sábado, 13 de janeiro de 2024

Arquivos Turma da Mônica N°1.225 - Magali: HQ "Programada para comer"

Capa de 'Magali Nº 10' (Ed. Globo, 1989)

Compartilho uma história clássica da Magali em que ela é sequestrada por um dono de pizzaria para que ela leve as outras pizzarias à falência comendo todo o estoque de pizzas delas. Com 14 páginas, foi publicada em 'Magali Nº 10' (Ed. Globo, 1989).

Escrita por Rosana Munhoz, começa na pizzaria do Seu Guido, que pergunta ao garçom Carlito como anda o movimento. Carlito diz que está melhorando, de manhã tinham 3 moscas no salão e agora tem 8. Guido bate na massa, reclamando que faz meses que ninguém entra lá. Carlito lembra que teve um cobrador que foi semana passada, Guido relembra que ele não aceitou pagamento em pizzas e está arruinado, ainda mais com a concorrência, só tinha pizzaria uma do lado da outra na rua.

Seu Guido resolve dar um jeito de vencer seus concorrentes, mesmo que suas pizzas são horríveis e vai na rua para refrescar suas ideias. Diz que queria que a sua pizzaria fosse a única da cidade, aí todos iriam procurá-lo. Nesse momento, um outro dono de pizzaria surge louco, arruinado por Magali ter entrado lá e comeu todo o estoque de pizzas dele no rodízio.

Magali pergunta pela pizza de atum que pediu, o garçom diz que tem mais nada por ela ter comido tudo e ela vai embora com a Mônica reclamando da pizzaria. Seu Guido diz ao Carlito que precisam da Magali e vão atrás dela. Guido pergunta onde ela mora, Magali não quer dar porque os pais falaram que não é para dar endereço para estranhos. Guido pergunta onde mora os pais dela e Magali diz que é na Rua do Limoeiro, 35.

De noite, Guido e Carlito aparecem com paus de macarrão enquanto a Magali dorme e quando tenta ensacá-la para sequestrá-la, Magali acorda e se assusta. Guido diz que quer levá-la para pizzaria e ela se anima para entrar no saco e é levada. Na pizzaria, Guido dá uma pizza para Magali e diz ao Carlito que com o apetite dela, vai arruinar todos os seus concorrentes. Magali fala que foi a pior pizza que ela comeu, mas quer mais duas. 

Guido fala para ela entrar em todos os rodízios da cidade e devorar todas as pizzas até a última azeitona. Magali diz que parece legal, mas acabou a mesada dela.  Guido conta que ela não vai pagar e as pizzarias que não têm rodízio, eles vão assaltá-las de noite. Magali acha isso contra a lei e acha maldade a dele se tornar a única da cidade porque as pizzas são horríveis e se recusa a participar. Guido conta que está com o Mingau e ameaça que se não colaborar, o gato dela vira pizza. Assim, ela aceita.

Assim, as pizzarias da cidade eram assaltadas à noite, as que tinham rodízio eram visitadas por uma família estranha e entregadores de pizza eram assaltados. Até que finalmente a pizzaria do Guido é a única a funcionar na cidade. Todos passam a frequentar, fica cheia, mas os clientes reclamam que a pizza é horrível. E Magali continua sendo prisioneira lá, lamentando se ninguém pode ajudá-la.

No campinho, Cebolinha e Cascão sentem falta da Magali, Mônica deduz que Magali tem a ver com o sumiço das pizzas e vai procurar na pizzaria do Guido. Carlito leva Mônica até onde estava a Magali, que diz que foi obrigada a comer milhares de pizzas, o que foi bom, mas foi para Guido vender suas pizzas. Mônica dá uma coelhada na jaula onde estava o Mingau, cai na cabeça do Guido, fazendo Mingau se soltar. Passa a ter lançamentos de pizzas entre eles, pizzas voam no salão dos clientes, que vão embora, reclamando que a pizza é ruim e eles ainda apanham.

Uma massa de pizza cai na frigideira, Magali prova e acha deliciosa. Então, Guido tem ideia de mudar de ramo e criar uma pastelaria. Com isso, a pastelaria é um sucesso, muitas vendas, as outras pizzarias da cidade reabrem, mas Guido não tem mais concorrência. Ele fala que graças à Magali que descobriu as pizzas fritas, Mônica, que graças a ela que começou a guerra das pizzas, Carlito, graças a ele que deixou a Mônica entrar e Mingau, graças a ele que caiu na cabeça do Guido. Magali acha nada, ela só come.

História muito legal em que a Magali é sequestrada por um dono de pizzaria para que ela possa comer as pizzas das concorrentes e levá-las á falência só para ele ser a única pizzaria da cidade. Magali é obrigada também assaltar as pizzarias e após conseguir seu objetivo, Mônica tenta salvar a Magali e acaba descobrindo que as pizzas fritas se tornam pasteis deliciosos, ajudando Guido a ter seu novo negócio e as pizzarias da cidade reabrirem.

O problema é que além da concorrência de ter várias pizzarias ao lado das outras, Guido ainda cozinhava mal, era a pior pizza da cidade, aí não tinha como alguém entrar lá, o que forçou a ter esse plano. Ele poderia ter pensado em outro ramo no início, ver outra comida que ele poderia fazer, ou, então, pelo menos se mudar para outro local onde não tinha pizzaria perto. Ele só se tornou mal por não conseguir vender as suas pizzas, mas com a descoberta por acaso da Magali, ele se redimiu.

Os vilões não tiveram castigo no final nessa história, às vezes vilões se davam bem, se arrependiam, embora era bem raro acontecer, normalmente se davam mal. Nessa serviu para mostrar perdão já que a Magali mostrou sobre as pizzas fritas senão podia ficar calada, deixar Guido falido. Para ela, foi bom que depois passou a comer lá sempre que quisesse. 

Interessante que não mostraram cenas dos pais preocupados com o sumiço da filha, nem policiais procurando, não devem ter colocado para agilizar a trama, ainda mais por ser um gibi quinzenal de 36 páginas, fora queria dar destaque a Mônica salvar a Magali e a descoberta das pizzas fritas não a polícia. Guido e Carlito apareceram só nessa história, como de costume personagens secundários.

Foram engraçadas cenas como Carlito contar as moscas que ficavam na pizzaria, dizer que vão a falência mais rápido com a Magali indo lá, ela preferir que a mãe conte receitas para para dormir em vez de contos de carochinha e se animar a entrar no saco para poder ir à pizzaria, os três fantasiados fazendo de conta que era uma família e o final para o leitor escolher qual deles foi o grande herói responsável para o sucesso da pastelaria do Guido, para mim foi o Carlito porque se a Mônica não entrasse, não teria confronto e não iriam descobrir sobre as pizzas fritas.

Curiosamente, foi uma das primeiras vezes que foi falado que os personagens moram na Rua do Limoeiro, antes não tinham nome de rua que moravam nas histórias. Só que os personagens não tinham  endereço fixo definido, em cada história colocavam um número de casa diferente. O garçom se chamou Carlito e que depois virou nome do pai da Magali  a partir da história "A avó (comilona) da Magali", de 'Magali Nº 100' (Ed. Globo, 1993). Nos primeiros números da revista da Magali o pai se chamava Paulinho. Pelo visto Rosana gostava desse nome Carlito.

Os traços ficaram ótimos, davam gosto de ver desenhos assim. Completamente incorreta hoje em dia por envolver sequestro da Magali, ser ensacada, ideia de deixar pizzarias concorrentes falidas, ameaça ao Mingau, assaltos às pizzarias e ainda com a colaboração da Magali, que se tornou assaltante obrigada, Carlito apanhar de pau de macarrão e o Guido e Carlito se darem bem no final, nem serem presos. Até personagens narigudos assim iriam implicar atualmente. Curiosamente, essa edição 'Magali nº 10' foi a primeira considerada quinzenal, chegando nas bancas na primeira quinzena de novembro de 1989, 15 dias depois do lançamento da 'Magali Nº 9', de outubro de 1989. 

Créditos - Marcos Alves: https://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2024/01/magali-hq-programada-para-comer.html

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