Em agosto de 1989, há exatos 30 anos, era lançada a história "A caveira dentuça", em que Mônica, Cebolinha e Cascão foram até uma ilha atrás de vestígios de um tio-avô da Mônica que foi pirata para saber se ele foi dentuço ou não quando era vivo. Com 13 páginas, foi publicada em 'Cebolinha Nº 32' (Ed. Globo, 1989).
Nela, Mônica e Cebolinha estão no quarto dela procurando uma raquete de pingue-pongue, quando Cebolinha encontra uma foto velha perdida de um homem fantasiado nas coisas dela. Mônica diz que era seu tio-avô Ricardo, foi um grande pirata, conhecido como Cacareco Barba Braba, o terrível. Mas ninguém sabe do seu paradeiro, dizem que morreu em uma ilha deserta no início do século XX depois de viver uma vida inteira de aventuras.
Nela, Mônica e Cebolinha estão no quarto dela procurando uma raquete de pingue-pongue, quando Cebolinha encontra uma foto velha perdida de um homem fantasiado nas coisas dela. Mônica diz que era seu tio-avô Ricardo, foi um grande pirata, conhecido como Cacareco Barba Braba, o terrível. Mas ninguém sabe do seu paradeiro, dizem que morreu em uma ilha deserta no início do século XX depois de viver uma vida inteira de aventuras.
Cebolinha diz que ele foi muito corajoso, Mônica confirma, lembrando que o avô dela dizia que seu tio se parecia muito com ela. Cebolinha comenta que ele devia ser dentuço e tomou cuidado para esconder os dentões na foto e se a teoria dele estiver certa, a Mônica vai ser dentuça a vida inteira, é mal de família.
Mônica fica com raiva e Cebolinha propõe uma aposta que se o tio-avô dela for dentuço, ela para de bater nele e nos outros meninos e concordar com eles a chamarem de dentuça. Mônica diz que ele nunca vai provar isso e está com inveja porque teve um pirata na família. Ela acaba aceitando a aposta, mas não quer mais jogar pingue-pongue com ele, que debocha que se for com a raquete que ela não achou, não tem problema, é só rebater a bolinha com os dentões, deixando a Mônica fula, tacando um porta-retrato na porta, mas ele já havia ido embora e não acerta nele.
Cebolinha comemora que ela ficou louca da vida e no caminho encontra o Cascão. Antes de chamar o nome completo, Cascão interrompe falando não, já sabendo que se tratava de outro plano infalível, afirma que não vai participar e tem a força de vontade. Cebolinha diz que quem sabe Cascão era o pé-frio e ele não entrando vai dar certo. Cascão cai na lábia, diz que pé-frio é a vovozinha e acaba aceitando participar do plano. Cebolinha conta o plano, enquanto Cascão se acha um burro por ter aceitado participar.
No dia seguinte, Cebolinha pergunta se a Mônica estava pensando no tio-avô dentuço. Mônica responde que ele não era dentuço e Cebolinha duvida que ele era pirata. Mônica fala que ele era sim e vai provar. Nisso, surge uma ventania forte e acaba caindo um papel no rosto da Mônica. Quando ela vê, era uma mapa do tesouro escrito pelo seu tio-avô. Cebolinha reconhece que era um verdadeiro mapa do tesouro, mas para provar mesmo que era dentuço teria que seguir o mapa e buscar o tesouro.
Mônica não consegue ler o mapa por conta da ventania e Cebolinha grita que já é na hora do vento parar, dando a deixa que o vento foi causado por um ventilador ligado pelo Cascão, que estava escondido em uma moita perto. Já sem vento, Cebolinha diz que eles têm que dar 20 passos até o campinho e Mônica estranha se existia campinho naquela época. Depois Mônica lê 30 passos até o "Ricardão" e Cebolinha diz que era "riachão". Mônica comenta que só ele mesmo para entender uma letra feia daquela.
Depois teriam atravessar o riachão até a Ilha da Pulga. Mônica diz que lá era só um pedacinho de terra e com tanta ilha legal no mar, o tio Cacareco poderia ter escolhido uma ilha melhor. Cebolinha diz que quem sabe ele adivinhou que a sua sobrinha ia morar perto e quis facilitar as coisas. Mônica pergunta como vão achar um barco e Cebolinha lê no mapa que tinha um estacionado na moita e Mônica comenta que ele pensava em tudo, mas acha pequeno e Cebolinha diz que de tanto ficar na água, encolheu.
Cascão comenta que sua participação no plano acabou, pois nada faria entrar naquele barco, mas quando vê um menino espirrando água com uma arma, Cascão pula até o barco desesperado e vai com eles até a Ilha da Pulga, mas Cebolinha avisa para ele não estragar o plano. Chegando lá, eles tinham que dar 5 passos em direção ao grande coqueiro e Cascão é obrigado a cavar a terra, já que ele foi até lá e que o Cebolinha já teve trabalho para enterrar. Mônica estranha ser caixa de sabão e Cebolinha diz que o tio era moderninho.
Eles encontram brinquedos velhos e um diário como o tesouro que diz que foi escrito pelo tio-avô dela. Cebolinha lê que ele enterrou os brinquedos lá e termina a carreira de pirata dele porque ninguém o levou a sério um pirata dentuço e viver na ilha até o fim da vida. Mônica toma o diário da mão do Cebolinha e começa a ler andando pela ilha, quando tropeça em algo. Era a caveira da cabeça do seu tio-avô e tem a surpresa que era dentuço. Cebolinha diz que isso prova que ele era dentuço. Mônica ainda pergunta para caveira se era seu tio mesmo. Cebolinha diz que é a pura verdade e que ganhou a aposta e Mônica acaba chorando no coqueiro e os meninos aproveitam para chamá-la de dentuça abridor de garrafa e a obrigam concordar.
Mônica lamenta o tio Cacareco ter feito isso com ela e se conforma em abrir o tesouro. Ela vê que só tinha brinquedos velhos, só cacarecos, e vai tirando pião, caminhãozinho e coleção de tampinha do Cascão. Ele fica brabo e grita com Cebolinha que pião e patins tudo bem, mas a coleção de tampinhas premiadas ele não deixava e é a última vez que entra em planos dele. Mônica ouve tudo, bate neles e faz eles remarem até de volta para casa, reclamando que já devia ter percebido a caveira de gesso e sabia que o tio Cacareco não ia desapontar.
No final, um menino da ilha ao lado avista a turma indo embora e avisa ao avô que eles tinham ido embora. O avô fala que ainda bem, pois eles podiam descobrir o tesouro que havia enterrado que era para o neto quando tiver mais idade e aí é revelado que era o tio Cacareco da Mônica que ainda era vivo e o neto falando que um deles tinha a marca da família deles, os dentões, confirmando assim que o tio-avô da Mônica era dentuço mesmo, só que estava banguela por conta da idade.
Essa história é sensacional mostrando o mistério se o tio-avô pirata da Mônica era dentuço ou não em mais um plano infalível do Cebolinha. Ele tinha boa imaginação para elaborar seus planos, o que rendiam ótimas histórias. Dessa vez o plano surgiu do nada ao ver uma foto do tio-avô da Mônica e como sempre ele e o Cascão apanhando e se dando mal no final.
Muito legal as tiradas de seguir o mapa do tesouro criado pelo próprio Cebolinha, com todos os seus garranchos de letras e até um diário ele criou dizendo que foi escrito pelo tio-avô da Mônica. Fazia ela de boba tranquilamente. Engraçado também quando Cascão recusava de participar dos planos, mas acabava aceitando depois de algum ponto fraco que o Cebolinha dizia. Só não gostei muito do Cascão indo de barco no riacho até a ilha, mas ele não se molhou e foi importante a presença dele para poder estragar o plano infalível no final. Outro personagem não ia sair tão engraçado como foi com o Cascão. Na parte que a Mônica troca "riachão" por "Ricardão" por causa dos garranchos da letra do Cebolinha, provavelmente foi uma homenagem ao Chaves, quando ele lia tudo errado nas cartas que tinha ler no seriado.
Histórias de pirata sempre eram bem envolventes. Era bom quando retratavam a família dos personagens, dessa vez foi um ancestral da Mônica, descobrimos um tio-avô dela do século XIX e que ainda era pirata. Os parentes dela, fora os principais, sempre foram marcantes e seguiam um estilo diferenciado do padrão. O grande absurdo ficou no final com o tio ainda estar vivo, se tornando uma grande surpresa para os leitores. Como ele havia sumido no inicio do século XX e já estavam no final do século, ele já teria uns 150 anos. Outro absurdo nela foi como o Cascão conseguiu arrumar tomada para o ventilador no meio da rua atrás da moita. Isso que se tornava legal nos gibis.
Os traços lindos, cheio de ângulos diferentes, até com eles de costas. Colocaram a Mônica com dentões na frente quando mostrou todos os dentes quando estava com raiva, provavelmente para ter noção que era dentuça mesmo, mas normalmente personagens dentuços como Mônica, Titi, Chico Bento, não apareciam com dentões à mostra quando apareciam todos os dentes e agora na Editora Panini eles obrigatoriamente deixam personagens com dentões a mostra em situações assim. Prefiro sem dentões nesses casos.
Tudo indica que essa história foi escrita e desenhada por Rosana Munhoz. Até poderia ser criada hoje, só que iam dosar mais os absurdos, exagero de xingamentos com a Mônica, mudar o menino com arma na mão querendo espirrar água no Cascão, tirar a parte do Cascão se achando um burro por estar participando do plano, para não tachar um personagem como um burro e implicar que a suposta caveira da cabeça do Tio Cacareco era algo macabro e mudar isso. Ou seja, ia tirar o encanto.
A capa do gibi teve alusão à história, mas eles não ficam vestidos de pirata durante a história. Pelo visto para ter uma ideia que se tratava de uma história de piratas. Na Globo, quando tinha capas com alusão á história, nem sempre era tão fiel ao que acontecia na história. E de curiosidade, esse gibi foi a verdadeira edição "Nº 200" do Cebolinha se não tivesse reiniciado a numeração quando mudaram da Editora Abril para a Globo. Acho que se eles ainda estivessem na Abril na época, esse gibi teria uma história comemorativa da marca de 200 edições e essa iria para outra edição. Enfim, muito bom relembrar essa história "A caveira dentuça", bem marcante, há exatos 30 anos.
Créditos ;) Marcos Alves: http://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2019/08/cebolinha-hq-caveira-dentuca.html
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