Em fevereiro de 1991, há exatos 30 anos, foi lançada a história "Águas passadas não lavam porquinhos" em que o Chovinista teve que impedir o Cebolinha, junto com a Mônica, dar banho no Cascão em mais um plano infalível contra o Cascão. Com 12 páginas, foi publicada em 'Cascão Nº 106' (Ed. Globo, 1991).
Capa de 'Cascão Nº 106' (Ed. Globo, 1991) |
Começa com o narrador-observador apresentando o Chovinista, o porquinho do Cascão, tão sujinho malcheiroso como o dono, é cara de um, focinho do outro, e que ele tem o dom de farejar água e, com isso, se torna uma espécie de anjo da guarda do Cascão.
Chovinista fareja e detecta água que o Cebolinha ia molhar o Cascão e dá o aviso. Cebolinha reclama que errou de novo e Cascão fala que vai errar sempre porque tem um alarme contra água, que era o Chovinista. Cebolinha fica com raiva e reclama com a Mônica que o Chovinista fica protegendo o Cascão e nunca vai conseguir dar banho no Cascão. Mônica fala para desistir e ele diz que nunca, pois seria o mesmo que desistir de fazer planos infalíveis contra ela.
Cebolinha lamenta que se Cascão tomasse banho, ia ver como era gostoso e saudável e Mônica diz que o Cascão está todo confiante com o Chovinista, todo tranquilo e distraído e pode o Chovinista um dia falhar. Cebolinha chama a Mônica de gênio e tem ideia de trocar o Chovinista por um porquinho chamado Gordurinha, que era do sítio do pai do Paulinho. Só que ao invés de farejar água, ele fareja espiga de milho. Então, Cebolinha se prepara para o maior banho da paróquia.
Cascão resolve cochilar um pouco e Chovinista fica de olho se vai chover. De repente, ele ouve pingos de água caindo e vai verificar. Quando chega atrás da moita, era a Mônica pingando água no chão de um conta gotas e Cebolinha pega o Chovinista e deixa preso em uma rede em uma árvore e coloca o porco Gordurinha ao lado do Cascão.
Cebolinha pergunta para a Mônica se está tudo certo na parte B do plano e ela explica que ali perto tem um super chuveiro armado com lança-xampus e perfumes e só o Cascão pisar no botão que vai que ter mudar seu nome para "Limpão". Cebolinha diz que para garantir que ele vai passar naquele local, deixou umas espigas de milho para o Gordurinha farejar. Chovinista ouve tudo e tenta arrumar um jeito de sair da rede roendo as cordas.
Cascão acorda e pensa que Gordurinha é o Chovinista e acha que está menos sujo do que antes da soneca. Gordurinha fareja espigas de milho e corre em disparada e Cascão pensa que era uma ameaça grande atrás deles para correr daquele jeito. Nisso, Chovinista consegue escapar da rede, Mônica não consegue pegá-lo porque estava escorregadio de lama e Cebolinha é atropelado com a velocidade dele correndo. Gordurinha continua correndo e para quando encontra as espigas de milho, fazendo Cascão cair longe.
Enquanto isso, Chovinista corre para salvar o Cascão e Cebolinha e Mônica tentam alcançá-lo. Enquanto come, Cascão reclama que Chovinista parou para comer e que nunca ligou para milho. Cascão está prestes a pisar no botão. Chovinista empurra o Cascão e consegue salvá-lo de pisar no botão. No susto, Cascão pensa que é outro porco, empurra o Chovinista e ele cai em cima do botão acionando a invenção do super chuveiro fazendo molhar o porquinho.
Mônica e Cebolinha chegam e pensam que Cascão tomou banho. Quando veem, a principio pensam que o Cascão era um porco por baixo da sujeira, mas logo veem que era o Chovinista e perguntam pelo Cascão. Ele fala que está ali, sequinho e charmoso, chamam os amigos de traidores com plano diabólico de trocar o Chovinista por um porco comedor de espigas e que não deu certo. Cebolinha lamenta porque Cascão ia gostar do banho se experimentasse.
Cascão diz que mesmo que tente mil vezes nunca vão conseguir nada com esses planos porque tem o Chovinista para se defender. Cascão lamenta o estado limpo do seu porquinho e que quando chegar em casa vai ter que tomar banho de lama. Ao se aproximar do Chovinista, para a surpresa do Cascão, ele se desvia. No final, o narrador-observador fala que os meninos tinham razão de quem toma banho pela primeira vez não esquece porque o Chovinista continua farejando água para o Cascão, só que adora quando a encontra, mostrando tomando banho na torneira, ou seja, passou a gostar de limpeza.
História muito legal e envolvente com o plano do Cebolinha de trocar os porquinhos para fazer o Cascão tomar banho. Não conseguiu dar banho no Cascão, mas conseguiu o Chovinista gostar de limpeza. Mostra um marco do Chovinista gostando de banho e limpeza, apesar de que durante os anos 1990, o Chovinista continuava sujo, porém, a partir dos anos 2000, mudaram completamente o porquinho, está descaracterizado cuidando de limpeza de onde passa, jogando flores e perfumes em todo lugar todo saltitante. Pelo menos aí, ele só tomava banho, mas agora não suporta sujeira.
Eu gostava dos planos infalíveis do Cebolinha contra o Cascão, eram bem criativos tanto quanto os que ele fazia contra a Mônica. Planos contra a Magali também eram legais. Inclusive, dessa vez a Mônica ficou no lugar de assistente que seria do Cascão se o plano fosse contra ela. Dava tranquilamente também para ser plano dos vilões Cremilda e Clotilde ou Doutor Olimpo e seu assistente Sapóleo no lugar das crianças, não ficaria ruim.
Cebolinha foi até inteligente em criar uma invenção de super chuveiro, estilo invenção de Franjinha ou do Doutor Olimpo. Era engraçada a cara maquiavélica que o Cebolinha fazia em seus planos. O Gordurinha só apareceu nessa história e seu dono Paulinho do sítio e seu pai foram apenas secundários citados e fica só na imaginação dos leitores de como eram. Incorreta hoje por conta de Mônica e Cebolinha agindo como vilões em dar banho contra a vontade do Cascão a ponto de sequestrar o Chovinista para conseguirem o que queriam, foram bem perversos. A palavra "diabólico" também é proibida nas revistas atuais e isso seria mudado.
Os traços excelentes que davam gosto de ver, com direito a só curva nos olhos quando estavam bem brabos ou bem tristes, adorava quando tinha isso. Até o título foi criativo com trocadilho do ditado "águas passadas não movem moinho". Gostava também das revistas com esse papel oleoso, deixava as cores bem bonitas, lembrava até papel de revistas da Editora Abril, mas logo mudaram, pois viviam mudando papeis e cores na Editora Globo. Ainda continuavam o rodapé "1990 Mauricio de Sousa Produções" ao invés de "1991...", nas revistas de janeiro e primeira metade de fevereiro de 1991 faziam isso, depois normalizou, já nos créditos finais com a tirinha informavam normal como janeiro/ 91 ou fevereiro/ 91. Muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos
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