segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

Arquivos Turma da Mônica N°1.128 - Mônica: HQ Quando ser forte incomoda"

Capa de 'Mônica Nº 18' (Ed. Globo, 1988)Publicado em: junho de 1988

Compartilho uma história em que a Mônica, cansada de ser forte demais, tem seu desejo de se tornar fraca realizado pelo Diabo, mas não contava que seria bem ao extremo, causando muita confusão para ela. Com 10 páginas, foi história de abertura de 'Mônica Nº 18' (Ed. Globo, 1988).

Começa com Mônica com vários constrangimentos por causa da sua força exagerada. Derruba a Magali longe ao empurrar um balanço para ela, derruba todos de uma só vez ao chutar bola para os meninos jogando futebol e arranca a porta da casa do Franjinha ao tentar abri-la.

Mônica fica triste, acha que ser forte só dá problema para os outros e deseja ser uma menina fraquinha como as outras. Aparece um homem, que pergunta se ela jura que quer isso e diz que ele é uma pessoa bondosa que adora ajudar as pessoas. Então, ele entrega um contrato para Mônica assinar, ela reclama que as letras são pequenininhas e o homem fala que é um pedido formalizado e que ela ainda vai concorrer uma passagem à Disneylândia. Mônica assina e ele diz que a partir de agora ela é uma menina frágil.

Em seguida, Mônica comemora, só que ao andar perto de uma árvore, uma folha cai como um chumbo em cima dela, fazendo derrubá-la no chão. Depois, vê Cebolinha e Cascão dando nós no Sansão e quando ela dá soco na cabeça do Cebolinha, é ela quem sente dor e Cebolinha pergunta por que a Mônica não bateu neles. 

Cascão fala que a Mônica perdeu a força, ela bateu e ele nem sentiu. Os meninos aproveitam para correr atrás dela, só que ela se choca em uma pedra e se quebra toda, ficando em caquinhos. Eles choram, Anjinho aparece e contam que a Mônica ficou um monte de caquinhos. Ela conta que um homem de chapéu e barbichinha esquisita a fez ficar fraca demais e Anjinho vai atrás do homem.

Anjinho tira o chapéu do homem e confirma que era o Diabo. Anjinho pergunta se ele não tem vergonha de se aproveitar de uma garotinha como a Mônica. O Diabo responde que fez bem para ela, realizou o desejo, só que exagerou e foi em troca da alma dela. Anjinho pega o contrato quando ele estava distraído, ele vai atrás, Anjinho bate no Diabo e consegue rasgar o contrato. 

Mônica volta ao normal e Anjinho fala que espera que ela aprenda a gostar como é, todos nós temos defeitos e qualidades. Os meninos falam que gostam dela como é e Mônica fica tão feliz que dá um abraço nos três, só que tão forte, vão parar no hospital com coluna quebrada.

Muito boa essa história em que a Mônica deseja ficar fraca por estar dando problema aos seus amigos, mas não contava que seria o Diabo que ia ajudá-la e que exageraria na fraqueza dela e que no contrato que assinou era para vender a sua alma. Anjinho conseguiu rasgar o contrato, salvando a amiga e ela volta ao normal, inclusive a sua força, fazendo quebrarem a coluna com o abraço tão forte que ela deu.

Foi tudo ao extremo, seja força exagerada, assim como fraqueza demais, se fosse meio termo, a Mônica ficaria satisfeita, mas Diabo fez ela ficar fraca além da conta de propósito para morrer e ficar com a sua alma. Além de divertir bastante, teve ainda uma importante mensagem aos leitores de que a gente deve gostar como a gente, aceitar todos os defeitos e qualidades, não querer mudar seu jeito porque acha que está incomodando alguém.

Foi uma história cheia de absurdos do início ao fim, muito engraçado ver os problemas da Mônica com a sua força exagerada, principalmente arrancar a porta da casa do Franjinha, depois vê-la fraca demais, não aguentando nem uma folha cair em cima dela e virando caquinhos quando tropeça na pedra, Mônica falar enquanto era caquinhos e ela ainda quebrar as colunas dos seus amigos só com um abraço, inclusive do Anjinho, que não deveria sofrer com isso por ser uma entidade. Adorava esses absurdos nas histórias.

Foi legal e boa sacada também a citação à Disney com Disneylândia considerados concorrentes da Turma da Mônica nos gibis, principalmente que em 1988 estavam em editoras diferentes. De vez em quando faziam citações assim à Disney, e bem curioso que Disneylândia não teve nome parodiado. Na época, nem sempre parodiavam nomes de artistas, programas de TV, filmes e locais famosos. Engraçada também a frase do Diabo que ele não é Papai Noel para dar as coisas de graça.

Era normal histórias com personagens vendendo alma para o Diabo, geralmente assim de eles assinarem contrato sem saber que estavam falando com Diabo nem o que estavam assinando. Atualmente é completamente impublicável porque não pode mais mostrar Diabos e muito menos personagem vender alma para ele, na época do Orkut essa história foi citada como traumatizante para eles de verem a Mônica virando caquinhos por culpa do Diabo, aí Mauricio vê comentários assim e acata. Hoje também não iriam mostrar personagens com coluna quebrada no hospital, evitam mostrar força exagerada da Mônica e seus absurdos, embora isso não totalmente abolido dos gibis, também não pode mais mostrar personagens falando palavrões e dizer que ela "ficou louca", que era algo bem frequente, também é proibido hoje provavelmente para não confundirem com o personagem Louco. 

Os traços ficaram muito bonitos, um encanto de se ver, e interessante deixarem estilo mais fofinho em uma história com tema assim com Diabo, quando normalmente deixavam traços mais assustadores ou até a forma normal mesmo. As cores são do estilo do primeiro semestre de 1988 com tons de vermelho escuros como um todo e tons de azul e de amarelo nos cenários mais escuros e cores no geral bem desbotadas. 

Créditos - Marcos Alves: https://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2023/02/monica-hq-quando-ser-forte-incomoda.html

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