terça-feira, 6 de maio de 2008

Exagero no clima de videogame prejudica Speed Racer!

Todo garoto tem vontade de pilotar um carro. Se for um de corrida, então, melhor ainda! Esse é exatamente o grande sonho do pequeno Speed Racer, que mal presta atenção à aula, nem se preocupa com o dever de casa: ele quer é dirigir em alta velocidade.E assim começa o filme Speed Racer, adaptação do desenho animado de Tatsuo Yoshida, lançado na década de 1960. O pequeno Speed rouba a cena, enquanto o espectador é levado junto com ele e Rex, seu irmão mais velho, a também sonhar com a chance de dirigir em alta velocidade. Mas Rex abandona a família, passa a ser acusado de ser um piloto trapaceiro e sofre um terrivel acidente num perigoso rally.A família de Speed passa por maus bocados, em especial seu pai e preparador dos carros de corrida, Pops. Quando dão a volta por cima e redescobrem o prazer da alta velocidade, um vilão milionário e seus capangas estão no caminho, querendo sabotar os resultados das corridas - sorte que o misterioso Corredor X vai dar uma mão. Aventuras, diversão e encrencas estão no caminho da busca por grandes vitórias.Tinha tudo para ser um filmaço, certo? Tinha. Só que, quando o espectador está entrando no clima de Speed Racer, algo estranho ronda a telona. E acaba gerando um certo desconforto. Os cenários, o ambiente e especialmente as cores são artificiais demais, como um grande videogame, dificultando uma maior identificação com os personagens.Entrar nesse jogo eletrônico, ainda que tenha "fases" divertidas, como as corridas alucinantes que são verdadeiras guerras entre os pilotos - em clima de vale-tudo - cria um dilema: nas demais partes da película fica-se em dúvida se é um filme que se passa num ambiente de desenho animado, ou o contrário, uma animação com pessoas reais.Dessa maneira, perde-se parte do foco: o adulto que era fã do desenho vai gostar da alta velocidade, da presença do Corredor X e da pancadaria, mas vai achar algumas coisas muito "bobinhas". Os pequenos podem se assustar com a violência das corridas. As meninas vão se identificar com pouca coisa. Bom mesmo para os pré-adolescentes, que vão se divertir de verdade em trocar algumas horas do seu videogame pelo que parece ser um jogo bem maior, na telona.Para os fãs, não deixa de ser bacana ver o famoso carro Mach 5 em ação com todos (todos mesmo) seus apetrechos originais. E também recordar o tema musical e acompanhar as passagens alucinantes entre as diversas situações criadas na trama, tudo de maneira frenética.Os momentos de humor são reservados para Gorducho, irmão menor de Speed, e seu fiel companheiro, o chimpanzé Zequinha - tão insuportáveis quanto na animação.A direção do filme é dos irmãos Wachowski (os mesmos de Matrix). No elenco, Emile Hirsch, Christina Ricci, John Goodman, Susan Sarandon, Matthew Fox, Hiroyuki Sanada, Richard Roundtree, Ji Hoon Jung, Benno Furmann, Kick Gurry, Paulie Litt e Roger Allam.Os destaques são Goodman, perfeito no papel de Pops, pai de Speed – tanto na interpretação quanto visualmente. E o bom ator Emile Hirsch faz um Speed Racer extremamente simpático.Speed Racer não chega a ser um filme ruim, mas peca por esse excesso de clima de videogame em detrimento da história. Meia hora depois do final do filme, assim como nos jogos eletrônicos, ninguém lembra mais o que estava jogando. Ou assistindo. Game over! >

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