quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Romeu e Julieta em edição muito especial!
Dentre os lançamentos comemorativos dos 50 anos de carreira de Mauricio de Sousa, aquele que tem sido tratado com certa reserva pelos leitores e colecionadores é Mônica e Cebolinha no Mundo de Romeu e Julieta, agora renomeado Turma da Mônica — Romeu e Julieta.Desde a primeira vez que foi publicada, em novembro de 1978, a HQ foi reeditada em pelo menos seis ocasiões diferentes, e ainda foi capa e tema de suplementos de jornais e teve edição digital no site oficial da Turma.
Em geral, a cada reedição a história ganhou cores novas. E no caso das republicações pela Editora Abril, houve corte de páginas e fusão de capítulos.
A reedição lançada pela Panini nesta Bienal do Livro de Rio de Janeiro, no entanto, difere das demais não apenas por seu acabamento, em papel de qualidade e com capa dura, nem apenas por seu material informativo extra, mas sobretudo pelo trabalho de arte ali aplicado. Todos os fundos de céus estrelados foram redesenhados, substituídos por pinturas delicadas, em total harmonia com o novo colorido dado à história — a cargo de Ana Queila Galli e Mauro Souza.

A equipe da produção original




Yara Maura Silva: texto e letras das músicas
Marcio Roberto Araujo de Sousa: letras e músicas
Emy Yamauchi Acosta: desenhos



Jayme Cortez: direção artística
Alice Keiko Takeda: arte-final
Marcia Regina Marchesini: cores (na versão original)



Yoko Yamassake: cores (na versão original)
Carlos Alberto Pereira: letras
João Luiz de Araujo: acabamento
As edições e reedições



Mônica e Cebolinha no Mundo de Romeu e Julieta — Abril — nov/78
Cebolinha #82 — Abril — out/79 (primeira parte, com cinco páginas a menos)
Mônica #115 — Abril — nov/79 (segunda parte, com sete páginas a menos)



Almanaque da Mônica #31 — Abril — dez/86 (versão editada, com doze páginas a menos)
Coleção Um Tema Só #4 Mônica Superestrela — Globo — nov/93
Gibizão da Turma da Mônica #6 — Globo — mai/97



Coleção Um Tema Só (Edição de Livraria) #9 Mônica Superestrela — Globo — nov/03
Clássicos da Literatura Turma da Mônica #1 — Globo — out/05
Turma da Mônica Romeu e Julieta — Panini — set/09


No ano 2000, a HQ também foi tema de um suplemento distribuído com jornais, com quadrinhos da Turma: Suplemento Pôster Coleção Contos de Fada Turma da Mônica. A tragédia shakesperiana ilustra a capa de duas edições dessa publicação. Há um resumo em texto da HQ, que também serve de tema para os passatempos ali publicados.


Por E. Rodrigues e José Rivaldo Ribeiro
http://planetagibi.blogspot.com/2009/09/romeu-e-julieta-em-edicao-muito.html
Os quadrinhos Disney estão de luto: faleceu Ivan Saidenberg!
Prolífico escritor, cartunista, chargista e roteirista de quadrinhos desde 1960, Saidenberg iniciou a carreira na extinta Editora Outubro, na qual trabalhou até 1963 criando HQs de terror.
Ainda produzindo quadrinhos de horror, além dos gêneros faroeste, guerra e espionagem, ele passou pelas editoras Taika e Royal, chegando à Abril em 1971.
Saidenberg trabalhou na Abril até 1984, na qual viveu o período áureo de sua carreira, criando e desenvolvendo - sozinho ou em equipe - personagens Disney que se tornaram ícones dos fãs da turma de Patópolis no Brasil e conhecidos em outros países. Morcego Vermelho, Zorrinho, Vovô Metralha, Pena Kid, Pedrão, Afonsinho, Morcego Verde, Zé Galo, Biquinho e muitos outros estão nessa lista.
Foi nessa época que firmou com Renato Canini uma das mais celebradas parcerias dos quadrinhos brasileiros. As aventuras que a dupla criou para o malandro Zé Carioca estão no rol das melhores já produzidas pelo hoje desmantelado Estúdio Disney da Abril e resultaram na criação da Vila Xurupita, Anacozeca - a impagável Associação Nacional dos Cobradores do papagaio caloteiro, cuja coautoria é do roteirista Paulo Paiva - e o Vila Xurupita Futebol Clube, como também os primos Zé Pampeiro, Zé Queijinho e Zé Jandaia.
Receber premiações foi uma constante na vida de Saidenberg. Em 2000, ganhou o último de sua coleção (o Ângelo Agostini na categoria de mestre dos quadrinhos nacionais), que inclui ainda o Prêmio Abril em 1979, 1981 e 1983.
O legado artístico de Mestre Said - como era chamado por muitos que com ele trabalharam - consolará os fãs. Mas as boas lembranças que deixou para sua família também são confortadoras. Há quatro anos, nos primeiros de muitos contatos entre o Universo HQ e Ivan Saidenberg para a publicação de uma matéria especial sobre o artista - que não chegou a sair -, sua filha Lucila (que informou ao UHQ sobre o falecimento) prestou um depoimento que permaneceu inédito durante todo esse tempo e encontra agora a oportunidade de se tornar público para expressar um pouco do que foi o artista, como profissional e pai dedicado.
Na mesa do café, contávamos nossos sonhos uns para os outros, coisa que às vezes dava ideias para histórias muito engraçadas. Enquanto meu irmão e eu estávamos na escola (e a casa ficava quieta), meu pai escrevia. A mesa do almoço era também o 'conselho editorial' da família: ele lia para nós a história do dia e todos a comentavam, sugerindo melhorias e piadas.
Muitas vezes, uma ideia para uma história acontecia assim, de uma brincadeira das crianças ou de uma piada, um sonho, uma associação de ideias de qualquer um de nós quatro, que meu pai então desenvolvia.
Eu tenho certeza de que esse processo criativo acontecia e acontece em todas as outras famílias de argumentistas."
O corpo de Ivan Simões Saidenberg será velado nesta manhã no Cemitério Municipal da Vila Júlia, no Guarujá, São Paulo, a partir de 8h30min. O enterro acontecerá no local, às 16 horas. Por Marcus Ramone