A história que eu mostro é nada mais que o clássico dos clássicos "O Deus Cebola", uma grande aventura de quando o Cebolinha vira um deus. Ela tem 15 páginas e foi publicada em 'Cebolinha Nº 155' (Ed. Abril, 1985).
Começa a Mônica correndo atrás do Cebolinha depois de ele ter aprontado mais uma das suas, quando de repente ele cai em um penhasco. Mônica fica abalada, pensando que o Cebolinha havia morrido e que ela não tinha como fazer nada para salvá-lo. Até que ela ouve a voz dele, reclamando que ela podia tê-lo segurado, e quando vê, o Cebolinha estava no ar, andando.
Começa a Mônica correndo atrás do Cebolinha depois de ele ter aprontado mais uma das suas, quando de repente ele cai em um penhasco. Mônica fica abalada, pensando que o Cebolinha havia morrido e que ela não tinha como fazer nada para salvá-lo. Até que ela ouve a voz dele, reclamando que ela podia tê-lo segurado, e quando vê, o Cebolinha estava no ar, andando.
Ele conseguiu isso porque caiu em uma escada invisível, a "Escada da Ascensão Espiritual". O Cebolinha começa a subir nela e vai ficando cada vez mais poderoso. Aparece o Anjinho e tenta tirar o Cebolinha de lá, mas ele estava mudado e lança um raio poderoso que faz o Anjinho ser jogado à beira do penhasco.
Anjinho explica à Mônica que aquela escada tinha um poder imenso e que era usada pelos anjos para aumentar o nível espiritual deles. Só que um dia, um anjo resolveu descer em vez de subir e acabou se transformando no Diabo indo direto para o inferno. Depois disso, a escada foi abandonada e os anjos passaram a usar o "Elevador Espiritual", até o Cebolinha encontrá-la e subir nela. Como o Cebolinha era humano e não estava preparado para receber a sabedoria total, em vez de se tornar bom, se tornava mal e cada vez mais poderoso, a cada degrau que subia, se transformando em um novo deus do mal.
Nessas alturas, o Cebolinha estava poderoso, maquiavélico, soltando raios de fogo por todos os lados.Mônica tenta arremessar o Sansão nele, e o Cebolinha faz com que ele crie vida, se tornando gigante e gire a Mônica, invertendo os papeis. Cebolinha faz também outras molecagens como transformar nuvens, árvore e prédio em caricaturas da Mônica. Ele fazia isso porque era criança e não tinha ideia do poder que tinha. Anjinho lembra que se ele quisesse podia acabar com o mundo só com o poder do pensamento.
Então, nessa hora surge o Cascão com uma corda e pede para o Anjinho segurá-la e puxá-lo de volta para resgatar o Cebolinha. Lá, o Cascão cobra as bolinhas de gude e fala que se não devolver imediatamente, vai mandar o pai do Cebolinha dar uma surra de chinelo. Após entregar as bolinhas, Cascão consegue trazer o Cebolinha para baixo e ele volta ao normal.
Quando eles olham para o precipício, veem que não era o Cascão, e sim, o Diabo. Ele havia se disfarçado de Cascão, porque queria impedir que o Cebolinha se tornasse um novo deus e evitar a concorrência por isso. Só que ele subiu a escada muito alto e estava começando a se transformar em anjo novamente, passando a criar asas, perder seus chifres, com uma auréola no lugar. Desesperado, o Diabo pede ao Anjinho para puxar a corda.
Mônica e Cebolinha dizem para o Anjinho soltar a corda, e ele fica indeciso se puxa de volta ou solta para ele deixar de ser diabo. Anjinho decide, então, puxar de volta e traz o Diabo de volta, interrompendo a sua transformação de anjo, e o Anjinho diz para eles que se não puxasse, estaria quebrando a promessa e essa era a diferença entre os anjos e o Diabo. Diz ainda que se algum dia conseguirem derrotá-lo, seria sem trapaça.
O Diabo some, voltando para o inferno, e o Anjinho vai embora para pedir que mudem a "Escada de Ascensão Espiritual" de lugar. Tudo resolvido, Mônica volta a correr atrás do Cebolinha porque ele a chamou de dentuça antes do ocorrido e, enquanto isso, no inferno, o Diabo fica pensativo, pensando se algum dia volte a se tornar anjo, enquanto os outros diabinhos tiram as penas de anjo, que ficaram nele, terminando assim essa história incrível.
É uma história antológica e muito criativa, com tema até pesado e complexo para um gibi infantil. É um gênio quem a criou. Na postagem a coloquei completa. Excelente o dilema do Anjinho ter que decidir entre continuar ou não o Diabo na Terra, se seria correto ou não. Prevaleceu a ética, que é a mensagem da história.
Outro fato interessante é que o Cebolinha passa a ser o vilão da história e a vítima é o Diabo, que faz com que o Cebolinha não seja um novo deus do mal, e ainda precisa da ajuda do Anjinho para sobreviver. Essa inversão de papéis a torna mais envolvente. Isso até lembra os desenhos do He-Man, quando o Esqueleto ficava em apuros, o He-Man o salvava, mesmo ele sendo mal, tudo pela sua ética e heroísmo.
Em 1985, era comum ter histórias sérias, místicas e com temas complexos e filosóficos como essa. Por exemplo, "Parece outro" e "O Rezador", ambas do Chico Bento, que já falei aqui no blog, também seguem esse nível. Naquela época, faziam histórias para crianças de todas as idades, e não para uma faixa etária especifica, por isso não era à toa que era normal gente de 15, 16 anos que ainda liam gibis na época.
Os traços são maravilhosos, com uma arte de alta qualidade. Infelizmente é impublicável nos dia de hoje porque é completamente incorreta, a começar com o tema que é muito pesado e pode pensar que vai traumatizar. Por muitos anos, Diabos ficaram proibidos nos gibis novos, e até que estão retornando com eles de vez em quando, mas não com temas tão profundo como esse. O fato do "suposto Cascão" falar do Cebolinha apanhar de chinelo e depois dar um chutão nele também são inadmissíveis.
Enfim, "O Deus Cebola" é um clássico que sempre vale a pena ser lembrado. Jamais vão fazer uma história tão fantástica como essa. Para constar, ela foi republicada no 'Almanaque do Cebolinha Nº 23' (Ed. Globo, 1993), que foi onde eu a li pela primeira vez:
Capa de 'Almanaque do Cebolinha Nº 23' (Ed. Globo, 1993)
Então, nessa hora surge o Cascão com uma corda e pede para o Anjinho segurá-la e puxá-lo de volta para resgatar o Cebolinha. Lá, o Cascão cobra as bolinhas de gude e fala que se não devolver imediatamente, vai mandar o pai do Cebolinha dar uma surra de chinelo. Após entregar as bolinhas, Cascão consegue trazer o Cebolinha para baixo e ele volta ao normal.
Quando eles olham para o precipício, veem que não era o Cascão, e sim, o Diabo. Ele havia se disfarçado de Cascão, porque queria impedir que o Cebolinha se tornasse um novo deus e evitar a concorrência por isso. Só que ele subiu a escada muito alto e estava começando a se transformar em anjo novamente, passando a criar asas, perder seus chifres, com uma auréola no lugar. Desesperado, o Diabo pede ao Anjinho para puxar a corda.
Mônica e Cebolinha dizem para o Anjinho soltar a corda, e ele fica indeciso se puxa de volta ou solta para ele deixar de ser diabo. Anjinho decide, então, puxar de volta e traz o Diabo de volta, interrompendo a sua transformação de anjo, e o Anjinho diz para eles que se não puxasse, estaria quebrando a promessa e essa era a diferença entre os anjos e o Diabo. Diz ainda que se algum dia conseguirem derrotá-lo, seria sem trapaça.
O Diabo some, voltando para o inferno, e o Anjinho vai embora para pedir que mudem a "Escada de Ascensão Espiritual" de lugar. Tudo resolvido, Mônica volta a correr atrás do Cebolinha porque ele a chamou de dentuça antes do ocorrido e, enquanto isso, no inferno, o Diabo fica pensativo, pensando se algum dia volte a se tornar anjo, enquanto os outros diabinhos tiram as penas de anjo, que ficaram nele, terminando assim essa história incrível.
É uma história antológica e muito criativa, com tema até pesado e complexo para um gibi infantil. É um gênio quem a criou. Na postagem a coloquei completa. Excelente o dilema do Anjinho ter que decidir entre continuar ou não o Diabo na Terra, se seria correto ou não. Prevaleceu a ética, que é a mensagem da história.
Outro fato interessante é que o Cebolinha passa a ser o vilão da história e a vítima é o Diabo, que faz com que o Cebolinha não seja um novo deus do mal, e ainda precisa da ajuda do Anjinho para sobreviver. Essa inversão de papéis a torna mais envolvente. Isso até lembra os desenhos do He-Man, quando o Esqueleto ficava em apuros, o He-Man o salvava, mesmo ele sendo mal, tudo pela sua ética e heroísmo.
Em 1985, era comum ter histórias sérias, místicas e com temas complexos e filosóficos como essa. Por exemplo, "Parece outro" e "O Rezador", ambas do Chico Bento, que já falei aqui no blog, também seguem esse nível. Naquela época, faziam histórias para crianças de todas as idades, e não para uma faixa etária especifica, por isso não era à toa que era normal gente de 15, 16 anos que ainda liam gibis na época.
Os traços são maravilhosos, com uma arte de alta qualidade. Infelizmente é impublicável nos dia de hoje porque é completamente incorreta, a começar com o tema que é muito pesado e pode pensar que vai traumatizar. Por muitos anos, Diabos ficaram proibidos nos gibis novos, e até que estão retornando com eles de vez em quando, mas não com temas tão profundo como esse. O fato do "suposto Cascão" falar do Cebolinha apanhar de chinelo e depois dar um chutão nele também são inadmissíveis.
Enfim, "O Deus Cebola" é um clássico que sempre vale a pena ser lembrado. Jamais vão fazer uma história tão fantástica como essa. Para constar, ela foi republicada no 'Almanaque do Cebolinha Nº 23' (Ed. Globo, 1993), que foi onde eu a li pela primeira vez:
Capa de 'Almanaque do Cebolinha Nº 23' (Ed. Globo, 1993)
Créditos ;) Marcos Alves - http://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2014/09/cebolinha-hq-o-deus-cebola.html
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