hq-cascao-na-escola.html

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