terça-feira, 19 de maio de 2020

Arquivos Turma da Mônica N°836 - Magali: HQ "Os pirulitos do Tio Teleco"

Em maio de 1990, há exatos 30 anos, era lançada a história "Os pirulitos do Tio Teleco" em que a Magali resolveu vender pirulitos para ajudar o velhinho a comprar um carrinho e continuar vendendo. Com 11 páginas, foi publicada em 'Magali Nº 23' (Ed. Globo, 1990).

Escrita por Rosana Munhoz, começa com a Magali pedindo dinheiro para mãe comprar doce. Dona Lili fala para maneirar porque já gastou toda a mesada e Magali comenta que o chocolate estava em liquidação e Dona Lili comenta que a o estômago dela também porque comeu tudo no mesmo dia.
Magali resolve comprar pirulitos do Tio Teleco, os melhores da região. A princípio não o vê no local de venda, mas ele estava atrás do muro descansando as pernas dele. Tio Teleco fala que a Magali que é a melhor e única freguesa dele no momento e que será o último dia que vai vender pirulitos, ninguém está comprando e vai desistir antes que perca seu último tostão. Ele tem uns parentes no interior e vai se mudar e ver o que pode fazer de serviço lá.
Magali fica arrasada de não poder mais ficar com os pirulitos dele todas as tardes e Tio Teleco fala que não está sendo fácil carregar o peso dos pirulito todos os dias, só se tivesse um carrinho, mas para comprar, teria que vender uns 200 pirulitos. Magali, então, resolve vender os pirulitos para ele comprar o carrinho e não se aposentar. Ela tem muitos amigos, com um pouco de propaganda e as criança provarem vão querer comprar mais. Tio Teleco aceita, ainda mais pela insistência da Magali de não querer que ele vá embora, e arruma os pirulitos para ela vender.
Magali arruma placas e anúncios em árvores e começa a vender, mandando todos provarem os pirulitos do Tio Teleco. Cebolinha estranha Magali vendendo e diz se fossem gostosos ela comeria, e, não venderia. O pessoal ouve e todo mundo cai fora concordando se Magali que come tudo e não gosta porque deve ser ruim. Ao ver que Cebolinha espantou a freguesia, Magali exige que ele compre um pirulito. Cebolinha escolhe um vermelho, ela diz que custa 1 cruzado novo e ele diz que dia 10 paga. Magali não aceita, fala que fiado só no ano dois mil e Cebolinha responde que perdeu um freguês e vai embora.

Logo em seguida, um menino pergunta se ela está vendendo pirulitos e ela diz que são rodas de bicicleta e o menino diz se fosse pirulitos, ele compraria. perdendo mais um freguês assim. Magali, com raiva, comenta que Cebolinha a tira do sério, quando surge o Cascão e pergunta quem fez os pirulitos. Magali fala que são do Tio Teleco e Cascão diz se fosse dela, ia tirar os palitos para usar como bolinhas de gude.

Magali comenta que é um fracasso de vendedora, pirulitos tão gostosos e não conseguiu vender um, não entende como alguém pode resistir aos pirulitos e ao olhar para eles, acaba comendo tudo e se desespera, qe estragou tudo e o Tio Teleco confiou tanto nela. Magali não se entrega e resolve preparar os pirulitos em casa. Depois vai vender de novo os que fez e ao tropeçar em uma pedra o pirulito que estava na mão acaba furando um muro d emadeira , de tão duro que estava.

Magali começa a chorar, dizendo que ninguém vai comer aquela droga e os meninos aparecem querendo saber o motivo do choro e ela conta tudo. Todas as crianças do bairro se solidarizam e resolvem comprar os pirulitos da Magali e, assim, ela consegue o dinheiro e vai entregar ao Tio Teleco, que compra o carrinho e consegue ir até às crianças e eles o adoram. Magali comemora que não ficou sem os pirulitos, comenta que Tio Teleco até a convidou para fazer os pirulitos com ele, mas achou melhor que não ,pois não quer que ele saiba que os meninos estavam usando os pirulitos dela como bolinhas de gude, bolinha de pingue-pongue, rodas de caminhãozinho, terminando assim.

História muito legal com a Magali tentando o ajudar o Tio Teleco a não se aposentar vendendo pirulitos na rua  só para não ficar sem os seus pirulitos preferidos. Foi uma boa ação de solidariedade dela, só que faltou persuasão para vender e para piorar comeu tudo sem ter vendido nada, bem a cara dela. Levando em consideração a vida real, claro que Tio Teleco não conseguiria comprar um carrinho com 200 pirulitos, mas serve pra transmitir a mensagem que eles queriam passar.

Muito bom ver as tiradas do Cebolinha afastando freguesia ao falar que se ela está vendendo porque os pirulitos eram ruins e querer pagar fiado, além de ver que os pirulitos que a Magali preparou eram tão duros que serviram para furar um muro e serem usados como bolinhas de gude, rodas de caminhãozinho, entre outros. Interessante  a Magali falar "fiado só no ano dois mil", isso foi porque na época eles estavam na expectativa de como seria o ano 2000 e o século XXI, consideravam algo futurístico a passagem de um novo século e novo milênio, várias mídias gostavam de citar algo de ano 2000. 

É incorreta para os padrões atuais. Apesar da mensagem de solidariedade, mostra Magali trabalhando como ambulante, comendo vários pirulitos, mexendo com fogão sozinha, gastando mais dinheiro da sua mesada precisando pedir pra mãe pra comprar pirulito, falar palavra "droga", nada disso tem nos gibis de hoje.

Curioso também que na época a moeda daquele mês de maio de 1990 já era o Cruzeiro, mas na história foi falado Cruzado Novo. É que a mudança para Cruzeiro aconteceu em março e o gibi já estava produzido com antecedência e não dava para eles mudarem isso. As capas, inclusive, vinham com etiquetas com o preço atualizado em Cruzeiros, e se conseguisse tirar a etiqueta sem rasgar a capa da revista, a gente via que o preço original ainda estava estampado como Cruzado Novo ou nem tinha preço estampado, como aconteceu na capa dessa edição. Porém, o valor numérico seria o mesmo, já que 1 Cruzado Novo correspondia a 1 Cruzeiro, só o nome da moeda que havia mudado na prática.

Os traços excelentes, era encantador ver os personagens desenhados desse jeito, tinha que ser Rosana com traços e roteiro assim. O recurso de aparecer 2 cabeças quando os personagens viravam rápido de um lado para o outro era muito legal também. Na 6ª página da história (página 8 do gibi) aparece Magali falando com boca fechada, um erro mais comum na Editora Abril, mas que as vezes acontecia na Globo também. Gostava também quando tinha cenário com fundo voltado para o roxo e lilás, na verdade onde seria o rosa a Editora Globo colocava o roxo pra diferenciar, aconteceu algumas vezes em determinados períodos de meses, mas logo paravam com isso já que viviam mudando as cores na Globo. Enfim, uma história clássica e excelente, um grande presente para os leitores e muito bom relembrar essa história há exatos 30 anos.

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