Em maio de 1989 era lançado pela Editora Globo 'Magali Nº 4', o gibi que ficou marcado por vender mais que o gibi da Mônica naquele mês. Nessa postagem mostro, então, como foi esse gibi histórico que conseguiu bater as vendas da Mônica há exatos 30 anos.
O gibi da Magali tinha sido lançado há pouco tempo, em fevereiro de 1989, e a novidade foi muito bem vinda na época. Apesar de ter várias opções de gibis de outras turmas e outras editoras, os da Turma da Mônica sempre eram os mais vendidos e em especial os da Mônica eram os campeões de venda, até por conta da tradição, já que por preço os da Mônica eram mais caros, até por ter maior número de páginas,
Até que com o lançamento das revistas da Magali, todo mundo queria ter os gibis dela, justamente pela novidade, por gostar da personagem ou por curiosidade para saber como era. Com toda essa novidade, acabou que em maio de 1989 esse gibi 'Magali Nº 4" bateu o número de vendas de 'Mônica Nº 29' (já comentado aqui no Blog), um feito histórico até então. Com essa surpresa, a MSP até fez uma capa especial em 'Magali Nº 6' com a Magali ter dado um soco na Mônica e os meninos rindo ao fundo e um frontispício na primeira página para mostrar esse acontecimento de vendas.
Capa de 'Magali Nº 6' com alusão ao recorde de vendas
Esse gibi 'Magali nº 4' tem capa muito boa com a Magali prestes a comer o bolo inteiro após a Mônica ter cortado um pedaço. Intenção da Mônica seria um pedaço para Magali. Tem 7 histórias no total e, dessa vez, todas as histórias foram da Magali. Histórias com os secundários dos gibis dela eram com Dudu e Mingau e pela primeira vez até então que eles não apareceram em gibis dela, nem fazendo figuração.
Abre com a história "Amigas... apesar de tudo", de 6 páginas. Nela, Mônica vai a casa da Magali para chamar para brincarem de queimado e ela tem que esperar um tempão a Magali terminar de tomar o café da manhã. Ao saírem de casa, Mônica derruba a porta da casa da Magali com sua força exagerada. No caminho, encontram um sorveteiro e Magali pede picolés de chocolate, abacaxi, creme, morango e jaca, mesmo de já ter tomado um super café da manhã, deixando Mônica irritada e a situação piora quando vê que a Magali não trouxe dinheiro e a Mônica que teve que pagar os picolés.
Depois, elas brincam de queimada. Mônica bate a bola tão forte que faz a Magali parar longe e ela diz que nem foi queimada, aleijou. Mônica tenta de novo e acaba acertando a janela da casa da Magali, furando a bola da Magali e quebrando a vidraça da mãe dela. Com isso, elas começam a brigar. Magali reclama que não vai mais brincar enquanto a Mônica não controlar a força dela. Mônica, por sua vez, reclama que a Magali só pensa em comer, incomoda esperar 2 horas para a "madame" acabar de comer, fora prejuízos financeiros e Magali ter acabado com a despensa da casa quando foi almoçar na casa dela. Magali chama Mônica de chata, gorducha, forçuda e estabanada e Mônica chama a Magali de magrela e esfomeada.
Depois, elas brincam de queimada. Mônica bate a bola tão forte que faz a Magali parar longe e ela diz que nem foi queimada, aleijou. Mônica tenta de novo e acaba acertando a janela da casa da Magali, furando a bola da Magali e quebrando a vidraça da mãe dela. Com isso, elas começam a brigar. Magali reclama que não vai mais brincar enquanto a Mônica não controlar a força dela. Mônica, por sua vez, reclama que a Magali só pensa em comer, incomoda esperar 2 horas para a "madame" acabar de comer, fora prejuízos financeiros e Magali ter acabado com a despensa da casa quando foi almoçar na casa dela. Magali chama Mônica de chata, gorducha, forçuda e estabanada e Mônica chama a Magali de magrela e esfomeada.
Trecho da HQ "Amigas... apesar de tudo"
As duas ficam de mal, cada uma vai para um lado. Mônica acha bom que assim ninguém vai pegar no pé dela por ser um pouquinho forte e Magali vai descontar comendo 3 bombas de chocolate na doceria. Mônica diz que se tem a força, é azar da Magali que é fracota, enquanto quebra uma pedra com as mãos, e, Magali diz que gosta de comer e se a Mônica não tem apetite é problema dela. Logo sentem falta uma da outra e as duas correm em direção da outra para pedir desculpas e se reconciliam. Elas se abraçam, só que com a força da Mônica, machuca as costas da Magali, que estava segurando a bomba de chocolate e suja todo o vestido da Mônica. Termina com Mônica falando que vão ser amigas pra sempre, apesar de tudo, ou seja, apesar das diferenças delas.
Uma história muito legal e com bonita mensagem, mostrando a amizade da Magali e da Mônica, o contraste da Magali comilona e Mônica forçuda, com uma causando problemas uma para a outra, mas que mesmo assim, não conseguem ficar separadas uma da outra por muito tempo. Brigam, mas volta logo as boas. Os traços excelentes e destaque as meninas falarem "azar", hoje em dia é proibido essa palavra no MSP e seria substituída por "má sorte" ou outra coisa similar.
Depois tem uma história de 1 página em que a Magali mostra a sua cozinha para a Mônica, entusiasmada que era a mais moderna do bairro por ser tudo elétrico. Tinha cortador de pão, torradeira, micro-ondas, entre outros, tudo elétrico e moderno, que só precisava ligar os botões, quando falta luz na casa e ela tem que ir jantar na casa da Mônica. Mostra as inovações na época, poucos tinham chance de ter uma cozinha como ela, mas que não adianta nada se não tiver luz em casa. Aqui o tabloide completo.
Tabloide da edição
Em seguida, vem "Beijinho", de 3 páginas, em que o garoto Lino pede um beijinho para a Magali, e, com isso, ela dá um beijo na bochecha dele. Ele tenta pedir de novo, aí Magali pensa que o Lino não gostou do beijo dela e dá outro na bochecha. Sem graça, ele pede de novo e Magali dá vários beijos nele, que fica até apaixonado.,No final, é revelado que o beijinho que ele queria era o docinho de coco e leite condensado que ela estava comendo e assim ela não dá e vai embora.
Essa é legal, mostra trocadilho de beijo com beijinho de coco, mas como Magali não gosta de dividir o que come, acaba recusando o pedido do Lino. Na época a Magali era egoísta, comia tudo sozinha e fazia de tudo para não compartilhar a sua comida com ninguém. Hoje em dia isso não tem mais nos gibis dela, se tiver situação parecida, ela dividiria numa boa. Esse garoto Lino só apareceu nessa história, por muito tempo até pensava que era um namorado dela nessa história, mas era só um amigo mesmo, podiam colocar qualquer personagem, preferiram um figurante.
Trecho da HQ "Beijinho"
Em "Eta namorada difícil", de 4 páginas, Luciano vê a Magali encostada na árvore, se apaixona e arruma umas flores para ela, mas Magali recusa dizendo que única flor que gosta é de couve-flor. Depois, ele faz uma canção para ela batendo um tambor e Magali taca o tambor nele, ficando entalado nele. Luciano chora e Mônica dá dicas para conquistar a Magali.
Trecho da HQ "Eta namorada difícil"
Depois, Luciano tenta agradar dando um anel que veio com doce, mas como ele comeu o doce, Magali recusa, falando para ele ficar com anel. Ele declara uma poesia, mas ela acha horrível, ruim demais. Em seguida, Luciano convida para tomar sorvete com ele, aí ela topa, e no embalo ele compra pipoca, maçã do amor e cachorro-quente. No final, Mônica pergunta como está o namoro dele com a Magali e Luciano diz que desistiu, com ele dentro de um barril por ter precisado dar as suas roupas para poder bancar as gulodices da Magali.
Vimos que para namorar a Magali tem que presentear com comida, nada mais serve, e tem que ter uma excelente situação financeira para poder bancar a sua fome exagerada. Apesar do Quinzinho ter sido criado para ser namorado da Magali, nos primeiros gibis, ele não era ainda o oficial, em toda a história aparecia com namorados ou pretendentes diferentes a cada história, uma vez ou outra que aparecia o Quinzinho. Só a partir de 1991 que ficou o Quinzinho como namorado fixo. No caso, o Luciano só pareceu nessa história e se deu muito mal.
Em "Doente por sorvete", de 5 páginas, Magali está doente e deseja um sorvete, mas a mãe não deixa e só pode comer sopa e também não deixa Magali sair da cama. Cebolinha aparece na janela, vê que ela está doente e pergunta se pode tomar sorvete sozinho. Magali diz que pode e não vai pedir nenhum pedacinho. Cebolinha, então, resolve chupar sorvete de creme com morango, o preferido da Magali, na janela bem na frente da Magali só para ela passar vontade. Magali fica verde de vontade, ela pede um teco, mas ele acaba com sorvete, deixando a Magali só na vontade.
Trecho da HQ "Doente por sorvete"
Cebolinha compra outro sorvete, agora o de chocolate, e chupa na janela da Magali. Ela fecha a janela, mas Cebolinha vai falando do lado de fora que é mais gostoso que o outro e Magali põe travesseiro para tentar não ouvi-lo. Cebolinha toma vários sorvetes lá e Magali fica verde. Ao toma r a sopa da mãe, ela fica melhor e como não está mais com febre, sai para a rua. Ela compra muitos sorvetes, mas não encontra o Cebolinha. Cascão diz que ele está com gripe porque tomou muito sorvete de manhã e, assim, Magali vai na janela da casa dele para fazer o mesmo como vingança.
Percebemos que o Cebolinha era bem perverso nos seus planos, aproveitou a Magali doente para ela passar vontade com ele chupando sorvete na frente dela. Mas, como castigo, acabou ficando gripado e Magali se vingou. Hoje em dia não tem histórias assim com personagens querendo se aproveitar das doenças dos outros.
Termina com a história "Lar doce lar", de 9 páginas, em que extraterrestres em formato de doce invadem a Terra e transformam tudo em comida para que se adaptado a eles e os humanos acharem insuportável e irem embora. Começam transformando pedra em sorvete, árvore em algodão doce, rio em suco de laranja. Um militar tenta impedir, mas eles transformam o cassetete dele em pirulito.
Trecho da HQ "Lar doce lar"
O noticiário da TV avisa sobre a invasão dos alienígenas, contando que o Pão de Açúcar foi transformado em gelatina, a Amazônia, uma floresta de pirulitos e o Oceano Atlântico virou um mar de suco de tomate. Os ETs comemoram e vão à nave deles para avisar o povo deles sobre a invasão. Chegando lá, veem que a nave deles sumiu e se desesperam. Logo eles veem a Magali comendo o algodão de doce e pirulitão de árvores que eles transformaram e eles acham um perigo e vão tomar satisfação com ela.
Magali acha que eles são bonequinhos de chocolate branco falantes e corre atrás deles para comê-los. Eles se escondem em cima de um algodão doce de árvore e explicam que eles são do planeta Doce, onde tudo é feito de guloseimas doces, mas por causa da alta população, resolvem invadir a Terra e precisam transformar as coisas em doces para o povo deles se adaptarem ao planeta, e a Magali comendo tudo está acabando com o plano deles. Magali gostaria que eles ficassem lá, a Terra ficou mais bonita sem poluição, arranha-céus, fábricas, só tem doces e mais doces e ia adorar os outros bonequinhos brancos estivessem lá para devorar todos.
Os alienígenas fazem tudo voltar ao normal na Terra para derrotar a Magali e depois aparece o chefe deles reclamando que a missão não foi cumprida. Eles avisam que a Terra não é lugar seguro para o povo deles, os habitantes são nativos canibais e eles vão embora na nave à procura de outro planeta. No final, o noticiário da TV mostra que a os extraterrestres foram embora e a Terra está salva da invasão e Magali fica com raiva , falando que quando a história começa a ficar boa, acaba.
Deu para ver que sem querer a Magali salvou a Terra de mais uma invasão alienígena. A intenção dela era comer os doces criados, além dos próprios ETs e como eles não queriam ser devorados acabaram desistindo da missão deles na Terra. Boa sacada de ETs feitos de doces,tudo a ver com a Magali e segue estilo de histórias de duplas de alienígenas invadindo a Terra, muito comum na época. Mereceria até ser história de abertura por ser a mais longa do gibi.
Na tirinha final, Magali está em um dentista, que manda a Magali abrir a boca ela diz que depende do que ele vai vai dar para comer. Abaixo, a tirinha completa.
Tirinha da edição
Então, esse gibi é muito bom, mostra a característica real da Magali de só pensar em comida, em todas as histórias envolveram comida, pena que não teve Dudu e Mingau, as novidades da época, mesmo assim não tirou a magia do gibi. Traços excelentes em todas as histórias, dava gosto de ver desenhos assim. Marcado por desbancar o gibi da 'Mônica Nº 29', embora foi muito bom também, mais gente teve essa 'Magali Nº 4' do que da Mônica, na minha parte foi comprado os 2 gibis e nem sei qual foi o melhor deles. Enfim, um gibi que vale a pena ter na coleção e muito bom relembrar há exatos 30 anos.
Créditos ;) Marcos Alves: http://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2019/05/magali-n-4-editora-globo.html
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