Os gibis do mês de julho de 2019 estão especias com histórias comemorativas dos 60 anos dos Estúdios Mauricio de Sousa. Todos os gibis principais tem histórias de abertura com algo relacionado à data, menos o do Chico Bento. Então, vou fazer durante esse mês resenha dos gibis que eu comprar e nessa postagem mostro como foram os gibis do 'Mônica Nº 51' e 'Magali Nº 51'.
Tem a promoção "Fantástica Fábrica de Quadrinhos" vindo um cupom para cadastrar o código no site para sortear uma visita aos Estúdios da MSP (10 ganhadores), 10 caixas com diversas revistas e livros e assinatura de 6 meses dos gibis. Nas capas, agora tem um selo de 60 anos da MSP e nas contracapas dos gibis de julho, uma propaganda celebrando o filme "Laços" como se fosse uma capa alternativa, mostrando o ator/ atriz que fez o personagem no filme ao lado do personagem em quadrinhos em seus respectivos gibis, menos o do Chico Bento.
A seguir mostro como foram esses gibis da Mônica e Magali, com Mônica custando R$ 7,00 com formato lombada e 84 páginas e Magali custando R$ 6,00, com formato canoa e 68 páginas.
Mônica Nº 51
O gibi teve 8 histórias, incluindo a tirinha final. A história de abertura é "Nem tão diferentes nem tão iguais". Escrita por Paulo Back e com 32 páginas no total, Mônica tem a surpresa de que os nomes dos seus amigos foram todos trocados e ela vai investigar o motivo disso junto com Milena e Marina, que estavam nos corpos da Magali e Milena, respectivamente.
A homenagem aos 60 anos dos Estúdios Mauricio de Sousa ficou restrita a mostrar imagens da primeira tirinha que a Mônica apareceu em 1963 e algumas capas dos gibis do Bidu da Editora Continental de 1960, fora isso tudo normal. Os traços, embora digitais, ficaram aceitáveis, porém tem momentos que colocaram umas caretas absurdas e sem necessidade, que deixaram a Mônica como um monstro.
Trecho da HQ "Nem tão diferentes nem tão iguais"
Teve presença do vilão Cabeça de Balde. Ele é um personagem novo, que estreou em 'Mônica Nº 14' (Ed. Panini, 2016) em que cada história é revelado que ele é um personagem diferente, de acordo com seus objetivos, nunca tem identidade própria. E também apareceu o Doutor Spam, que até andava meio sumido, que é um professor de informática que se transforma em um vilão cibernético quando está muito nervoso e estreou em 'Mônica Nº 233' (Ed. Globo, 2005).
Trecho da HQ "Nem tão diferentes nem tão iguais"
Histórias com secundários foram com Luca e Penadinho (2 histórias). O gibi como um todo chama a atenção do exagero de histórias ensinando boas maneiras, dar lição de moral, ou as histórias são focadas nisso ou fazem questão do final ter alguma lição de moral. Só pra ter uma ideia, das 8 histórias, só as 2 do Penadinho que não foram com algo didático. Até a história de abertura teve lição de moral no final. Uma ou outra até tudo bem, mas o tempo inteiro assim acho que fica cansativo e irritante.
De destaque, "A voz da razão", escrita por Edson Itaborahy e com 7 páginas, em que a Mônica perde a voz ao gritar com o Monicão e aí sempre que seus amigos fazem alguma coisa, ela consegue aconselhar, ensinar boas maneiras, fazer os meninos se regenerarem, mesmo sem falar nada. Mais uma da safra didática e com lições de moral, e chama atenção da Mônica não bater nos meninos, sempre arrumam uma forma de desviar a atenção para eles não levarem surra, o que é muito ruim e descaracteriza muito os personagens. Na tirinha o Cebolinha também não apanhou. Mostrar meninos com cartazes ao invés de desenharem nos muros também é lamentável sempre.
Trecho da HQ "A voz da razão"
Termina com a história "A boa ação da Milena". Escrita por Paulo Back e com 8 páginas no total, Mônica estranha que mesmo que a Milena gosta tanto de bichos, mas não tem nenhum bichinho de estimação. Mostra, então ,que a característica principal da Milena em suas histórias solo será sobre o amor e carinho aos bichos e como cuidá-los e procurar adotar bichos na rua, ainda mais que a sua mãe é veterinária. Mais um lado didático nas histórias e a personagem Milena vai servir pra aumentar as boas maneiras nos gibis.
Trecho da HQ "A boa ação da Milena"
A propaganda celebrando o filme "Laços" foi essa.
Contracapa celebrando filme "Laços"
Magali Nº 51
Tem a história "A Turma do Condomínio", escrita por Edson Itaborahy e com 30 páginas. Nela, a turminha e os outros moradores do bairro do Limoeiro estão em um condomínio que foi disponibilizado pela Dona Carmem da Esquina e onde ela é síndica também para se refugiarem de um monstro que estava rodeando o Limoeiro. A turminha faz de tudo para descer do condomínio e poderem brincar no bairro e também descobrir o mistério do monstro que está lá.
A história se passa na comemoração dos 60 anos dos Estúdios Mauricio de Sousa. Não foi tão ruim, apesar e que poderia ter mais conflitos. Os traços aceitáveis, chama atenção de muitos olhos redondos e esbugalhados, não só nesse gibi, mas como todos no geral. Vale destacar que mais uma vez os meninos não apanharam quando tiveram oportunidade. Quando Mônica ia bater neles, teve a desculpa que a Dona Carmem estava se aproximando.
Trecho da HQ "A turma do condomínio"
Dona Carmem da Esquina é uma moradora do Limoeiro barraqueira, principalmente quando as crianças estragam as orquídeas do seu quintal. Ela foi criada nos anos 2000 pelo roteirista Emerson Abreu e só aparecia nas histórias dele e agora tem aparecido em histórias e outros roteiristas.
O que dá surpreender é que agora a Dona Carmem está magra e esbelta, bem diferente que quando foi criada em que ela era gorda a obesa. No gibi do Cascão também estava magra. Tia Nena, que também apareceu nela, está bem mais magra do que era. A MSP agora está emagrecendo os personagens que eram gordos, como a Dona Cebola, Pipa, Thuga, Nhô Lau, Tia Nena, seguindo um padrão de beleza, mas, com isso, descaracterizando os personagens e excluindo gordos nas histórias.
Trecho da HQ "A turma do condomínio"
O gibi segue com o estilo que está sendo nos gibis da Magali. Raramente fala de comida, fome exagerada da Magali, nem pensar. E quando fala de comida nem mostra ela comendo, só citando as comidas. Para ter uma ideia, teve uma história de 1 página em que a Magali pede panquecas desenhadas com rostos dos seus amigos, mas, ao invés de comer, ela coloca as panquecas em um quadro na moldura na sua sala para ficar admirando os seus amigos estampados nelas. Como assim? Em outras épocas, Magali já tinha devorado tudo de uma vez só lá no estabelecimento. Isso tudo desanima e deixa sem graça os gibis dela.
Histórias com secundários foram com Mingau, Penadinho e Bidu. Destaque para a história do Mingau, "Ah, família", escrita por Renatta Barbosa e com 4 páginas, em que ele vai visitar um novo gato no bairro, o Norberto, mas tem a surpresa que ele está cuidando de um filhote de gambá como se fosse um filho dele, com lição de moral. Bom que teve história do Mingau na rua contracenando com outros gatos para diferenciar do que vendo só ele junto com Magali em casa, mas é ruim porque envolve boas maneiras, ser didático, coisa frequente ultimamente.
Termina com "O brinquedinho novo", escrita por Paulo Back e com 9 páginas, em que a Magali dá um brinquedo de gato pra ficar indo atrás do objeto e ele fica a história toda tentando segurar o brinquedo no ar. Mostrando o cotidiano dos gatos, como vendo sendo as histórias do Mingau com a Magali nos gibis dela. Traços feios digitais.
Trecho da HQ "O brinquedinho novo"
A propaganda celebrando o filme "Laços" foi essa:
Contracapa celebrando filme "Laços"
Não comprei 'Chico Bento' por não ter nada especial em relação aos 60 anos dos Estúdios Mauricio de Sousa e aí não tem resenha desse. Foi apenas história de aniversário do Chico, como acontece todos os anos nos meses de julho dos gibis dele e inseriram um trecho com o Chico Bento transformado em Chico Bento Moço. Agora quando mostram os personagens adolescentes ou adultos, mostram em suas versões mangá ao invés de desenhar no estilo clássico. Não gosto disso, era bom quando cada história dos personagens adultos tinham desenhos diferentes, seguindo o estilo de cada desenhista.
O que dá pra concluir nos gibis atuais, é que são voltados para crianças exclusivamente até 9 anos de idade. Não tem mais conflitos, é tudo ameno e voltado ao politicamente correto e ensinamento de boas maneiras. Vilões não são mais perversos, personagens descaracterizados, sobretudo Cascão sem mostrar o medo de água e sujeira do Cascão, Magali não é mais comilona, meninos não apanham da Mônica, Chico Bento sem fazer traquinagens e bom aluno, personagens que eram gordos agora são magros. Tudo isso desanima, por isso não compro gibis atuais, só as consideradas especiais.
Comprei os gibis mais pela comemoração dos 60 anos da MSP. Na minha opinião, as melhores histórias de abertura dessas edições "N° 51" que eu comprei, na ordem de preferência, foram: Cebolinha, Turma da Mônica, Cascão, Magali e Mônica. Sendo que o Cebolinha foi o mais diferente de todos, o que mais vale a pena. Fica a dica.
Créditos ;) Marcos Alves: http://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2019/07/monica-n-51-magali-n-51-panini-2019.html
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