A bicharada anda interessada no filmes que o "Seo Nenem" anda vendo à noite. Tanto é que, aos poucos, a rodinha de conversa do pessoal vai se desfazendo porque a TV vai roubando a atenção. Galileu, por exemplo, ficou tão fissurado que acabou deixando-se levar, misturando vida real com as tramas de ficção. E aí, a trama começa a revelar um perigo: Galileu avista uma turma de pequeninos homens e pensa que se trata dos anõezinhos da Branca de Neve. Os caras são malfeitores, mas logo sacam que a onça macho não estava regulando bem e usam de sua fantasia para atrai-la a uma armadilha.
O plano era cruel e Galileu corria grave perigo nas mãos daquela turma. Por sorte, os demais amigos notam sua falta e promovem uma busca na mata, pois temem que algo de muito ruim possa estar lhe acontecendo. Quase todos acabam sendo capturados pelos malfeitores. Digo "quase" porque Moacir foi o único a escapar, retornando logo na pele de um super-herói. Sua identidade real é disfarçada através de uma máscara cobrindo os olhos....kkkkk... que, sendo ele um jabuti, ficou bem caracterizado como um integrante das tartarugas ninja...kkkk.....
Uma aventura muito bem bolada que abre a edição de número 1 do Almanaque do Pererê. Ao longo da história, vamos conhecendo quem é quem dos personagens - uma turma de bichos que vive em uma mata e tem contato direto com humanos, dentre eles, "Seo Nenem" e Compadre Tonico. Andei pesquisando a respeito desse universo criado por Ziraldo e vejo que esses dois homens não são "flor que se cheire". Na verdade, os supostos anões dessa história estavam a serviço deles, a fim de capturar a onça macho Galileu e arrancar sua pele.
Não sei bem qual foi a intenção do autor ao criar essa HQ. Esse almanaque é de 1991. Provavelmente trata-se de uma republicação que foi originalmente produzida nos anos 80. Há boas mensagens transmitidas com certo ar de inocência dado aos personagens.
Vejo, por exemplo a crítica sobre o hábito de se tornar um amigo da TV, o perigo da alienação que a mídia pode causar, o comportamento perverso do ser humano em contraste com a tolerância entre os animais e a biodiversidade local. Ao mesmo tempo em que Ziraldo morde, depois assopra.
Os referenciais são divertidos. Tanto que nem percebi que a aventura abocanha 32 páginas, pois me diverti bastante.
O Saci, personagem principal e quem dá até mesmo nome ao título da revista, não cai na previsibilidade de ser ele o herói. Isso poderia ser feito, já que ele é "o cabeça" da turma, porém, ficou brilhante o fato de ter sido apenas mais um capturado - tornando-se impotente à maldade humana - e caber a um jabuti, um animal conhecidamente lerdo e supostamente pacífico, dar um jeito em todos aqueles caras... achei genial!
Créditos;) Fabiano Caldeira > http://socializandohq.blogspot.com.br/2015/04/hq-o-videomaniaco.html
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