quarta-feira, 21 de agosto de 2024

Arquivos Turma da Mônica N°1.288 - Silvio Santos nos gibis da Turma da Mônica

O apresentador Silvio Santos morreu no último dia 17 de agosto de 2024 e em homenagem relembro histórias da Turma da Mônica que tiveram presença ou citação ao eterno grande comunicador da televisão.

Senor Abravanel, o Silvio Santos, foi um grande comunicador, durante quase 60 anos apresentando seu "Programa Sílvio Santos" aos domingos na televisão, sempre muito animado e quadros de sucesso como "Domingo no Parque, "Namoro na TV", "Topa Tudo por Dinheiro" entre outros, já no seu canal de televisão, o SBT, inaugurado em 1981.  Morreu aos 93 anos de idade no último sábado,  17 de agosto por causa de uma broncopneumonia como consequência agravante de gripe H1N1 e quis o destino ser justamente 2 dias antes do aniversário da inauguração do SBT, em 19 de agosto. 

A MSP sempre procurou mostrar os famosos em suas histórias, todos que eram bem conhecidos na atualidade tinham presença nos gibis interagindo com as personagens ou fazendo participação rápida especial ou apenas sendo citado. Não tinham traços fixos, variavam de cada desenhista, e era legal que os famosos podiam se dar mal, podiam acontecer de tudo com eles dependendo dos roteiros. Durante a fase da Editora Abril e uma parte da Globo os nomes das celebridades podiam ser parodiados ou não, depois foram sempre parodiados e eram muito criativos nos nomes inventados. Com o Silvio santos não podia ser diferente e teve várias presenças ou citações nas histórias da turma.

A primeira vez que Silvio Santos apareceu foi logo na edição 'Mônica Nº 1' (Ed. Abril, 1970) na história "Cascão não quer sabão". Sílvio informa que a casa do Cascão foi sorteada no concurso para ganhar 10 milhões de cruzeiros se Cascão tomar 90 banhos em 90 dias seguidos e dizer uma frase boa sensação de limpeza a cada banho com a marca de sabonete. Cascão resiste e depois só aceita porque usaria um creme impermeabilizante do Franjinha que não deixava a água passar no corpo, mas ainda surgia medo no Cascão de ver a água o atingindo. Mesmo a Mônica dando vários socos no Cascão para ele não vê a água caindo do chuveiro, ele gasta o sabonete mesmo é fazendo bolinhas de sabão escondido enquanto fingia tomar banho com o chuveiro ligado.


Outra aparição foi na história "Pipa na TV", de 'Cebolinha Nº 1' (Ed. Abril, 1973). Pipa fez Silvio Santos passar vergonha com os deslizes dela no programa ao vivo, sem saber que estava sendo inconveniente, seja mostrando defeitos de bastidores ou tietando os cantores famosos ao vivo. Foi Legal ver os cantores Antonio Marcos e Jerri Adriani em evidência nos anos 1970, mostrando como MSP gostou de mostrar famosos em evidência na atualidade. Coincidência do Silvio Santos aparecer tanto em 'Mônica Nº 1' quanto em 'Cebolinha Nº 1' da Editora Abril.


Na história "O profeta" (Cebolinha Nº 63' (Ed. Abril, 1978), em que o Cebolinha passa a ter visões do futuro como um profeta depois que leva uma pedrada na cabeça. Sílvio Santos vê que Cebolinha prevê lançamento de flecha na direção dele e o convida para o programa dele para ganhar audiência com o menino profeta e faturar, só que durante o programa Cebolinha leva coelhada da Mônica e perde o dom de prever o futuro e no final Cascão prevê que Cebolinha vai parar no hospital e não precisa ser profeta apra saber disso. 

Engraçado que o Sílvio se dando mal com a previsão que tinha uma lata no caminho. Foi a primeira vez que Sílvio teve um nome parodiado, dessa vez se chamou "Sirvo Santos", nas aparições anteriores não teve nome revelado. E a história em si foi em referência a novela "O Profeta" de 1977, grande sucesso da TV Tupi, ou seja, sempre antenados com a atualidade.
 

Na história "Chico na Tevê", de 'Cebolinha Nº 85' (Ed. Abril, 1980), Chico Bento vai ao programa Sílvio Santos" com o primo da cidade e manda carta para família toda e amigos assistirem que vai aparecer na TV. Todos se reúnem na casa de alguém que tinha TV em casa e Chico aparece invadindo as câmeras, causando muita confusão, chegando a ter brigas e pancadarias durante o programa ao vivo para tirarem o Chico de lá. No final, volta para casa todo quebrado e todos da casa queriam que o Chico ensinasse todos os golpes de luta livre que ele deu no programa. 

O Chico era para ficar na plateia, mas ele pensava que era para aparecer diante das câmeras e conversar com o Sílvio e ainda passou essa ideia para a família, por isso fez o que fez. Dessa vez o nome parodiado foi "Silvo Santo", a imagem na televisão foi pintada de amarela para simbolizar que era TV em preto-e-branco. Na época, ter TV colorida era artigo de luxo e como estava representando uma área rural pobre que já era difícil alguém ter eletricidade, quanto mais ter uma TV e ainda por cima uma colorida. Essa história teve o cantor Sidney Magal parodiado como "Sidei Magalo" e foi uma das últimas da Turma do Chico Bento sem falar caipirês, que foi adotado 2 meses depois. 


Em "É a Pipa na Paquera na TV", de 'Mônica Nº 199' (Ed. Abril, 1986), Pipa vai ao programa para arrumar namorado e esquecer da briga com o Zecão, ela até tenta arrumar um, só que com a invasão do Zecão ao estúdio, dando pancadaria e até Sílvio Santos apanhando, acaba o casal voltando às boas como se nada tivesse acontecido. Marcou a volta da Pipa em um programa do Sílvio, o nome do Sílvio não foi mencionado, o nome do programa "Paquera na TV" foi paródia do programa "Namoro da TV" e legal que parodiaram até o nome do canal, já que o "SBT" se chamava "TVS" e na história apareceu como "TV Eçis".


Em "Vestidinho amarelo", de 'Mônica Nº 53' (Ed. Globo, 1991), em que a Mônica se cansa de usar vestido vermelho e pede ajuda a Magali para ver um vestido novo para ela, foi um caso em que o Sílvio não aparece, mas foi citado em um quadrinho pela Magali que o baú que ela tinha em casa era maior que o do Sílvio Santos (parodiado de Sílvio Santo), com referência ao "Baú da Felicidade" em que o Sílvio administrava. Valeu a homenagem, sem dúvida.


Em "Pensando no futuro", de Magali Nº 84' (Ed. Globo, 1992), um monólogo da Magali, falando sozinha em casa que nem uma maluca, desesperada que não tinha nada para comer até a mãe chegar da feira e ela faz uma comida sozinha bem gogoroba e dá dor de barriga e no final come para valer e sem parar porque do jeito que cozinha vai ter que fazer regime forçado quando crescer e morar sozinha. Não teve foco no Sílvio Santos, mas teve uma homenagem no primeiro quadrinho com a Magali assistindo ao "Programa Sílvio Santos" enquanto estava sozinha em casa em um domingo com a música "Sílvio Santos vem aí" que abria o programa parodiada como "Sálvio Sintos nem aí... Lálálálálálá...". Maravilhosa.


Em "Topa tudo por amor!", de 'Mônica Nº 114' (Ed. Globo, 1996), Mônica vai ao programa do Sílvio Santos por indicação do Cebolinha que sabia que o Fabinho era apaixonada por ela e pensava que ele ia se declarar no programa, mas era plano do Cebolinha, o Fabinho não suportava a Mônica e a fez passar vergonha e teve muita confusão. Essa é clássica, é a história que o pessoal mais conhece, muito engraçada e deu sensação de que eles estavam realmente no programa do Sílvio e a caricatura idêntica dele. A paródia do programa "Em nome do Amor", com junção de outro programa clássico "Topa tudo por dinheiro" e o nome parodiado do Sílvio foi "Sálvio Sintos".


Em "Pelos canais da tevê", de Chico Bento Nº 261' (Ed. Globo, 1997), Chico vai parar dentro da televisão depois de levar choque com o emaranhado de fios ao tentar pegar o ioiô que caiu perto da TV e cada vez que o primo Zeca trocava de canal pelo controle remoto, o Chico ia para um programa de televisão diferente. Foram muitos programas mostrados, como Jornal Nacional com Cid Moreira, desenho Tom e Jerry, entre outros, e o primeiro desses programas, Chico foi parar no "Programa Sílvio Santos" e virou calouro cantando música que a Vó Dita cantava para ele. Cantou tão mal que Sílvio precisou retirá-lo do programa. A história não teve foco no Sílvio, mas a parte que apareceu foi bem marcante.


A "Casa dos Artistas", de 2001, foi um grande marco do Sílvio santos e do SBT, um reality show de confinamento de artistas que deu muita audiência, superando até a TV Globo. Por ser novidade, todos queriam assistir e que depois resultou na criação do "Big Brother Brasil" da Globo e ""A fazenda" da TV Record. 

A MSP pegou carona no sucesso da Cada dos Artistas" criando a história "A Casa dos Famosos", de Chico Bento Nº 398' (Ed. Globo, 2002), em que a casa com os famosos era situada na casa em frente à lagoa, perto do sítio do Chico Bento e ele e Rosinha entram lá escondidos e interagem com os artistas confinados aparecendo ao vivo na TV. O Sílvio Santos aparece só no final, desistindo do programa, já  que todos participantes desistiram por causa de Chico dizer que liberdade é melhor do que ficar trancado lá por dinheiro. Um membro da equipe querendo que o sítio do Chico fosse confinamento rural dos artistas, Seu Bento não aceita e acaba Sílvio Santos querendo nadar na lagoa com os famosos, mas que não seja filmado para ninguém na imprensa ficar falando. Com os famosos queria que tudo fosse monitorado, mas na vez dele, tinha que ser  tudo secreto. Interessante foi mostrar os participantes da primeira edição como, por exemplo, Supla e Bárbara Paz e o confinamento rural desejado pela equipe do sítio acabou se concretizando depois na vida real com a criação de "A Fazenda" na Record.


"Casa dos Artistas" também foi tema de outra história "Casinha dos Artistas", de 'Parque da Mônica Nº 114' (Ed. Globo, 2002). O Sílvio não aparece na história, mas é lembrado no frontispício da revista, com o Cebolinha como o Sílvio Santos apresentando a história que viria a seguir ao virar a página. Dessa vez um personagem encarnando o apresentador, Cebolinha teve honra de ser Sílvio por um dia. Curioso que até o logotipo do programa original deixaram parecido. 


A história "Casinha dos Artistas", dá ideia de que a turma vai brincar de "Casinha dos Artistas", dentro da atração "Casa da Mônica" do Parque da Mônica. No caso, A "Casa da Mônica" serviu da casa de confinamento e os artistas eram os bonecos da turminha: Sansão, Ursinho Bilu, Porco Juju e Capitão Pitoco, bonecos de Mônica, Magali, Cascão e cebolinha, respectivamente. Sendo que tudo que faziam dentro de casa era visto pelos frequentadores do Parque da Mônica e no final o Mauricio e os roteiristas estavam observando também através da leitura da revista, representando os leitores que também observam tudo que os personagens fazem. Depois dessa, histórias com personagens em programa de confinamento foram com referência ao "Big Brother Brasil" da Globo, tiveram várias assim.


Na história "Setentônica" , de 'Mônica Nº 37' (Ed. Panini, 2023), em homenagem aos 60 anos da Mônica, na viagem para a primeira revista da Mônica de 1970, volta o Sílvio Santos daquela edição quando elas tentam recuperar a história "Cascão não quer sabão". Foi uma aparição rápida e apenas uma homenagem à história antiga e ao Sílvio e muito interessante que a sua última aparição nos gibis enquanto vivo foi como uma volta da sua primeira aparição. 


Além das histórias nos gibis, a turma e o Mauricio de Sousa apareceram em alguns programas do Sílvio na televisão, um programa bem famoso foi da  "Porta da Esperança " em 1986 em que um menino ganhou encadernado com a coleção de gibis da Mônica da Editora Abril da "N° 1",  de 1970, até a "N° 195" de 1986. E também a MSP prestou homenagens públicas ao Sílvio com ilustrações próprias bem caprichadas. Quando o Sílvio completou 85 anos, fizeram essa ilustração com ele segurando aviãozinho de dinheiro, especialmente para o livro "85 vezes Sílvio Santos - Melhores Caricaturas do Rei Dos Domingos", que reunia caricaturas dele de diversos artistas famosos. 


Em 2023, em comemoração aos 60 anos do "Programa Sílvio Santos" na televisão, a MSP divulgou essa ilustração com a Mônica e seus pais assistindo o Sílvio pela TV, representando família reunida para assistir ao programa aos domingos. 


E hoje, dia 18 de agosto, após a sua morte, a MSP divulga essa linda ilustração com o Sílvio Santos chegando ao Céu com Anjinho e outros anjos recebendo auréolas dele. Foi  a homenagem deles da partida do Sílvio, como sempre fazem com artistas de grandes nomes nos últimos anos que se vão e o Sílvio não podia ficar de fora.


Todas as aparições do Sílvio Santos foram bem divertidas e alegres como ele próprio era, até se dava mal junto com as personagens, era muito bom. Valeu a homenagem a esse grande comunicador, o Rei da TV, que vai fazer falta, grande perda, sem dúvida. Descanse em paz! 

Créditos - Marcos Alves: 
https://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2024/08/silvio-santos-nos-gibis-da-turma-da-monica.html

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