Hoje(segunda-feira, 1° de abril de 2013) vou falar sobre a coleção Almanacão de férias que marcou a infância de muita gente e todas as suas curiosidades. Almanacão de Férias surgiu da ideia de um especial de 1986 da Editora Abril, o Superalmanaque do Maurício que tinha 212 páginas, sendo 80 páginas de passatempos, e o resto era dividido entre republicação de histórias e aulas de violão. Essas aulas de violão eram muito comuns nas últimas revistas da turma na Editora Abril.
Quando a Turma da Mônica passou para a Globo, a ideia se manteve e foi lançado um Superalmanaque do Maurício em julho com o mesmo formato da Ed. Abril, formato 16 x 23 cm, com capa cartonada e as mesmas 212 páginas sem as aulas de violão. Então a revista ficou sendo 80 páginas de passatempos e 132 páginas de histórias republicadas. Por conta de direitos autorais, a MSP teve que mudar o nome da edição, sendo lançado então o Almanacão de Férias, mas para nossa surpresa veio a numeração nº 2 na capa em vez do nº 1. Então fica a confusão para muitos colecionadores que procuram o Almanacão de Férias nº 1 e não encontram, pois simplesmente não existiu um Almanacão de Férias com esse nº 1 na capa. O verdadeiro nº 1 foi o Superalmanaque do Maurício nº 1 de 1987.
O Almanacão de Férias nº 2 (ou nº 1 como preferir) teve formato igual ao Superalmanaque do Maurício, mesmas 212 páginas,divididos com 132 páginas de republicação de histórias e 80 páginas de passatempos. Realmente nunca gostei desse grande número de páginas de passatempos na edição, mesmo sabendo que a ideia da edição sempre foi esse mesmo de manter as crianças ocupadas nas férias. Mas como eram 132 páginas de histórias, contra 84 páginas nos almanaques convencionais (em uma época que não tinham passatempos nos almanaques convencionais), valia a pena. Na verdade, nunca gostei de passatempos nas revistas convencionais, eu nunca fazia, só deixava para fazer nos Almanacões.
Sobre as histórias um caso a parte. Muitas raridades e histórias excelentes de serem lidas. Muitos clássicos da Editora Abril. A gente teve o privilégio de ler histórias como "A galinha de Troia" (CB #65, de 1978), "Cadê meu coelhinho" (MN #107, de 1979), "A sombrona" (MN #110, de 1979),"O maior mistério da Terra" (Com Pato Donald, MN #187, de 1985), dentre outras da fase de ouro da Abril. No nº 7 chegou a ter até na abertura história de Festa Junina (MN #158, de 1983).
Um grande destaque é que tinham muitas histórias de abertura originais dos 5 personagens principais no miolo. Sempre essas histórias de abertura no miolo que não valeriam a pena estar num almanaque convencional. Ou por ser curta demais, ou por ser muito clássica que seria mais interessante ser republicada num almanaque especial. Da fase da Ed. Abril dou destaque para as histórias "Um dragão de estimação" (CB #84, de 1980), "Um bastão muito louco" (CB #86, de 1980), "Uma cupida dentuça" (MN #103, de 1978), "Papai Noel dentuço?" (MN #116, de 1979), "O dente-propaganda" (MN #156, de 1983) e várias outras.
Até o nº 10 (em 1991) manteve esse formato 16 x 23 cm e tinham histórias apenas da Editora Abril. Esses números do 1 ao 10 foram os melhores, são os que eu mais gosto e que eu considero os especiais mesmo porque têm mais raridades. A partir do nº 11 o formato ficou maior aumentando para 21 x 26,5 cm, manteve as 212 páginas, com o mesmo número de histórias e passatempos e passou a já ter algumas histórias de 1987 da Globo. É que os almanaques da MSP têm data limite de republicarem histórias até de 5 anos atrás, e até hoje é assim. Tipo almanaques de 1987 vai ter histórias até 1982, almanaques de 1991, histórias de até 1986, almanaques de 1992, histórias até 1987, daí o motivo o Almanacão nº 11 passar a ter histórias da Globo, mas mesmo assim não deixou de ter o seu brilho.
Os Almanacões também costumavam ter brindes dentro. Algumas edições, vinham com ele, muitas vezes brindes, como giz de cera, lápis de cor, viseira de praia, quebra-cabeça, e vários outros. A partir do nº 17 a capa além de continuar cartonada, começou a ser plastificada. O nº 18 surpreendeu um pouco. Como as histórias normalmente são republicadas até 5 anos atrás, o normal era ter histórias até 1990, só que esse Almanacão teve 4 histórias das 4 primeiras edições do Parque da Mônica de 1993. Apesar dessas histórias serem boas, achei muito cedo republicá-las, já que eram apenas 2 anos das originais, mas mesmo assim ainda tinha outras histórias antigas e boas nele.
A decadência da coleção começou a se desenvolver no nº 19. A partir desse número, o número de páginas passou de 212 para 192 páginas, sendo 80 páginas de passatempos e 112 de histórias. E, mais tarde, iria piorar regredindo para 160 páginas, sendo 80 páginas de passatempos e 80 de histórias.
A partir do nº 23, de 1998, passou a ter 3 almanacões por ano. Assim, como as revistas da Mônica e Cebolinha entre 1997 e 2002 inexplicavelmente tinham 13 edições por ano em vez de 12, em vez de ter Almanacão só em julho e dezembro, passou a ter em janeiro, julho e novembro. Nas férias de fim de ano eram maiores, passaram a ter 2 novos entre novembro e fevereiro. Nessa época já tinham reduzido o número de páginas para 160 páginas. Esse lance de 3 almanacões por ano permaneceu até a edição nº 36 de 2002 quando voltou ao normal de 2 por ano, porém com as mesmas 160 páginas. A coleção durou até em julho/2006, até o nº 43.
Em outubro/1994 passou a ter também Almanacão Turma da Mônica que era publicado fora das férias. Normalmente lançado nos meses de abril e outubro, com mesmo número de páginas do Almanacão de Férias, regredindo o número de páginas quando o "de Férias" diminuía A diferença que no nº 1 foram só histórias inéditas (com curiosidade que essas histórias nunca foram republicadas até hoje) e a partir do nº 2 republicações. Desses, eu tenho até o nº 5 de outubro/1996. A coleção durou até o nº 24 em outubro/2006.
Agora na Panini, por causa dos mesmos direitos autorais, "Almanacão de Férias" passou a chamar "Grande Almanaque de Férias" e "Almanacão Turma da Mônica" se chama "Grande Almanaque Turma da Mônica", com as mesmas 160 páginas (80 de passatempos de 80 de histórias), continuam com histórias de abertura originais dos 5 personagens principais no miolo, só que tem a desvantagem a capa não ser mais cartonada e plastificada como na Globo.
Todas as fotos dessa postagem são da minha coleção pessoal, com exceção do Superalmanaque do Maurício nº 1 que ainda procuro na coleção. Por isso que coloquei só fotos até do nº 20. Eu colecionei até o nº 20 porque, além de terem diminuído o número de páginas no total e também o de histórias, a maioria das histórias eu já tinha nos gibis originais. Assim como os demais almanaques, aos poucos, passou a ter menos história da Abril ao passar os anos até não ter mais. Como vinham embalado com brinde, não sabia na hora quais histórias eu tinha ou não, sendo que geralmente quando tinha alguma da Ed. Abril, era só uma ou do Cascão ou do Chico Bento (no caso, as histórias de abertura das últimas edições do cascão ou Chico de 1986). Depois fui descobrir que até o nº 25 tinha pelo menos uma deles da Abril. Vale lembrar que as histórias nessa época ainda eram boas, só não comprava porque já tinha a maioria. Decadência total só as últimas edições, já que tinham mais histórias mais recentes.
Uma boa coleção que vale comprar se achar em algum sebo ou lojas virtuais, principalmente do nº 1 ao 10.
Créditos ;) Marcos Alves - http://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2013/04/hoje-vou-falar-sobre-colecao-almanacao.html
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