sexta-feira, 1 de março de 2024

Arquivos Turma da Mônica N°1.237 - Turma do Penadinho: HQ "Vida do lado de lá"

Capa de 'Parque da Mônica Nº 34' (Ed. Globo, 1995)

Mostro uma história em que um homem morre e curte a vida após a morte, Com 6 páginas, foi publicada em 'Parque da Mônica Nº 34' (Ed. Globo, 1995).

Nela, a família do Anacleto está no hospital com esperança que sobreviva, mas acaba morrendo. Enquanto choram, o espírito do Anacleto segue um túnel em direção à luz, até chegar ao cemitério do Penadinho, recebido pela Dona Morte. Anacleto pergunta se morreu e Dona Morte diz se ele está achando que ali era o Parque da Mônica e o deixa lá por ter o que mais o que fazer.

Anacleto recebe uma pancada do Cranicola  ter sido arremessado. Penadinho pergunta se machucou e por ver que era novo lá, convida Anacleto para jogar futebol com eles. Depois, Anacleto dá uma volta no cemitério, vê o Zé Vampir, Frank, Muminho e o Lobi e acha bem interessante. Em seguida, vai se divertir com o Penadinho, assustando grupo de pessoas que estavam chamando por espíritos e ainda vai ao baile que tem todas as sextas-feiras no cemitério. 

Anacleto gosta de lá, acha que é a vida que sempre quis, mas tem que ressuscitar quando a Dona Cegonha descobre que a Dona Morte o levou por engano. Já de volta à vida, jornalista quer saber do Anacleto como é a vida após a morte par ao seu livro e Anacleto conta o que presenciou como jogar bola com um crânio falante e que fez 2 gols e o médico prefere desconsiderar esse caso por não acreditar no que o Anacleto estava contando.

História legal em que a Dona Morte leva o Anacleto para o cemitério e ele vê que era bem divertido lá. Só que a Dona Morte o leva por engano e precisa ressuscitar e ao contar como é a vida após a morte, ninguém acredita. Dona Morte mais uma vez desatenta e se engana com suas vítimas, 3 vezes em um único mês, ruim para o Anacleto que estava gostando da outra vida e nem se lembrava da sua família. O jornalista queria uma exclusividade, aparecer imediatamente depois de ele ressuscitar, mas era difícil de acreditar que após a morte acontecia aquilo que o Anacleto falava.

Dessa vez teve toda a trajetória da morte, de Anacleto fechar olhos lentamente, da passagem da alma pela luz conduzida pela Dona Morte até chegar ao cemitério em vez de Anacleto aparecer direto lá para mostrar como era o processo completo assim que a pessoa morre e cemitério ficou retratado como um lugar animado e perfeito, com direito até de jogar futebol e baile às sextas-feiras, como o melhor lugar para ficar. Era comum ter histórias em que fantasmas não gostavam de ter morrido e depois acaba gostando de lá, nessa o Anacleto gostou de lá do início ao fim.

Mostrou tema de vida após a morte, curiosidade que muitos tem, sem saber como é de verdade, já que ninguém voltou para contar como é. Foi tudo de forma leve e humorada, para amenizar a morte, não dizer que era ruim morrer. O cemitério do Penadinho representa o purgatório, onde as almas esperam se vai para o céu ou para o inferno ou reencarnar e era o Penadinho quem recebia essas novas almas. No caso, então, o purgatório que era o melhor lugar para se viver. 

Tiveram vários absurdos típicos de histórias em quadrinhos. Foi engraçado o Cranicola servir como bola na partida de futebol, contra a vontade dele, fantasma ter dor ao receber bolada do Cranicola, festa em cemitério. Engraçado também Dona Cegonha mandar Dona Morte arrumar um óculos para ler direito a sua lista e interessante casais da festa de diferentes espécies como Zé Vampir com fastasma, Lobi com cachorrinha de verdade. É incorreta atualmente por envolver vida após a morte, dizer que morrer não é ruim, espiritismo, família chorar diante do corpo do Anacleto em hospital, grupo de invocação de espíritos, sem chance história assim hoje em dia.

Curiosidade da Dona Morte falar o bordão "Não, Pedro Bó" como referência ao personagem Pedro Bó, interpretado por Joe Lester no quadro do Pantaleão, personagem interpretado por Chico Anysio no programa "Chico City". O bordão virou sinônimo de resposta a alguém que faz uma pergunta idiota. Não era muito comum o Parque da Mônica ser citado em histórias que não eram ambientadas lá, quando acontecia, eram em histórias publicadas naquela revista como nesta história. Também raramente tinha mais de uma história do Parque na revista, o certo era só a de abertura e as demais, histórias normais.

Traços ficaram bons, típicos de histórias de miolo dos anos 1990 e colorização bem bonita, adorava as cores assim do segundo semestre de 1995 com degradê em todos os quadrinhos, seja ambiente externo ou interno, até em arbustos e gramas e nos balões com degradê quando eram coloridos em fundo branco. Tiveram alguns erros como bigode do médico de cor da pele na primeira página, Anacleto ter aparecido de céu claro na página 2 da história e Anacleto de boca fechada no terceiro quadrinho da página 3 da história. 

Créditos - Marcos Alves: 
https://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2024/02/turma-do-penadinho-hq-vida-do-lado-de-la.html

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