domingo, 23 de março de 2025

Arquivos Turma da Mônica N°1.353 - Mônica: HQ "Deixe-me ler o seu pensamento?"

Capa de 'Mônica Nº 32' (Ed. Globo, 1989)

Mostro uma história em que a Mônica passa a ler pensamentos dos outros por causa de uma fada, causando muitas confusões para ela. Com 15 páginas, foi publicada em 'Mônica Nº 32' (Ed. Globo, 1989).

A fada Fiona consegue ser fada-madrinha diplomada pela Fadona após passar nos testes e agora recebe varinha de condão e pode realizar desejos das pessoas, só que tem que ser desejos sinceros, razoáveis, inofensivos e que tragam felicidade para a pessoa que pediu e Fiona sai animada para estrear a varinha.

Enquanto isso na Terra, Mônica vê o menino fofo Marquinhos e não tem coragem de perguntar para ele se gosta dela porque é tímida também. Mônica tenta puxar assunto com ele, que sai fora logo correndo com sua timidez. Magali  diz que não deu tempo de saber se Marquinhos era um amor e se gosta da Mônica, que pergunta se ela não notou o olhar, a forma de dizer "oi" não foi de quem está apaixonado.

Magali acha que foi normal, Mônica pensa que ela está com inveja, vai ver que gosta do Marquinhos e quer que ela desista e a chama de falsa amiga. Magali diz que não está nem aí para ele e que ela pode ficar com aquele boboca. Mônica diz que boboca é ela e as duas vão embora.

Mônica lamenta que brigou com a Magali, se pergunta como vai saber se o Marquinhos gosta dela por ser tão tímido e diz que queria tanto ler os pensamentos. Fada Fiona atende o desejo da Mônica. 

Em seguida, aparecem Cebolinha e Cascão, Mônica diz que acha que viu uma alucinação. Cebolinha pensa que além de baixinha, dentuça e gorducha, está ficando pirada. Mônica lê o pensamento e quer bater nele. Cascão pensa que imagine se ela soubesse que estão armando plano infalível de se vestirem de coelho de pelúcia para buscar o filho Sansão. Mônica diz que a fantasia de coelho não vai dar certo e bate neles.

Depois, Mônica encontra Humberto cantando "Vou de Táxi" da Angélica. Mônica acha que ele falou e Humberto diz que ela está ouvindo coisas porque ele é mudinho. Mônica diz que ele fala sem abrir a boca, assim como o homem e a mulher que passaram na rua. Humberto comenta que ela está lendo pensamentos. 

Mônica fica feliz que a fada era de verdade e que realizou seu desejo e acha que vai ser divertido. Ela lê o pensamento do homem que a acha dentuça e ela grita que dentuça é a vovozinha. Depois, Mônica. encontra Franjinha, Jeremias e Titi, que à princípio a cumprimentam normalmente e ao mesmo tempo pensam que ela é gorducha, dentuça e baixinha e ela bate neles comentando que se continuar a ler pensamentos, vai bater neles o tempo todo. E percebe também falsidades das pessoas nas conversas, pensando o contrário que falam em voz alta.

Em seguida, Mônica vê um bandido pensando no assalto ao banco que iria fazer e chama um guarda, contando que ele tem uma arma. O bandido fala para o guarda que é precaução devido aos assaltos. O guarda fica com a arma e avisa para ele ficar longe dos bancos. O bandido pensa que a Mônica é enxerida e até parece que lê pensamentos. Mônica diz que lê mesmo e que é melhor ser enxerida do que roubar. O bandido acha espantoso e sequestra a Mônica, a colocando em um saco e a leva para o seu esconderijo para que ela o ajude a faturar mais que assaltar bancos descobrindo segredos de Estado e cobrar uma nota para revelar nada.

O bandido prende a Mônica no quarto do esconderijo com porta de aço revestida de madeira após ela dizer que não vai ajudá-lo e pensa que vai deixar a chave na mesa que não tem perigo e vai dormir. Mônica diz que leu o que ele pensou e pode fazer nada e chora. Nisso, Magali está no lado de fora, pensando que é chato brincar sem a Mônica, não devia ter discutido e vai pedir desculpas quando encontrá-la. 

Mônica lê o pensamento dela e grita para Magali ajudá-la, para entrar no barracão e pegar a chave em cima da mesa. Magali pega a chave e elas fogem. Mônica conta que agora ela lê pensamentos e vão direto falar com o Marquinhos. No caminho, tem uma multidão passando e Mônica fica com dor de cabeça de tantos pensamentos ao mesmo tempo.

Nessa hora, a Fadona descobre que a Fada Fiona permitiu um mortal ler pensamentos e vão direto lá desfazer o pedido. Fiona desfaz o encanto bem na hora quando Mônica está de frente ao Marquinhos. Ela não consegue ler o pensamento dele e Magali acha que ele é um cabeça-oca. 

Marquinhos vai embora, Mônica conta que também não consegue mais ler os pensamentos da Magali, acha que foi bom ter voltado ao normal, é chato saber o que todo mundo pensa e se o Marquinhos gosta dela, um dia vai descobrir. No final, Marquinhos escondido atrás da árvore e pensa que um dia criar coragem para se declarar para Mônica, se pergunta se ela não gostar dele e queria que pudesse ler pensamentos.

História legal cheia de reviravoltas em que a Mônica passa a ler pensamentos dos outros após ter seu pedido realizado por uma fada. Ela queria ler pensamentos pra saber se o Marquinhos gostava dela e passou vários sufocos até conseguir ficar de frente com o Marquinhos,  só que quando vai ler pensamento dele a fada desfaz o encanto e ela fica sem saber, porém nem desconfia que o Marquinhos gosta dela de fato e tem timidez e medo de levar fora.

Fada Fiona não tinha noção do que podia ou não ser realizado, tem coisas que poderiam ser perigosas, se soubesse, não teria realizado pedido de ler pensamentos. Mônica descobriu vantagens e desvantagens de ler pensamentos das pessoas, pior foi descobrir que as pessoas adoravam xingá-las nos pensamentos. 

Quando não era poço dos desejos era fada que conseguia realizar desejos dos personagens. O Marquinhos com sua timidez também queria ler pensamentos, talvez teria mais sorte se a Fada Fiona tivesse o visto primeiro.  Como uma fada não vai realizar desejos assim, quem sabe ele encontre um poço de desejos para ter seu desejo atendido.

Mônica forte poderia usar a força e arrombar a porta e bater no bandido. Talvez não quiseram esse artifício para Magali ter que entrar no esconderijo  salvar a Mônica e conversarem depois. Tiveram sorte que ele deixou a porta de fora aberta e, assim Magali pôde salvar a Mônica. O bandido não teve punição depois, continuou solto e até poderia voltar a encontrar a Mônica já que estavam no mesmo bairro. Pode ser que não queria prolongar a história mostrando desfecho para ele. Bandido era participação especial, gostavam de histórias de participação rápida dos bandidos que nem influenciaria na trama se não colocassem.

História escrita por Rosana Munhoz, foi inspirada em desejos de pessoas de saber o que os outros pensam, sempre um assunto do imaginário popular. Os conflitos com os pensamentos foram engraçados como diálogo com Cebolinha e Cascão que acabaram apanhando por pensarem demais. Cascão sem querer estragou o plano infalível sem falar nada, só através do seu pensamento a Mônica descobriu tudo. O homem que pensa criticando que a Mônica era uma menina dentuça foi hilário e Titi realmentenãopodia xingar Mônicade dentuça,  acabou cargo ficando com o Franjinha. 

Foi engraçado também o Humberto cantar "Vou de Táxi" em pensamento, a letra da música não teve paródia, nem sempre parodiavam coisas famosas na época. O papo dos homens com letras foi pra representar algo genérico de uma conversa qualquer que falavam alguma coisa e a letra do pensamento não era a verdadeira opinião deles. Em vez de criar diálogos, deixaram genérico para poder agilizar e qualquer um imagina a conversa real que tiveram. As fadas apareceram só nesta história como de costume de personagens secundários de aparições únicas. 

Dava para notar de cara que o Marquinhos era tímido e gostava da Mônica,  só Magali tapada para não perceber isso. Mônica e Marquinhos se gostavam, mas não tiveram coragem de se declararem, de tomarem uma iniciativa. O Marquinhos foi mais foi mais um menino fofo "inho" por quem as meninas eram apaixonadas, cada história era um "inho" diferente. Marquinhos voltou a aparecer depois no final da história "O pixador apaixonado", de Mônica Nº 42', de 1990, como descoberta do mistério de quem pichava o muro fazendo declaração que ama a Mônica. Não teve nome revelado do menino naquela história, mas os traços eram o mesmo dessa. Davam para terefetivado o Marquinhos o menino como admirador secreto da Mônica que nunca consegue se declarar para ela.

Incorreta atualmente por interesse de crianças de namorar um ao outro, ter bandido querendo assaltar banco a mão armada, sequestrar Mônica, colocá-la dentro do saco e mantê-la em cativeiro e ainda sem ser punido no final, meninos apanharem e aparecerem surrados, Cebolinha pensar errado em pensamentos (hoje ele obrigatoriamente pensa sem trocar o "R" pelo "L"), além de palavras e expressões proibidas como "Droga!", "Credo!", "É a vovozinha!", "louca".

Traços ficaram excelentes típicos de histórias de abertura do final dos anos 1980. Já tinha olhos com curvas sem fundo branco para demonstrar excesso de raiva, tristeza, etc, adorava olhos assim. Era bonita a colorização onde o roxo ficava no lugar do rosa, bom também para diferenciar, mas em algumas páginas mantiveram o rosa. Tiveram erros ortografia "Chi!" do Cebolinha que devia ser "Xi!" e também no nariz do Humberto quando a Mônica diz que ele falou no 4º quadro da 6ª página da história (página 8 do gibi) e esqueceram de pintar de azul parte de trás do paletó do bandido no 2º quadro da 12ª página da história (página 12 do gibi). 

Créditos - Marcos Alves: https://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2025/03/monica-hq-deixe-me-ler-o-seu-pensamento.html

Charges/Cartuns! ★ N°309.101 a N°309.200