quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Arquivos Turma da Mônica N°899 - Penadinho: HQ "Saudade de vida"

Em dezembro de 1990, há exatos 30 anos, foi lançada a história "Saudade de vida" em que o Penadinho reencarnou para sentir de novo os prazeres da vida. Com 5 páginas, foi publicada em 'Cascão Nº 102' (Ed. Globo, 1990).
Nela, Penadinho passa em frente ao Cranicola pensativo e ele pergunta se está no mundo da Lua. Penadinho diz que estava pensando nos prazeres carnais. Cranicola acha que é coisa de açougue e Penadinho explica que há anos não come uma pizza, não sai com  uma garota nem vai a boate porque é fantasma e tem ideia de falar com a Dona Morte para ajudá-lo.

Dona Morte faz Penadinho reencarnar por uma hora e, por estar vivo, sai do cemitério e vai direto a uma sorveteria. Lá, ele toma vários sorvetes, mas como não tinha dinheiro para pagar, tem que lavar todos os pratos da sorveteria. Após terminar bem cansado, tenta paquerar uma garota, mas era comprometida e o namorado dela dá um soco no Penadinho, que lembra que não sentia dor há muito tempo.

Depois, Penadinho resolve mergulhar no rio, gosta da sensação, mas lembra que não sabe nadar e acaba morrendo afogado. Ele volta ao cemitério, com Dona Morte falando que esgotou o tempo e se precisar de algo, só dizer. Cranicola acha que Penadinho aproveitou bastante o tempo que ficou vivo por causa da cara feliz dele e Penadinho diz que vai começar aproveitar agora e dorme no seu túmulo, feliz convencido que a vida após a morte é bem melhor.

Muito legal essa história, mostra as vantagens e desvantagens de ser vivo e de ser morto. Penadinho resolve reencarnar para voltar a sentir as sensações carnais de quando era vivo. Como era fantasma, não sentia mais nada e tinha saudade. Não teve experiência muito agradável no Mundo Real por voltar a sentir cansaço ao lavar louça, sentir dor ao levar surra na rua por ter paquerado garota comprometida e sofrer com afogamento, e concluiu que a vida após a morte, ser um fantasma é bem melhor que a vida dos humanos. 

Pelo menos, ele voltou a sentir coisas boas como tomar sorvete, paquerar garota e ficar em um rio, mesmo se dando mal depois em todas as situações. Foi engraçado o diálogo inicial com o Cranicola, com ele falando que Penadinho pensar é coisa grave e dizer que prazeres carnais é coisa de açougue. Histórias mostrando como era o Penadinho vivo, como foi a sua vida antes de morrer e de quê ele morreu sempre eram bem envolventes. 

Nessa teve diferencial da Dona Morte fazer reencarnar o Penadinho no lugar da Dona Cegonha. Pelo visto, o roteirista queria que o Penadinho contracenasse só com um personagem, até também para agilizar a história e deixar mais objetiva. Ainda mais que para matá-lo de novo para voltar ao cemitério teria que ser a Dona Morte. Já aconteceram outras vezes da Dona Morte exercer também a função de reencarnar as pessoas que ela matou por engano.

Também já tiveram outras histórias com Penadinho ficando vivo de novo, só que sempre o retratando de uma forma diferente já que na MSP nunca teve uma cronologia fixa. E bom nessa história que, para voltar a ser fantasma no cemitério, ele precisou morrer de novo e dessa vez morreu por afogamento, no caso herdou característica da outra vida de não saber nadar. Já tiveram outras versões de morte dele, nunca teve uma oficial, por não ter cronologia na MSP, porém a mais famosa é ele ser esmagado por um trator de compactador de metais de mil quilos, na história "A verdade sobre as pernas curtas", de Cascão Nº 167' (Ed. Globo, 1993). 

Legal também com o Penadinho vivo, ele também ser baixinho e formato de cabeça como sua versão fantasma e acabaram não colocando uma camisa nele, nem para entrar na sorveteria. Como é histórias em quadrinhos, vale o absurdo. Os traços, aliás, bem caprichados, como sempre na época. Teve um erro de esquecerem de pintar a pedra do Cranicola no último quadrinho na primeira página. Sem dúvida, essa foi uma história bem marcante, e muito bom relembrá-la há exatos 30 anos.

Créditos ;)  Marcos Alves: https://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2020/12/penadinho-hq-saudade-de-vida.html

Nenhum comentário: