terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Arquivos Turma da Mônica N°794 - Os parentes da Magali


Na Turma da Mônica sempre procuraram mostrar a família dos personagens. Além de mãe e pai, também mostravam outros parentes dos personagens como avós, tios, primos, etc. Em especial a Magali teve uma família muito rica nos quadrinhos e então nessa postagem reúno os parentes dela durante a sua trajetória.

No caso da Magali, os pais eram sempre fixos e aí de acordo com roteiros criaram avós, tios e primos, sendo que tios e primos costumam aparecer somente em uma história. A mãe, Dona Lili, e o pai, Seu Carlito, têm presença constante nos gibis. Na Editora Abril em cada história apareciam com traços diferentes e o Seu Carlito só passou a ter uma presença melhor e com os traços definitivos de hoje a partir de 1986.

Seu Carlito e Dona Lili: os pais da Magali

As avós da Magali passaram a ser fixas  quando ela passou a ter gibi próprio. A primeira que apareceu foi a avó Gertrudes. Ela é avó por parte de mãe, mãe da Dona Lili, e segue o estilo de uma velhinha bem tradicional e que era desligada e esquecida com as coisas e quem mais sofria com seus esquecimentos era o Mingau.

Na sua história de estreia, "Mingau com a véia", de 'Magali Nº 73', de 1992, Dona Gertrudes é encarregada de cuidar do Mingau quando a Magali e seus pais vão viajar, aí Dona Gertrudes faz de tudo com o Mingau, desde puxar o gato pelo rabo, dar óleo de fígado, colocar fralda e até colocá-lo dentro da máquina de lavar.

Vó Gertrudes na HQ "Mingau com a véia" (1992)

Nessa história também apareceu no final o avô da Magali, Seu Genésio, pai da Dona Lili, em que ele aparece para visitar a família e Mingau foge arrebentando a parede para não aguentar dois velhos dentro de casa aprontando com ele. Vô Genésio só apareceu nessa história, diferente da Dona Gertrudes que apareceu outras vezes, embora não tão frequente.

Vó Gertrudes e Vô Genésio na HQ "Mingau com a véia" (1992) ('Magali Nº 73' de 1992)

A outra avó foi a Dona Cota, mãe do Seu Carlito. Ela é nordestina do Ceará, bem obesa e come muito, tanto quanto a neta Magali, mostrando, assim, que ela puxou a Dona Cota em relação a sua fome exagerada e que sua família tem origem nordestina por parte de pai. 

Dona Cota estreou em 'Magali Nº 100' ,de 1993, na história "A avó (comilona) da Magali". Ela veio do Ceará para visitar a neta em São Paulo. Só que ela come tanto quanto a Magali e acabou dando prejuízo aos pais da Magali com 2 comilonas morando na mesma casa. Também apareceu outras vezes nos gibis, se tornando fixa. Já o avô por parte de pai nunca apareceu, nem fazendo ponta.

Vó Cota na HQ "A avó (comilona) da Magali" (1993)

Tia Nena e Tio Pepo foram criados em 1989 no lançamento da revista da Magali para serem os tios fixos da Magali. Tina Nena é irmã da Dona Gertrudes, e, assim, tia da Dona Lili e tia-avó da Magali. Ela é uma grande cozinheira, como a Magali dizia "a maior quituteira do bairro". Com o passar do tempo, os roteiristas passaram a dar outra personalidade, revelando que Nena uma bruxa do bem. Já Tio Pepo é casado com a Nena e é marceneiro, pronto para fabricar brinquedos para a criançada do bairro.

Tia Nena e Tio Pepo

Dudu inicialmente era só um vizinho da Magali que não gostava de comer e depois do nada virou primo dela, e passou a ser membro da família da Magali a partir de 2005, com estreia na história "Os micos que a gente paga na praia" (MG # 391), do Emerson Abreu. Pelo visto Emerson melhor a Magali ter um primo fixo contracenando com ela e fez essa mudança na MSP. Sinceramente não gostei disso, não era essa intenção da roteirista Rosana Munhoz quando criou o personagem em 1989.

Dudu

Com isso, a mãe do Dudu, Dona Cecília, passou a ser tia da Magali, irmã do Seu Carlito, e o pai do Dudu, Seu Durval, tio da Magali por ser casado com a Dona Cecília. E os personagens ficaram mais próximos, com mais histórias com as famílias juntas, inclusive fazendo ceias de Natal juntos.

Dona Cecília e Seu Durval

E o Mingau não pode ficar de fora, o gato de estimação da Magali também é membro da família dela por morar na mesma casa. A gente  sempre considera  os nossos bichos de estimação como membro da família. Inclusive o Mingau até considera que ele é o dono da casa e o resto da família são inquilinos da casa.

Mingau

Fora esses fixos, tiveram também vários tios e primas da Magali que apareceram somente em uma história, a grande maioria. Nunca teve uma cronologia na MSP e aí criavam parentes só para atender a um roteiro específico para aquela história e deixavam de mão depois. Por conta disso, muitos não revelam se são parentes por parte de mãe ou de pai.

A primeira a aparecer foi uma prima, sem nome e sem personalidade, na história "O Caixote", de Cebolinha Nº 10' de 1973. Apenas participando como a prima que queria conhecer a força da Mônica para destruir só com um tapa um caixote onde estrava dento o Cebolinha, com medo da Mônica e Cascão cobrarem o dinheiro que estava devendo para eles.
Prima da Magali na HQ "O Caixote" (1973)

Depois apareceu a Tia Marli na história "Como manda o figurino", de 'Mônica Nº 56', de 1975. Foi apenas uma participação quando Mônica e Magali foram pedir emprestadas revistas de beleza para a Tia Marli.

Tia Marli na HQ "Como manda o figurino" (1975)

Prima Betinhac apareceu na história "Ela vem aí", de 'Mônica Nº 82', de 1977. Foi a primeira parente com uma personalidade maior e centro de atenção da história. Betinhac era obesa e comia de tudo que nem a Magali, só que mais ao extremo, chegando a comer até carrinho de maçãs. Mônica tem plano de esconder as comidas da Magali pelo bairro espalhando em árvores, arbustos e até no ninho de galinha, mas Betinhac acabou encontrando, achando que estava nascendo comida em lugares exóticos. Magali se dá conta que a Mônica tirou as comidas dela para o plano, ela se revolta e passa a querer dar uma paulada na Mônica, que se esconde em uma árvore. Quando os personagens ficam com grande raiva dos seus interesses, ficam mais fortes que a Mônica.

Prima Betinhac na HQ "Ela vem aí" (1977)

Teve a prima bebê da história "O jeitinho com crianças" de 'Mônica Nº 84', de 1977 , em que a Mônica queria cuidar da prima da Magali, mas ela não deixa por achar que a Mônica não tem jeito com crianças por causa da superforça. Mônica tenta provar que sabe lidar com crianças, com bonecas e bebês que vê na rua, mas acaba a força dela atrapalhando mesmo. No final, descobre que foi Cebolinha que ia pagar sorvete para Magali falar que a Mônica não jeito com crianças para ficar encucada. Magali entregou sem querer o plano dele.  Não foi revelado nome dessa prima bebê da Magali.

Prima bebê na HQ "O jeitinho com  crianças" (1977)

E a Magali ainda teve uma avó na história "Andando por aí", de Mônica Nº 119, de 1980, em que a Mônica vira sonâmbula quando é convidada para dormir na casa da Magali e a família dela ainda tem que enfrenta ruma assaltante que invadiu a casa deles. Foi apenas uma avó tradicional, sem nome, bem diferente da Dona Gertrudes e Dona Cota, participou assustada com a Mônica sonâmbula ter entrado no quarto dela. Interessante o pai da Magali desenhado bem diferente, bem parecido como o Seu Juca. Na Editora Abril, era raro o pai aparecer nos gibis e quando aparecia era desenhado diferente a cada história.

Avó da Magali na HQ "Andando por aí" (1980)

Tia Ana Fátima foi a primeira da Editora Globo. Ela é irmã de Dona Lili, come tanto quanto a sobrinha Magali e foi namorada do Rolo. Apareceu na história "Ana Fátima, garota bom de garfo", de 'Cebolinha Nº 7', de 1987, em que o Rolo namora a Ana Fátima, só que ela come tudo que vê pela frente. Eles vão a restaurante japonês, pizzaria e lanchonete e ela come tudo, deixando o Rolo sem dinheiro e de barriga cheia de tanto comer.

Eles se despedem, já que Ana Fátima tinha que ir jantar na casa da sua sobrinha. Quando Ana Fátima chega lá, a gente descobre que a sobrinha dela era a Magali, daí a quem puxar, e ainda reclama que o Rolo come pouquinho. Histórias com crossover sempre são legais, se o namoro do Rolo com Ana Fátima tivesse vingado, ele podia ser hoje o tio da Magali.

Tia Ana Fátima na HQ "Ana Fátima, garota bom de garfo" (1987)

Prima Sarali foi a primeira da Editora Globo, após o lançamento da revista da Magali. Ela é do interior,  idêntica à Magali, só que era mais velha, bem alta e magrela, além de não ser chegada à comida. Apareceu na história "A fina", de 'Magali Nº 5' de 1989, em que Mônica e Denise confundiram a prima com a Magali, achando que levou sério demais quando ela tinha que ser fina (educada em não devorar tudo que encontra pela frente) para continuar no clubinho das meninas.  Prima Sarali chegou a passar mal ao comer 5 cachorros-quentes e 3 frapês de morango que Mônica e Denise obrigaram comer. História que marcou a estreia da Denise nos gibis.

Prima Sarali na HQ "A fina" (1989)

Prima Vera apareceu na história "Ela não gostou de mim!", de Magali Nº 37, de 1990. Prima Vera não gosta de gatos e implicou com o Mingau, fazendo com que ele ficasse no lado de fora da casa durante o fim de semana que a prima passou na casa da Magali, deixando o gato passar por sufoco.

Prima Vera na HQ "Ela não gostou de mim!" (1990)
No final, também apareceu a mãe da Vera, no caso tia da Magali. Como apareceu a Dona Lili na despedida  delas, supões que são prima e tia por parte de mãe. Depois de uns anos, passaram a colocar o Dudu com medo de gatos no lugar e foi ele que passou a ter medo do Mingau.

Prima Vera e tia da Magali na HQ "Ela não gostou de mim!" (1990)

Tio Marcos e Tia Luísa apareceram em "Engoliu ou não engoliu", de 'Magali Nº 78,' de 1992. Nela, Tia Luísa estava grávida e o Tio Marcos fala para Magali que estava barriguda porque engoliu uma melancia e Magali chora, acreditando que era verdade e que não deixou nem um pedacinho para ela. Quando Tia Luísa fala que era um bebê, Magali pensa que ela engoliu um bebê e Tio Marcos despista que está grávida por ter colocado uma sementinha na barriga da tia e Magali fala que bebês não nascem que nem feijão, que são as cegonhas que trazem bebês.

Tio Marcos e Tia Luísa na HQ "Engoliu ou não engoliu" (1992)

Curioso que no final, aparece a Magali adulta, casada com Quinzinho e com um filho, que pergunta se a mãe estava grávida e Quinzinho responde que no caso da Magali ela havia engolido melancia inteira, literalmente. Pelo menos em 1 história, pode dizer que o Quinzinho e o filho foram da família da Magali no futuro.
Magali e Quinzinho adultos na HQ "Engoliu ou não engoliu" (1992)

Prima Bianca e Tia Cléo apareceram na história "De gato e sapato", de 'Magali nº 46' de 1991. Prima Bianca era uma bebê de quase 2 anos que gostava de brincar com o Mingau e fazia de tudo com ele como puxar orelha, bigode, rabo, aperar nariz, jogar dentro do aquário, entre outras coisas, e Tia Cléo, a mãe da Bianca e irmã da Dona Lili, queria impedir da filha brincar com o Mingau.

As 2 foram inspiradas em parentes reais da roteirista Rosana Munhoz, que resolveu criar a história em homenagem a elas. No caso, Bianca era a sobrinha e Cléo era a cunhada da Rosana na vida real.
Prima Bianca e Tia Cléo na HQ "De gato e sapato" (1991)

Elas voltaram a parecer depois na história "Priminha dedo-duro", de Magali Nº 141, de 1994. Na ocasião, Bianca já estava mais crescida, por volta de 5 anos, e dedurava tudo que a Magali fazia de errado para a Dona Lili, dedurando Magali não querer brincar com que Bianca queria, Magali querendo roubar biscoitos e mexer na maquiagem da mãe, deixando a Magali em maus lençóis e levando bronca da mãe. No final, aparece a Tia Cléo querendo buscar a Bianca e descobre que Magali amarrou a Bianca para  fazer questão que ela não dedurasse mais nada. A Cléo foi desenhada bem diferente de como apareceu em 1991.

Prima Bianca na HQ "Priminha dedo-duro" (1994)

Bianca ainda apareceu também na história "Farra na rua", de 'Cebolinha Nº 93', com os personagens enfeitando a rua para a Copa do Mundo. Com a morte da Rosana, ela não apareceu mais nos gibis e deixou de ser uma prima fixa. Se Rosana tivesse viva, ela poderia até ter se tornando personagem fixa nos gibis, tinha potencial.
Prima Bianca e Tia Cléo na HQ "Priminha dedo-duro" (1994)

Prima Silmara apareceu na história "Um ano depois... o ajuste de contas", de 'Gibizinho da Mônica Nº 64', de 1996. Ela era uma menina rica, mais nova que Magali e Mônica, e havia aprontado muito com a Mônica como não emprestar as bonecas importadas do Japão, fazer vergonha que a Mônica estava de mãos sujas de canetinha quando estava comendo e diz que sanduíche engorda e ela já estava uma "bola" para a Mônica não comer e deixar Silmara comer mais sozinha.

Um ano depois, Silmara visita Magali de novo e Mônica resolve dar o troco, e faz o mesmo, mas a menina estava mudada e começa a chorar, pois o pai estava desempregado e não podia comprar coisas caras para ela e Mônica se arrepende de ter maltratado a Silmara. Ela até lembra os traços da Bianca, mas era outra prima da Magali.
Prima Silmara na HQ "Um ano depois... o ajuste de contas" (1996)

Teve também o tio do sítio na história "Coisas de ruminantes", de 'Magali Nº 230', de 1998. Nela, Magali está no sítio com seu tio e nota que as vacas ficam mastigando o tempo todo antes de engolir de vez o que come, dando nojo da Magali. Porém, ela fica com isso na cabeça e acaba fazendo o mesmo com as comidas que ela come para ver se passa a comer menos. Não foi revelado o nome desse tio na história, a Magali chamou o tempo todo só de tio e por ele ser do sítio que Seu Carlito tem, deduz que seja tio por parte de pai.

Tio do sítio na HQ "Coisas de ruminantes" (1998)

A partir dos anos 2000 não tiveram muitos parentes dos personagens. Quase todos da Globo foram criados pela Rosana e após a sua morte passaram a criar poucas histórias com parentes dela e até de outros personagens. Teve o Dudu se tornando primo oficial a partir de 2005 e recentemente na Editora Panini teve história "Os tios doidinhos da Magali", de 'Magali Nº 48', de 2019, com tios distantes da Magali que moravam no litoral e depois de Magali e Cascão pensar que um casal da região eram tios malucos dela, descobre quem era os verdadeiros tios, que eram normais. Não foi revelado nomes deles e nem se eram tios por parte de pai ou de mãe.

Tios do litoral na HQ "Os tios doidinhos da Magali" (2019)

Como podem ver a família da Magali foi bem interessante, uma criatividade sem tamanho, sejam os parentes fixos ou os que apareceram só em uma história, formou uma verdadeira árvore genealógica. Para ficar completa, só faltou um avô dela por parte de pai, no caso um pai para o Seu Carlito. Fora isso, foi perfeita. E muito bom relembrar dessas histórias, uma melhor que a outra.

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