sexta-feira, 21 de julho de 2023

Arquivos Turma da Mônica N°1.174 - Uma história com a Turma do Penadinho

Compartilho uma história em que a Dona Morta leva por engano um ator bem na hora que estava gravando uma novela. Com 4 páginas, foi publicada em 'Cascão Nº 79' (Ed. Abril, 1985).

Capa de 'Cascão Nº 79' (Ed. Abril, 1985)

Em um set de gravação de novela, personagem do ator Nei Latornada está nas últimas e avisa a sua filha Ermelinda que antes de morrer tem que revelar o segredo que não é o verdadeiro pai dela, só que quando vai revelar quem era o pai, morre de verdade e seu espírito aparece no cemitério do Penadinho, revelando o nome do pai e se faz de morto para encerrar a cena.

Nei diz que agora é a deixa da Ermelinda e Penadinho se apresenta. Nei se espanta que está vendo um fantasma, Penadinho diz que ele também é um e o ator diz que isso não estava no roteiro, estava só representando e agora a Ermelinda não vai saber a verdade, ele era o único que sabia da verdade, isso vai estragar a novela e ele vai ser despedido. Penadinho fala para esquecer, lá nada disso importa e Nei chora que nunca contracenou a Cristiane Torroni.

Aparece a Dona Morte, o ator reclama que ela o levou por engano e exige ser devolvido. Dona Morte disse que viu muito bem que ele estava no fim, vai ficar. Ele diz que é ator, só estava representando, sem ele a novela não pode continuar. Dona Morte pergunta que novela, ele diz que é novela "Um bobo a mais". Dona Morte diz que é a novela favorita dela, reconhece que ele é o ator Nei Latornada e lhe pede um autógrafo, dizeendo que assiste todas as novelas dele, é fã dele.

Dona Morte se desculpa que foi porque ele representa tão bem e ela estava ansiosa para cumprir a cota e o devolve para a vida. Depois, ela diz que tem que terminar de cumprir a sua cota atrasada e com o Nei Latornada ressuscitado, volta a gravação da novela. Quando ele vai revelar o nome do verdadeiro pai, Ermelinda diz que é para ele falar logo porque senão morre do coração e vai parar morta de verdade no cemitério do Penadinho.

História divertida em que a Dona Morte leva por engano o ator Nei Latornada enquanto gravava novela só porque ele disse na cena que "estava no fim". Para ela, Nei representou tão bem e pensava que era tudo verdade e estava muito preocupada em cumprir a cota de mortes no dia. Depois de tudo resolvido, acaba cometendo o mesmo erro de levar a Emerlinda só porque ela disse que "morre do coração".

Foi engraçado engraçado Nei estar preocupado com os rumos da novela sem ele e em ser despedido, mas estava morto e ele falar de ter morrido sem contracenar com "Cristiane Torroni", além de ver a Dona Morte desatenta e ter se enganado de quem ia matar por 2 vezes, saber que ela é noveleira, é fã e assiste todas as novelas do Nei e ela ter que cumprir uma cota diária de mortes senão o seu superior ia reclamar, como se fosse uma trabalhadora assalariada. Esses detalhes eram muito bons e tornavam histórias muito divertidas,  faziam a diferença. O final permitiu imaginar a sequência após Ermelinda morrer e como ela ia reagir, eram comuns finais assim pra imaginar.

Às vezes as personagens morriam, mas sem mostrar a Dona Morte matando com foice, mas tinha ação dela da mesma forma. Também  podia acontecer a Dona Morte ressuscitar suas vítimas no lugar da Dona Cegonha, geralmente por causa de quando matava por engano como foi nesta história ou então simplesmente pra agilizar as tramas. 

As paródias com famosos sempre eram bem criativas, dessa vez foram com os atores "Nei Latornada" (Ney Latorraca), "Cristiane Torroni" (Christiane Torloni) e novela "Um bobo a mais" ("Um sonho a mais"). Falando nisso,  o roteirista não se guiou na sinopse original da novela "Um sonho a mais" nesta história em quadrinhos, apenas aproveitou que a novela e o ator Ney Latorraca estavam no ar em 1985 para homenagear e atender à realidade da época. Foi novela de comédia e não dramalhão e nem tinha personagem chamada Ermelinda, com isso, a atriz usada foi fictícia, sem parodiar alguma atriz famosa.

Curiosamente dessa vez não teve um título na história, talvez foi pra dar destaque ao logotipo do Penadinho. Os traços muito bons, típicos de miolo dos anos 1980. incorreta atualmente por ter mortes por engano, final triste para Emerlinda, pois histatuais só podem ter finsis felizes, e também por envolver novela, que é coisa não apropriada para crianças. Histórias da Turma do Penadinho nos gibis quinzenais antigos do Cascão costumavam ser curtas (até porque ainda tinham as do Bidu e tinham que dar destaque maior ao Cascão) e, sem dúvida, com conteúdo muito superior que as de hoje. 

Créditos - Marcos Alves: https://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2023/07/uma-historia-com-turma-do-penadinho.html

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