sexta-feira, 22 de abril de 2022

Arquivos Turma da Mônica N°1.036 - Cascão: HQ "Um duelo a água"

Capa de 'Cascão Nº 63' (Ed. Abril, 1985)

Mostro uma história em que o Cascão foi intimado pelo Cebolinha a duelar com revólver de água, deixando muito nervoso com isso. Com 8 páginas, foi história de abertura de 'Cascão Nº 63' (Ed. Abril, 1985).

Cascão e Cebolinha estão jogando bafo na rua e Cascão afirma que Cebolinha roubou nas figurinhas. Cebolinha imediatamente tira o sapato e a meia e dá um tapa no rosto do Cascão com a meia para desafiá-lo em um duelo de honra. Cebolinha explica que ninguém o chama de ladrão sem mais nem menos e aí o mocinho desafia o bandido batendo na cara com uma luva como ele viu em um filme de cavaleiros e como não tinha luva, usou a meia.

Então, Cascão tira o seu calção e dá um tapa no rosto do Cebolinha com o calção, aceitando o desafio e pergunta que armas vai querer para o duelo, se é um estilingue, espada de madeira ou canudinho de papel e Cebolinha diz que é revolver d'água. Cascão se apavora e tenta convencer o Cebolinha não levar a sério, que foi tudo brincadeira, mas Cebolinha não aceita e fala que Cascão está com medo e vai espalhar que é covardão. Cascão manda encontrá-lo às 3 horas no campinho, Cebolinha diz que a cidade é pequena para os dois e vão embora um rosnando para o outro.

Quando Cascão não vê mais o Cebolinha, começa a chorar, falando que está perdido, não devia ter provocado o Cebolinha, ficou nervoso e não quer duelar com revólver d'água. Cascão pretende pedir desculpas, mas volta atrás porque não quer ter fama de covarde e depois volta para falar com o Cebolinha porque nunca foi de valentia mesmo. No caminho, vê loja de brinquedo, admira arma e se imagina como caubói valente, mas que por acidente a água do revólver cai na sua cara e desmaia.

O vendedor da loja vê, leva o Cascão para loja para mostrar que a arma é inofensiva e convence Cascão a comprar. Ele sai da loja com pavor e agora a tarefa mais difícil é encher a arma com a água da torneira no campinho. A princípio tem medo, mas ao lembrar do Cebolinha o chamando de covardão, aí tenta abrir a torneira. Desiste por não conseguir, mas um garoto que estava perto, abre a torneira e põe a água na arma. Cascão agradece o menino pelo "favor" mal vindo e foi bem em cima das 3 horas.

Cebolinha aparece para o duelo. Um encara o outro por um tempo até que Cebolinha revela que quer pedir desculpas, ele teve ideia de falar com a mãe sobre o duelo e ela o mandou pedir desculpas, até porque já viu o filho trapaceando em um outro jogo. Cebolinha vai embora com a Dona Cebola e no final já fora de perigo, Cascão se imagina um caubói de faroeste como o grande vencedor do duelo, dizendo que sorte dele da mãe impedir porque ganharia o duelo se acontecesse.

História bem legal com o dilema do Cascão de duelar com o Cebolinha e se molhar com o revolver d'água ou não duelar e ficar com fama de covarde diante dos seus amigos. Cascão ate chega a decidir não duelar, mas com imprevistos do vendedor fazer a cabeça dele de comprar uma arma e o menino enchê-la de água para ele, teve que começar o duelo, mas foi salvo pela Dona Cebola de mandar o Cebolinha pedir desculpas sabendo que o filho fazia trapaças nos jogos.

Se brigassem na hora, não precisava fazer duelo, ideia do Cebolinha por ter visto no filme. Ele queria aproveitar a situação para molhar o Cascão, mas não deu certo. Foi engraçado ver os meninos levando tapa na cara um do outro com meia e calção, o medo do Cascão ficar de duelar para não se molhar, imaginar que a água caiu nele ao disparar a arma, desmaiar na porta da loja, vendedor jogar lábia para ele comprar a arma e o menino abrir torneira e encher a arma com água para ele, pensando que estava ajudando o Cascão, mas estava era atrapalhando.

Curtinha essa e muito divertida. Sem chance uma história assim hoje, envolvendo brigas, duelos, personagens com armas na mão, mesmo sendo de brinquedo, nada disso pode nos gibis atualmente. Nem tem mais histórias de faroeste por conta de armas e costumam alterar histórias em almanaques colocando uma garrafa squeeze no lugar da arma ou simplesmente apontar dedo como se fosse a arma. Cascão tirar calção e ficar só de cueca também não pode. Os traços muito bons, típicos das histórias dos anos 1980. Nas propagandas inseridas nas histórias teve a do lápis "Labra", sempre presente nos gibis da época, dessa vez só na primeira página.

A capa do gibi 'Cascão Nº 63' teve referência à história de abertura com o Cascão imaginando o duelo em um ambiente de faroeste. Nos gibis de 1984 e início de 1985 prevaleceram capas do Cascão, Chico Bento e Mônica com alusão à história de abertura em vez de piadas e não só as do Cebolinha, quase todas foram assim em grande sequência nesse período, depois voltaram com as piadinhas, deixando as com alusão à história só nas especiais. Essa história foi republicada depois em 'Coleção Um Tema Só Nº 19 - Cascão x Água' (Ed. Globo ,1998).

Capa de 'Coleção Um Tema Só Nº 19 - Cascão X Água' (Ed. Globo, 1998) 

Créditos ;) Marcos Alves: https://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2022/04/cascao-hq-um-duelo-agua.html

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