Capa de 'Cascão Nº 77' (Ed. Globo, 1989)
Mostro uma história da Dona Morte com a missão de matar o Ano-Velho no último dia do ano. Tem 4 páginas no total e foi publicada em 'Cascão Nº 77' (Ed. Globo, 1989).
Nela, Dona Morte acorda, se despreguiça, falando que nunca dormiu tão bem e percebe que já é quase meia noite e está muito atrasada. Ela lembra que é o último trabalho do ano e no caminho até imagina tirar férias no ano que vem. Ela demora para encontrar a sua vítima, se perguntando aonde ele está, até que encontra um homem, que se assusta com a presença dela, mas Dona Morte vê que não era quem estava procurando e diz que foi um engano, que só vai buscá-lo ano que vem.

Dona Morte fica braba, querendo saber aonde sua vítima se meteu, quando bate meia noite no relógio. Ela ouve uma risada, falando que conseguiu passar da meia noite e ele não foi embora. Descobre-se, então, que a Dona Morte queria buscar o ano 1989, o Ano-Velho, e pela primeira ela fracassou. O Ano-Velho vai continuar vivo por mais um ano. Dona Morte lembra para ele que desse jeito o Ano-Novo não vai nascer e tudo que se passou vai se repetir. O Ano-Velho diz pra ela que sente muito, mas ela perdeu.

Nessa hora, surge um relojoeiro, com suas ferramentas para consertar o relógio da catedral, reclamando que está adiantado outra vez. Como foi defeito do relógio, ainda não era meia noite e então a Dona Morte consegue matar o ano 1989. Ele chora, mas logo em seguida, aparece um anjo falando que ele está na lista que irão reencarnar. Em seguida, aparece Dona Cegonha, com o Ano-Velho, agora como um bebê, que será o Ano-Novo que estava nascendo.
Dona Morte volta para casa, falando que ele conseguiu uma vida nova e já dentro do casarão, ela deseja um feliz Ano-Novo aos leitores, com um ar pensativo. Afinal, se o espírito do Ano-Novo era o mesmo do Ano-Velho, será que 1990 seria um ano novo realmente?

Essa uma história simples e muito boa, sem enrolação, indo direto ao ponto. Muito interessante colocarem os anos como espíritos e que um tem que morrer para o o outro nascer. E ainda fica uma reflexão no ar dos espíritos dos anos serem os mesmos, será que tudo não iria se repetir também.
Era comum de colocar o Ano-Velho representado como um coroa e o Ano-Novo um bebê recém-nascido. Nessa não foi diferente. Na postagem a coloquei completa. Normalmente, quando republicam histórias envolvendo anos, eles mudam para o ano corrente em questão e, mais recentemente, colocam mudam apenas para "Ano-Novo" ou "Ano-Velho no lugar. Os traços ficaram muito bons e caprichados, como sempre na época. Teve crédito a Penadinho no título, mas a história é toda da Dona Morte e Penadinho nem apareceu.

Uma grande curiosidade é que nessa história a Dona Morte morou em casarão velho e abandonado ao invés do cemitério, com direito a cama e tudo. Engraçado a Dona Morte dormir que nem os seres humanos, absurdo que a gente tanto gosta e torna a história mais divertida. Legal também ela falar com o homem que só vai buscá-lo ano que vem e interessante como os personagens falavam "diacho" na época. Nessa mesmo foi 2 vezes. Era mais frequente nas histórias do Chico Bento, mas qualquer um falava isso.
Um Feliz Ano-Novo para todos!!!
Créditos;) Marcos Alves > http://arquivosturmadamonica.blogspot.com.br/2015/12/dona-morte-hq-o-ultimo-servicinho-do-ano.html