Mostro uma história com participação do Pato Donald, em que a Mônica tenta desvendar o mistério de quem mostrou a língua para ela atrás do muro. Com 10 páginas, foi história de abertura de 'Mônica Nº 187' (Ed. Abril, 1985).
Capa de 'Mônica Nº 187' (Ed. Abril, 1985)
Nela, Mônica está brincando com o Sansão quando alguém aparece atrás de uma cerca e mostra a língua para ela em um buraco que estava na cerca. Ela fica braba e joga um balde de tinta verde enquanto ele estava com a língua de fora. Mônica vai conferir o outro lado da cerca para ver quem foi que mostrou a língua para ela, mas quando vê, não contava que tinha uma reunião com todos os meninos do bairro e assim não sabe quem foi o linguarudo verde misterioso e faz planos para saber quem foi.
Nela, Mônica está brincando com o Sansão quando alguém aparece atrás de uma cerca e mostra a língua para ela em um buraco que estava na cerca. Ela fica braba e joga um balde de tinta verde enquanto ele estava com a língua de fora. Mônica vai conferir o outro lado da cerca para ver quem foi que mostrou a língua para ela, mas quando vê, não contava que tinha uma reunião com todos os meninos do bairro e assim não sabe quem foi o linguarudo verde misterioso e faz planos para saber quem foi.
Primeiro Mônica passa a pisar os pés dos meninos, fazendo de conta que foi sem intenção, e ao abrirem a boca mostrando a língua quando gritam, ela vê que não estavam com língua verde. Mônica acha cansativo pisar nos pés dos meninos e como eles já estavam olhando feio para ela, resolve adotar outro método.
Assim, quando o Franjinha estava prestes a iniciar a reunião, Mônica se fantasia de sorveteiro e distribui sorvete para eles, sendo que o sorvete era de cola e ao lamberem o sorvete, ficam a língua grudada e era só ela puxar o picolé para ver quem estava com a língua verde. Franjinha descobre que era a Mônica ao tirar o disfarce dela e pergunta se pretende acabar com a reunião deles, enquanto os outros meninos já estavam com raiva dela.
Mônica tem uma ideia e diz que estava lá para homenageá-los. Um menino pergunta se é a homenagem é pisar nos pés deles ou vender sorvete de cola e Mônica diz que vai deixar todos mostrarem a língua para ela e não vai reagir nem bater em ninguém. Eles acham que é um truque e uma armadilha.
Mônica pede para o Franjinha ser o primeiro a experimentar. Ele fica com medo a princípio, enquanto os outros meninos incentivam a mostrar a língua, acaba mostrando e vê que não aconteceu nada. Os outros, então passam a mostrar também. O primeiro , além de mostrar, xinga a Mônica de bobona e dentuça e ela dá um soco tão grande que ele chega a voar longe, falando que é só para mostrar a língua, e não xingar.
Depois, segue tudo tranquilo e todos conseguem mostrar a língua normalmente. Depois de uma hora não tinha mais ninguém, mas ela sente falta do Cebolinha e Cascão. Ela encontra os dois descansando debaixo de uma árvore e pergunta se eles não vão mostrar a língua para ela.
Os meninos falam que estão cansados de apanhar e como os planos nunca dão certo, eles fizeram um trato e nunca mais vão provocá-la, xingar ou mostrar a língua. Mônica dá uma coelhada neles assim mesmo, mostram a língua com a pancada e ela vê que não estava verde. Como não sobrou nenhum outro menino no bairro, acaba não descobrindo quem era o linguarudo verde misterioso.
Na segunda parte da história, é descoberto o mistério. Mônica vai para casa, achando o mistério esquisito e vai para casa , já que estava anoitecendo e estava com sono. Ela se prepara para dormir, e quando se deita e começa a dormir, ouve um "splash", que era um barulho de uma torneira aberta. Ela vai conferir com uma lanterna no lado de fora da casa.
Chegando lá, ela ouve a pessoa falando que não tinha que andarem histórias que não são deles e que a tinta não queria sair da língua dele enquanto lava a língua na pia. Mônica joga a luz da lanterna para descobrir quem era o linguarudo verde misterioso e, para a sua surpresa era o Pato Donald, que corre quando ela joga a luz em cima dele, terminando assim.
Muito boa essa história, muito criativa. Legal ver a Mônica tentando descobrir o mistério de quem mostrou a língua para ela pelo buraco da cerca e todos os seus planos para conseguir isso. Engraçado ver a Mônica jogando tinta verde no linguarudo, pisando os pés dos meninos, dando sorvete de cola, além dos meninos mostrarem as línguas para ela sem apanhar. Gostei do narrador-observador do início interagindo e interessante ser dividida em 2 partes, mesmo sendo curta, com a segunda parte sendo a solução do mistério.
O final foi surpreendente, o linguarudo verde misterioso podia ter sido qualquer menino da turma, como o Cebolinha, Cascão, Xaveco, Zé Luís, ou no máximo um secundário da MSP de outro núcleo, mas para surpresa de todos foi o Pato Donald , isso que foi a grande sacada de fugir do óbvio. Interessante a Mônica e os leitores descobrirem isso juntos. E ainda vimos um grande encontro inesperado da Mônica com Pato Donald, universos bem diferentes.
Acho que criaram a história como uma brincadeira de algo como a revista da Mônica ter vendido mais que a do Pato Donald ou a Mônica ser mais popular que o Pato Donald, aí ele mostrou a língua para a Mônica por causa de inveja. Como na época, eles eram concorrentes e estavam na mesma editora podiam fazer essa brincadeira. Ou então fizeram a história como homenagem a Disney mesmo.
Já tiveram outras referências a Disney nos gibis da Turma da Mônica, normalmente citações e nomes parodiados, como , por exemplo, na história "A bruxa que odiava parques" (Parque da Mônica Nº 32 - Ed. Globo, 1995) em que a bruxa destruiu a "Nisdeylandia" (Disneylândia). Crossover também na edição "Você Sabia Nº 8" sobre histórias em quadrinhos (Ed. Globo, 2004), mas, sem dúvida essa história de 1985 é a mais famosa e mais lembrada pelos leitores.
Os traços excelentes, com uma arte-final muito legal, provavelmente do Alvin Lacerda. Na postagem a coloquei completa. De curiosidade, os meninos principais da turma não apareceram na reunião, só figurantes. Apenas Franjinha, que era o líder da reunião, e o Jeremias durante a reunião em um quadrinho, e só no final Cebolinha e Cascão aparecem e nem estavam na reunião. Na parte que a Mônica se fantasia de sorveteiro, lembra os desenhos animados como Pernalonga, Patolino, Tiny Toon, em que os personagens se fantasiavam para enganar os vilões e fazê-los de bobos e, assim outra referência a outros universos.
Tem também absurdos como a Mônica já ter um balde de tinta a disposição dela enquanto brincava com o Sansão e o Pato Donald primeiro aparecer como uma língua normal atrás do muro e depois aparece com sua língua de pato no final, mas são detalhes que não estragam a história e até dão magia em histórias em quadrinhos, que não precisam de tudo explicado.
Atualmente, os quadrinhos Disney voltaram a a circular nas bancas ,agora pela Editora Culturama, após 68 anos ininterruptos pela Editora Abril e 8 meses sem circulação após o fim conturbado na Editora Abril. Desde julho de 2018 que não tinham mais gibis da Disney em circulação nas bancas do Brasil e agora em março de 2019 estão de volta.
Muito bom relembrar essa história com o encontro histórico da Mônica com o Pato Donald. Ela foi republicada depois em 'Almanacão de Férias Nº 9' (Ed. Globo, 1991), onde li pela primeira vez, sendo que as imagens da postagens são do gibi original de 1985. Abaixo, a capa desse 'Almanacão de Férias Nº 9'.
Capa de 'Almanacão de Férias Nº 9' (Ed. Globo, 1991)
Créditos ;) Marcos Alves : http://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2019/03/monica-hq-o-maior-misterio-da-terra.html
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