domingo, 24 de abril de 2016

Socializando HQ N°26 : [Quadrinhos] Um ano depois, como estão as revistas mensais da MSP!

Em maio do ano passado, os títulos mensais dos gibis da MSP (Mauricio de Sousa Produções) tiveram a numeração reiniciada após terem concluído 100 edições. Normalmente, tal fato só aconteceu quando o Mauricio saiu da Abril e foi para a Globo (1987) e anos depois (2007) quando saiu da Globo e foi para a Panini. O anúncio, lembro bem, aguçou a curiosidade dos leitores, pois, dessa vez, não se tratava de uma nova mudança de editora, então, o que teria acontecido para que Mônica, Cebolinha, Cascão, Chico Bento, Magali e também o título Turma da Mônica voltassem ao número 1, afinal?

De imediato, quando as revistas novas chegaram às bancas em maio do ano passado, foi possível notar mudanças nas capas, no visual das páginas de passatempos e da seção dos recados dos leitores. Elas estão muito mais coloridas e com um aspecto mais "moderninho". Todas elas trouxeram um editorial afirmando que as produções das revistinhas estavam mudando para melhor, que tais mudanças seriam percebidas lentamente, ou seja, com o passar do tempo. Algumas coisas já tinham sido implementadas, porém, outras viriam a longo prazo, como foi o caso dos créditos de desenhistas, roteiristas e arte-finalistas, que, agora, estão sendo colocados até mesmo nas tirinhas de três quadrinhos.

A verdade é que, desde os anos 70, sempre ocorreram mudanças com a turma da Mônica, através dos tempos, uma vez que as técnicas foram se aperfeiçoando e, com isso, também, vieram maiores condições de produção de um maior número de histórias. Atualmente, a novidade vem sendo a digitalização dessa produção. O reinício foi apenas um marco que, sim, pode-se dizer que teve um viés de estratégia de vendas. 
Hoje, estando no décimo segundo mês dessas novas edições, o que de fato posso dizer?

Confesso que as primeiras novas edições me atraíram bastante. Porém, logo nos primeiros meses, já percebi que a tal mudança não afetara o conteúdo das tramas de uma forma tão satisfatória assim. Por algum motivo, não me senti tentado a continuar investindo mês a mês em algum título. Depois veio a crise econômica, que já estava aí, mas tudo piorou bastante no segundo semestre do ano passado, fazendo com que eu, simplesmente, parasse com minhas compras eventuais e focasse apenas em prioridades sérias para a minha vida. Somente este mês foi que adquiri novas edições: Mônica, Chico Bento, Magali, todas n° 12, e Turma da Mônica n° 11. 

Sendo o mais direto possível, os desenhos digitalizados vieram mesmo para ficar. Se havia alguma esperança de que voltariam para o manual, ela foi embora ao folhear tais páginas. Entretanto, nem tudo está perdido: entre as curtas historinhas no estilo "copia e cola", há tramas  que estão bem mais caprichadas e, honestamente falando, com desenhos bons, ainda que digitais. A priori, não dá para saber se foram desenhados na mesa digital, imitando página por página, como faziam antigamente ou se adotaram novos traços para o tal  recurso do "copia e cola". Mas é possível perceber uma boa mudança na qualidade dos traços de algumas aventuras. Mas não se enganem: todas estão tendo seu início, meio e fim produzidos por meio dos recursos digitais. Papel, lápis e tinta nanquim para produzirem páginas e páginas de HQs? Parece que isso virou coisa do passado na MSP.

Chico Bento n° 12 foi a que mais me surpreendeu com várias tramas para uma revista de 68 páginas, muitas delas sendo bem interessantes. A história de abertura foi bem feliz ao explorar o contexto do folclore. As produções, em geral, contam com bons diálogos e  um desenvolvimento dinâmico, sem deixar a gente com aquela sensação de que estão "enchendo linguiça". Destaque para "A FLOR E A ÁRVORE", que traz surpreendentes traços fofinhos, algo muito lindo de se ver.  
Mônica e Magali n°12 também estão bacanas. Destaque para as histórias de abertura, que me cativaram bastante. Eu ri muito com a Magali interagindo com os fantasminhas que entraram em sua casa. E os personagens da mitologia grega deram um toque todo especial à aventura da Mônica. 
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Reparem que tivemos personagens folclóricos em Chico Bento, depois vieram os da mitologia grega em Mônica e, em seguida, os fantasminhas em Magali, ou seja, três títulos que trouxeram diferentes tipos de abordagem ao tema "personagens lendários" e bem conhecidos de todos nós. 

Turma da Mônica n°11 me surpreendeu com uma HQ da Tina onde uma vendedora, apesar de loura, me lembrou a saudosa Rosana Munhoz, roteirista da MSP que morreu na flor da idade, no auge de seu trabalho, em um trágico acidente de carro. Pode, sim, ser uma mera coincidência. Mas, também, pode ter sido proposital. alguém deve ter sentido saudades da moça e transmitiu esse sentimento para a historinha. Seu Juca protagonizou a HQ que fechou esta edição. Pessoas com mais de trinta anos entendem melhor quem é o Seu Juca e todas as situações desconcertantes que o envolvem. A trama de abertura com o Dudu foi legal, bem ao estilo moleque pentelho o qual ele se tornou de uns anos para cá. (imagem da Rosana baixada do blogue Arquivos Turma da Mônica e editada pelo Socializando HQ)
Não se trata da "reinvenção da roda", mas essas edições conquistaram meu apreço por estarem um tanto melhores àquelas de tempos atrás. Não sei dizer se é algo pontual, apenas destes números, ou se tais mudanças estão mesmo vindo para ficar. Talvez, resolveram caprichar na seleção das HQs justamente por estarem sendo visadas em relação a estarem comemorando um ano de reinicialização dos números.
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Curioso notar que estas edições de número 12 trazem uma chamada informando que o Cebolinha bolou um plano infalível para comemorar, primeiro, um ano das novas revistas, em maio. 
Abraços a todos. Fabiano Caldeira.
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Créditos;) Fabiano Caldeira http://socializandohq.blogspot.com.br/2016/04/quadrinhos-um-ano-depois-como-estao-as.html

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