Publicada em Chico Bento nº 67 (Ed. Abril, 1985), "Chico Bento, o Rezador" é um clássico do personagem muito lembrado pelos fãs e é sobre essa história que eu falo nessa postagem.
Uma "preta velha", chamada Nhá Belarmina, ensina umas rezas ao Chico antes de ela partir, e disse para ele nunca rezá-las até chegar a hora certa, e, principalmente, nunca podiam ser feitas a favor de si próprio, só para os necessitados.
Uma "preta velha", chamada Nhá Belarmina, ensina umas rezas ao Chico antes de ela partir, e disse para ele nunca rezá-las até chegar a hora certa, e, principalmente, nunca podiam ser feitas a favor de si próprio, só para os necessitados.
Chico sai de lá e vai para casa ansioso porque a Rosinha iria visitá-lo, só que ela não parece e ele fica triste, pensando que ela não gosta mais dele. Ele não consegue dormir e lembra das rezas da Nhá Belarmina. Chico pede desculpas por estar fazendo a seu favor e executa as tais rezas, que fazem com que o seu espírito vai até a casa da Rosinha enquanto dormia para avisá-la de passar na casa dele de manhã cedo e passar o dia inteiro juntos e enquanto eles tiverem vida.
Ele pergunta a Rosinha se está com raiva dele, ela diz que gosta muito dele e faz um discurso que na idade deles não pode passar disso, eles tem que estudar, trabalhar e quando chegar a hora pode casar. No final, a "preta velha", já sabendo de tudo que aconteceu, aparece dizendo que o Chico aprendeu a lição e só vai querer usar as rezas no tempo certo. Finalmente, ela poderá voltar para a velha África.
Uma história bem profunda, dos velhos tempos da MSP. Ela tem 14 páginas e é sensacional. Assim como a história "Parece outro" é uma daquelas histórias de 1985 com temas sérios e filosóficos muito comuns nas revistas daquele ano. Tudo feito na medida certa. Chico fez coisa errada e se sentiu culpado pela sua namorada querer se jogar no penhasco e se arrependeu profundamente no final, com bela lição de moral, como deve ser.
Umas pistas para saber se era uma história séria desse tipo, e de 1985, eram o enquadramento desse jeito, aliados aos traços e o brilho dos cabelos dos personagens que passaram a colocar azul em vez de branco naquele ano. Cabelos assim com brilho azul, só nas histórias dos gibis de 1985, depois permaneceram assim só com o Papa-Capim. Quando via isso, eu já sabia que era história desse nível e de 1985.
Curiosamente, a Nhá Belarmina não apareceu em outras histórias anteriores nem posteriores a essa. Na postagem não coloquei a história completa. Eu a li pela primeira vez quando foi republicada no Almanaque do Chico Bento nº 32 (Ed. Globo, 1995):
Capa de Almanaque do Chico Bento nº 32 (Ed. Globo, 1995)
Créditos ;) Marcos Alves - http://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2013/09/hq-chico-bento-o-rezador.html
No dia seguinte, quando Chico acorda, a Rosinha está na frente da casa dele como se estivesse possuída, hipnotizada. Começa a falar que ficará junto dele para toda vida. No início ele gosta, mas começa a achar estranho Rosinha repetir o que ele falava e ficar balbuciando palavras desconexas.
Como, ele lembra que tem ir para escola e ajudar o pai no roçado e percebe que não podem ficar juntos naquele dia, ela vai andando e subindo um morro em direção a um penhasco para se jogar, repetindo "Vida, inté que tivé vida". Afinal, se não podem ficar juntos, "não carece di tê vida". Aí, Chico descobre que tudo é culpa das rezas, se sente culpado e tenta lembrar como desfaz. Então, quando Rosinha está quase caindo do penhasco ele consegue desfazer tudo. Ela volta, sem saber porque estava à beira do precipício e encontra Chico chorando.
Ele pergunta a Rosinha se está com raiva dele, ela diz que gosta muito dele e faz um discurso que na idade deles não pode passar disso, eles tem que estudar, trabalhar e quando chegar a hora pode casar. No final, a "preta velha", já sabendo de tudo que aconteceu, aparece dizendo que o Chico aprendeu a lição e só vai querer usar as rezas no tempo certo. Finalmente, ela poderá voltar para a velha África.
Uma história bem profunda, dos velhos tempos da MSP. Ela tem 14 páginas e é sensacional. Assim como a história "Parece outro" é uma daquelas histórias de 1985 com temas sérios e filosóficos muito comuns nas revistas daquele ano. Tudo feito na medida certa. Chico fez coisa errada e se sentiu culpado pela sua namorada querer se jogar no penhasco e se arrependeu profundamente no final, com bela lição de moral, como deve ser.
Na época, não gostava de histórias sérias assim, preferia histórias de humor. Com o tempo passei a gostar de histórias assim, afinal, serve para variar um pouco e permite as crianças a pensar um pouco. Mesmo assim, ainda prefiro as divertidas.
Só não gostei muito do enquadramento dessa história ter só 4 quadrinhos por página. Em certos momentos, podia ser redesenhado na forma tradicional de quadrinhos com 2 colunas. Pelo menos, só em histórias filosóficas tinham enquadramento assim na época, diferente dos gibis atuais em que qualquer história pode ficar assim para encher linguiça.
Umas pistas para saber se era uma história séria desse tipo, e de 1985, eram o enquadramento desse jeito, aliados aos traços e o brilho dos cabelos dos personagens que passaram a colocar azul em vez de branco naquele ano. Cabelos assim com brilho azul, só nas histórias dos gibis de 1985, depois permaneceram assim só com o Papa-Capim. Quando via isso, eu já sabia que era história desse nível e de 1985.
Curiosamente, a Nhá Belarmina não apareceu em outras histórias anteriores nem posteriores a essa. Na postagem não coloquei a história completa. Eu a li pela primeira vez quando foi republicada no Almanaque do Chico Bento nº 32 (Ed. Globo, 1995):
Capa de Almanaque do Chico Bento nº 32 (Ed. Globo, 1995)
Créditos ;) Marcos Alves - http://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2013/09/hq-chico-bento-o-rezador.html
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