Mostro uma história em que dois caras de um programa sensacionalista de televisão pensam que o Cascão morava na lata de lixo e levam a lata para ser atração do programa para emocionar os telespectadores e conseguir audiência a custo disso. Com 7 páginas no total, foi história de abertura de 'Cascão Nº 57' (Ed. Globo, 1989).
Chove forte sem parar no bairro do Limoeiro e Cascão se esconde dentro de uma lata de lixo para fugir da chuva e acaba dormindo. A chuva passa e aparece no local um apresentador e um produtor de programa de curiosidades de TV reclamando que a audiência está mais baixa que programa político e precisam de uma atração para o programa.
Chove forte sem parar no bairro do Limoeiro e Cascão se esconde dentro de uma lata de lixo para fugir da chuva e acaba dormindo. A chuva passa e aparece no local um apresentador e um produtor de programa de curiosidades de TV reclamando que a audiência está mais baixa que programa político e precisam de uma atração para o programa.
O produtor diz que vai levar um homem que come ferro, mas só quando ele sair do hospital porque está com gastrite. O apresentador Alberto Pereira senta na lata de lixo e reclama que não tem nenhuma atração par ao programa daquele dia e o produtor diz que vão cortá-los da TV. Nessa hora, Cascão ronca dentro da lata de lixo e chama atenção deles.
O produtor pensa que é a barriga do Alberto Pereira roncando e pergunta se está com fome. O apresentador, por sua vez, pensa que é a do produtor. Logo veem que o barulho veio da lata de lixo e quando vão conferir era o Cascão lá dentro dormindo e pensam que ele morava lá dentro. Então eles levam o Cascão para a emissora "Tevê Robô" para ser a atração do programa como o "pobre menino que mora na lata de lixo" com a ambição de emocionar os telespectadores e conseguir muita audiência, mais que novela das oito, e mais patrocinadores e ficarem ricos.
Começa a transmissão ao vivo do programa "Curiosidades das Cidades" com o Alberto Pereira apresentando a atração do programa. Ele mostra a lata de lixo e pergunta para plateia e telespectadores o que havia na lata de lixo. Além do lixo, ele prepara para verem uma cena chocante. Quando abre a tampa, aparece Cascão acordando e Alberto Pereira falando que ele era o menino que morava na lata de lixo.
Cascão se espanta com tanta luz e quer saber onde está. Alberto fala que está em um programa de TV e quer que sua voz seja um alerta par ao mundo. Cascão se amostra para as câmeras entusiasmado e Alberto fala para sair da frente para continuar o programa. Alberto pergunta como é viver dentro da lata de lixo, quanto tempo faz. Cascão nem chega a responder e o Alberto fala que é de apertar o coração.
Cascão resolve ir embora do programa e Alberto o impede falando que tem que falar com as autoridades competentes e que precisa de ajuda. Cascão grita por socorro enquanto o Alberto o segura pelo braço e aí nessa hora aparece o pai do Cascão, seu Antenor, invadindo o programa ao vivo e dá uma surra no produtor e no apresentador, falando que é uma palhaçada, que já estava sentindo falta do filho e a sorte que ligou a TV naquele programa sensacionalista e leva Cascão pra casa.
No final, Alberto Pereira manda cortar a transmissão e eles são demitidos com direito ao chefe expulsar dando chute na bunda deles. Alberto lamenta por estarem na rua, não tem mais nada e arruinados. O produtor pergunta aonde vão passar a noite e eles resolvem dormirem em uma mesma lata de lixo, com um arrumando jeito de se encaixarem melhor lá dentro. Ou seja, se tornaram os verdadeiros moradores de lata de lixo como castigo.
História legal com os caras da televisão com ambição de ter atração sensacionalista para dar audiência no programa deles. Serve como uma crítica a programas sensacionalistas que procuram mexer com a emoção dos telespectadores, expondo publicamente o sofrimento dos outros em busca da audiência. Na época até que não tinha muitos programas assim, pareceu até uma previsão do que seria mais comum a partir de meados dos anos 90 e hoje em dia são mais frequentes programas assim.
Interessante que Cascão até apareceu pouco, contracenando poucas vezes com o apresentador de TV, embora ele estava dentro da lata de lixo o tempo todo. Legal o nome do canal deles chamado de "Tevê Robô", eram bem criativos nesses nomes. Impublicável hoje em dia porque além do tema de estar explorando sofrimento de uma criança de rua que supostamente morava na lata de lixo, tem também o fato do Cascão ficar dentro da lata de lixo que não é permitido atualmente, fora os personagens falarem abertamente certas palavras também proibidas nos gibis atuais como "Droga!", xingar os outros de imbecil e idiota e sendo chutados no final.
Os traços muito bons, adorava os desenhos assim e as cores também excelentes, uma das melhores cores dos gibis da Editora Globo. Parece que não foi republicada até hoje, pelo menos não tenho conhecimento. Quase todas dessa época foram republicadas, mas essa acho que não. Se foi, talvez em algum Almanação a partir de 1999. O que é legal por ser uma história rara aqui no Blog.
Créditos;) Marcos Alves > http://arquivosturmadamonica.blogspot.com.br/2017/08/cascao-hq-pobre-menino-da-lata.html
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