quinta-feira, 11 de julho de 2024

Arquivos Turma da Mônica N°1.276 - HQ "Cascão o inteligente"

Capa de 'Cascão Nº 70' (Ed. Abril, 1985)

Compartilho uma história em que o Cascão fica inteligente após ficar debaixo de um invento de um cientista que deixava as pessoas inteligentes. Com 12 páginas, foi história de abertura publicada em 'Cascão Nº 70' (Ed. Abril, 1985).

O cientista Souza apresenta para o chefe Garibaldi seu invento "Mata-Burro", máquina que vai revolucionar o ensino, meninos não iriam repetir na escola, adeus às notas baixas e às perguntas cretinas para os professores. Garibaldi quer saber para que serve a geringonça e ordena que funcione senão ele vai para a rua, ninguém gasta tempo dele à toa.

Souza explica que a invenção amplifica 20 vezes a inteligência de qualquer um, é só ficar embaixo dela e ligar que até o menino mais burro vai ficar superinteligente e quer que o chefe seja o primeiro a testar. Garibaldi dá um soco na cabeça do Souza, grita que está chamando o patrão e dono da firma que trabalhava de burro, Souza diz que se com a inteligência normal ficou rico, imagine depois de usar a máquina.

Nessa hora, Cascão foge de uma nuvem escura, passa em frente à firma e rouba a invenção por ter formato de guarda-chuva enquanto Garibaldi e Souza continuam discutindo e nem veem. Garibaldi fica animado que pode ficar trilionário com a máquina, quando percebem que sumiu e leem um bilhete do Cascão, dizendo que pegou o guarda-chuva emprestado e daqui a pouco devolve. Garibaldi manda Souza ir atrás do Cascão e avisa que é bom encontrar o mata-burro senão vai ser demitido.

Cascão comenta que a nuvem quase o pegou desprevenido se não fosse o guarda-chuva esquisito e vai passar em casa para pegar o dele e devolver aquele, quando se esbarra com o Cebolinha, que estava fazendo plano infalível contra a Mônica. Cebolinha faz cara que queria chamar o Cascão para o plano, Cascão recusa, Cebolinha fala que esse é bom, Cascão completa que bom como os outros 120 que falharam e aciona o botão do Mata-Burro sem querer, recebendo carga de raios de inteligência.

Cebolinha acha que Cascão está com cara esquisita, Cascão dá olhada nos planos e rasga os papeis, manda testar o que ele acabou de criar e diz que vão se encontrar daqui 6 minutos. Cebolinha acha que o amigo está doidão e que negócio de não tomar banho ia afetar o cérebro dele. O nome do plano é "Mônica com a cara na lama" e diz que "quando avistar a Mônica, colocar um palito no chão e esperar".

Cebolinha avista a Mônica e com medo faz como Cascão escreveu e põe o palito no chão. Uma minhoca tropeça no palito, um pássaro quer comer a minhoca, que se segura na pedra ao lado e faz com que a Mônica tropece na minhoca esticada e caia na lama. Cebolinha aparece exatos 6 minutos, feliz que o plano deu certo, só que ela está atrás furiosa. Cascão cria o plano "Lata de tinta na cabeça" que era só jogar uma moeda para o alto.

Cebolinha joga a moeda, a mulher na janela do prédio pega a moeda, derruba o vaso de flores, que cai na cabeça do pintor que pintava a fachada do prédio e a lata de tinta cai em cima da cabeça da Mônica. Cebolinha quer saber como criar planos infalíveis, Cascão fala que não sabe, simplesmente ficou fácil de derrotar a Mônica e que já criou mais um plano infalível.

Enquanto cientista Souza procura emprego no jornal por não ter encontrado o mata-Burro, vê Mônica correndo dos meninos enquanto eles ovacionam Cascão como novo dono da rua e mandam criar mais um plano infalível. Souza ouve nome de Cascão e vai atrás. Os meninos encurralam a Mônica, que decide entregar o Sansão pra eles. Cascão quer executar seu plano tacando tijolo nela, quando Souza aparece e pega o mata-burro de volta.

Cascão volta ao normal, esquece como era o plano, resolve tacar tijolo pra cima e cai no Cebolinha. Depois, tenta girar o tijolo e cai no pé dele. Mônica vê que o plano não deu certo e corre atrás dos meninos. Garibaldi vê a correria das crianças pela janela, Mônica fica feliz que tudo voltou ao normal, só que no final, vimos que o cientista Souza virou o chefe do Garibaldi, que passou a ser faxineiro da firma.

História muito engraçada em que o Cascão pega a invenção do cientista que faz uma pessoa ficar inteligente pensando que era guarda-chuva e fica inteligente a ponto de bolar planos realmente infalíveis contra a Mônica sem precisar grandes esforços. Quase consegue derrotá-la por completa se não fosse o cientista pegar de volta o seu invento. 

Interessante que os planos do Cascão precisava apenas de um objeto para tudo fluir naturalmente até a Mônica se dar mal. Apenas um palito no chão e depois uma moeda no alto acontecia tudo. Com a sabedoria adquirida pelo invento, Cascão teve uma mistura de inteligência com vidente e previsão do futuro. Como no primeiro plano, por exemplo, ele saberia que uma minhoca ia passar ali bem na hora, se não passasse, ia acontecer nada. 

Foi engraçado ver tiradas como Cascão dizer que plano é bom como todos os outros 120 que falharam (na verdade, nunca fizeram levantamento quantos planos infalíveis foram criados, colocavam qualquer número alto para dar graça), Cebolinha dizer que negócio de não tomar banho ia afetar o cérebro do Cascão, os planos cada um com nomes, a Mônica se dar mal e correr dos meninos.


Foi bem legal a trama à parte do chefe Garibaldi com o cientista Souza, o papo inicial entre eles com o chefe humilhando o funcionário e que no final a situação se inverteu com o Souza se tornando patrão e Garibaldi, faxineiro. 

Ficava superinteligente quem ficava debaixo do "Mata-Burro", mas se sai ou desliga o botão,  volta com a inteligência normal que tem. Com um invento desse, era mais fácil testar nele mesmo, só que não queria ser cobaia, aí como Souza viu que funcionou com o Cascão, aí usou para mudar vida dele. Bem que podia ter um "mata-burro na vida real para todos ficarem inteligentes, e para crianças seria bom já que ficavam inteligentes, então nem precisariam mais professores ensinando, não precisariam ir para escola. O nome do cientista podia ter sido outro porque confunde com o núcleo "Os Souza" que ainda existia na época, a não ser que esse cientista fosse parente deles. 

Apesar do foco não ser história do Cascão sobre banho, mas precisou da invenção ter formato de guarda-chuva e o medo do Cascão da nuvem para roubar a invenção e desenrolar a história, muitas vezes a sua característica principal era só citada, sem ser o foco principal. Legal o Zé Luís participando do plano, mesmo sendo adolescente e não criança como os outros e era muito comum ele participar dos planos infalíveis, isso quando ele não criava os planos como nos anos 1970 e inicio dos anos 1980.

Incorreta hoje em dia por ter violência como soco na cabeça do Souza, tentativa de dar tijolada na Mônica, Cascão ter pancada de tijolo no pé, pintor levar vaso de flor na cabeça, Mônica cair na lama e ter lata de tinta na cabeça, Cebolinha trocando letras em pensamento seria alterado hoje em dia, assim como a palavra "louco", que também é proibida hoje, provavelmente para não confundirem com o personagem Louco. 


Traços ficaram bonitos, quase parecido com a fase consagrada, sendo que as bochechas com curvaturas ainda levemente diferentes. Detalhe de brilho azul nos cabelos de personagens como Zé Luís e Titi em vez de branco, coisa bem característica nos gibis de 1985. Propaganda inserida na história, muito comum nos gibis da Editora Abril, dessa vez foi do lápis "Labra" na lateral da primeira página. Foi republicada depois em 'Almanaque do Cascão Nº 28' (Ed. Globo, 1994). Termino mostrando a capa desse almanaque.

Capa de 'Almanaque do Cascão Nº 28' (Ed. Globo, 1994) 

Créditos - Marcos Alves: 
https://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2024/07/hq-cascao-o-inteligente.html

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