Nas bancas o 'Almanaque Bidu & Mingau Nº 13', um retorno do título que havia sido suspenso. Comprei essa edição e faço resenha de como foi.
O 'Almanaque Bidu & Mingau' foi lançado em janeiro de 2008 pela Editora Panini marcando uma nova coleção regular com almanaques de secundários. Eles fizeram almanaques de 2 núcleos de personagens semelhantes, alternando história entre eles, até para todos os núcleos de personagens terem o seu título próprio, antes já existiam almanaques da Tina, Penadinho e Astronauta desde 2004, ainda na Editora Globo. Todos com 76 páginas ao invés de 84 páginas dos almanaques tradicionais da Turma da Mônica.
Além de 'Almanaque Bidu & Mingau', criaram também os almanaques 'Piteco & Horácio' e 'Papa-Capim & Turma da Mata', cada um semestral nos meses ímpares. Assim, 'Bidu & Mingau' saíam nos meses de janeiro e julho, 'Piteco & Horácio' nos meses de março e setembro, e 'Papa-Capim & Turma da Mata', maio e novembro. O bom desses almanaques, além de ter um título só com secundários, algumas vezes tinham histórias da Editora Abril, e, com isso, dando destaque a histórias de todos os tempos. Sempre que tinha alguma da Abril eu comprava.
Infelizmente em 2014 todos esses almanaques de secundários foram cancelados, por poucas vendas, ficando só o 'Almanaque do Louco', que havia sido lançado há pouco tempo e que inclusive ficou no lugar do Almanaque do Astronauta em junho e dezembro, por causa de poucas vendas também. Até que, para surpresa de todos, 'Almanaque Bidu & Mingau' voltou agora em 2020, nos meses de junho e dezembro, no lugar do 'Almanaque do Louco'. Estavam repetindo demais histórias do Louco, não tinham mais histórias da Globo para republicarem e resolveram cancelar, ou pelo menos dar um tempo.
Comprei esse 'Almanaque Bidu & Mingau' porque não tinha nenhuma edição antes da pausa. Todos os outros almanaques de secundários eu tenho pelo menos uma edição, menos esse. Não havia comprado porque nunca teve histórias da Editora Abril. Davam foco em histórias dos anos 2000 e quando tinham algumas dos anos 1980 e 1990 da Globo eu já tinha as originais e queria evitar material repetido. Até Mingau só colocavam histórias do anos 2000, já da fase que só dava ele nos gibis da Magali, aparecia mais que a própria dona do gibi, ficando cansativo.
'Almanaque Bidu & Mingau' havia parado no "Nº 12" antes da pausa. Agora seguiu a numeração de onde parou. Ele tem 76 páginas, só que custando R$ 7,90, o mesmo preço dos almanaques de 84 páginas, se tornando assim, mais caro. Os Almanaques da Tina e Penadinho são mais baratos que os de 84 páginas, provavelmente devem subir também para esse preço nas próximas edições. A distribuição foi atrasada, é uma edição de junho e chegou aqui no dia 13 de julho. Muitas vezes os gibis chegam atrasados mesmo e agora com o Coronavirus tem demorado mais e tem banca que nem estão mais vendendo gibis.
A capa foi uma piadinha do Franjinha dando banho no Bidu e Mingau rindo de longe no alto do muro. Foram 13 histórias no total, incluindo a tirinha final. Foram 7 histórias da Turma do Bidu (ocupando 35 páginas do almanaque) e 5 do Mingau (ocupando 24 páginas do almanaque). Não teve revezamento entre eles, as vezes mostraram 2 ou 3 histórias seguidas da Turma do Bidu, as vezes 2 seguidas do Mingau, por exemplo.
Nas histórias do Bidu, a de abertura é "The Bídus" ('Mônica Nº 149', de 1999), em que tem uma homenagem à bada "The Beatles" com os personagens encarnando os integrantes da banda. Bidu é "Bidu Macarta" (Paul MCCartney), Duque é "Duque Estar" (Ringo Starr), Manfredo é "Manfredo Rarisson" (George Harrison) e Bugu é "Bugu Lenon" (John Lennon). Tem participação de um mico como "Mico Jeguer" (Mick Jagger) da Dona Morte no final levando para o além o "Bugu Lenon".
Bidu ficou apagado em suas histórias, uma ele nem apareceu e outras quase não aparece ou não tem o centro da atenção. Bugu e Dona Pedra tiveram mais atenções que ele. Acho Dona Pedra tão sem graça, ninguém merece. De destaque, a história "O substituto do Bidu" ('Cascão Nº 63', de 1989) em que o o Bidu sai de férias e Bugu tenta ser o astro principal da histórias, mas é impedido pela Dona Pedra, quem o Bidu deixou no lugar dele e os dois brigam. Bidu não aparece nessa, apenas citado.
Tem "Uma longa história" ('Cascão Nº 379', de 2001), muda de 2 páginas, que aparece o Piteco em maior parte fazendo pinturas na caverna e só no último quadrinho que aparece a Dona Pedra e o Bidu, mas o foco da piada é da Dona Pedra, tanto que o crédito da história é dela e não do Bidu e nem do Piteco, que aparece na história quase toda. Em "Por baixo" ('Parque da Mônica Nº 12', de 1993), Bugu faz o Bidu cair em um buraco para tomar conta da história e fazer as suas imitações. Teve participação do Cranicola e da Mônica. E Bidu quase não aparece por estar no buraco, o centro foi o Bugu.
Além disso, dessa vez não teve histórias só do Bidu e do Mingau. Teve uma do Floquinho ("O Floquinho tá paradão!" - 'Cebolinha Nº 239', de 2006), com Cebolinha achando estranho ele estar imóvel, que não apareceu nem Bidu nem Mingau, bem longa por sinal; "Cachorro solto só se mete em confusão" ('Mônica Nº 169', de 2000), muda creditada e piada final do Monicão, sendo que essa teve uma participação do Bidu, mas não era história dele; e "É para trazer de volta", muda com cachorros correndo graveto, com Bidu aparecendo só na primeira página e no último quadrinho, com piada final do Zé Esquecido.
Isso não gostei, não faltam histórias do Bidu e do Mingau, não precisava preencher com histórias de outros personagens, ficou uma espécie de um mini Almanaque Temático de bichinhos de estimação da turma, coisa que nem teve até hoje. Também foram muitas histórias mudas (4 no total em sequência), muitas delas longas e da fase do início dos anos 2000 que enchiam de história mudas nos gibis. Isso também não gostei.
Já histórias do Mingau, teve foco as da primeira metade dos anos 1990. Teve "Mingau enfrenta o terrível rolo de barbante" ('Magali Nº 122' , de 1994), com ele lutando para se desenroscar de um barbante que ele estava brincando. Teve "Cadê o rato?" ('Magali Nº 68', de 1992), com ele correndo atrás de um rato em beco com várias lata de lixo; ('Magali Nº 30', de 1990), quase toda muda com ele tentando pegar escondido o violão do gibi da Magali; e em "Sujinho" ('Magali Nº 140', de 1994), Mingau se suja todo para os outros darem banho e comida pra ele.
Termina com a história "Os filhotes do Mingau" ('Magali N º 32', de 1990), em que aparecem 3 filhotes de gatos na casa da família da Magali e ele pensam que o Mingau é o pai e todos cuidam dos filhotes, que ainda perturbam todos, principalmente o Mingau, como tomar o leite dele, dormirem na cestinha dele, etc. A melhor da edição.
A tirinha foi com Bidu e foi de época da Editora Abril, provavelmente do início dos anos 1980. Não sei se republicaram em gibi convencional dos anos 2000, já que as vezes tinham tirinhas do Bidu nos gibis, pelo menos essa eu não tenho.
Sobre as terríveis alterações em relação às revistas originais que têm em todos os almanaques da Panini, percebi em algumas histórias.
Três delas aconteceram na história "O substituto do Bidu". A primeira foi na primeira página quando o Bugu fala para Dona Pedra repetir de novo. Alteraram colocando só "Repete!" no lugar. De fato, fica redundante a expressão "Repete de novo", mas podiam ter mantido, deixava o texto informal e ainda serve como material para professores ensinarem isso nas salas de aulas. E a colorização da Dona Pedra durante toda a história teve um tom de marrom diferente de como foi na original de 1989.
Três delas aconteceram na história "O substituto do Bidu". A primeira foi na primeira página quando o Bugu fala para Dona Pedra repetir de novo. Alteraram colocando só "Repete!" no lugar. De fato, fica redundante a expressão "Repete de novo", mas podiam ter mantido, deixava o texto informal e ainda serve como material para professores ensinarem isso nas salas de aulas. E a colorização da Dona Pedra durante toda a história teve um tom de marrom diferente de como foi na original de 1989.
A outra alteração foi na expressão "Pelamor de Deus!", que mudaram agora para "Por favor". "Pelamor de Deus!" dava um tom de desespero para o Bugu sair de lá r com a mudança para "Por favor" dá um tom educado. Fora nada a ver mudar isso, como se não quisessem envolver Deus e religião. Incrível que até essa expressão é proibida agora. Ridículo.
Na parte que a Dona pedra fala "Diacho!" mudaram para "Bolas!" A palavra"Diacho" era muito usada nos gibis antigos, se equivale a "Droga!" "Que saco!", "Diabos!" e por estar proibida atualmente, eles sempre mudam para "Bolas!" ou similar. Também nada a ver mudarem isso. E nota-se que também mudaram o fundo de amarelo para azul, deixando diferente como foi na revista original.
Teve uma na história "Violão difícil" em que esqueceram de pintar o vaso que estava preso na pata do Mingau. Na verdade, foi mais um raro erro de colorização da Panini, eles esquecerem de pintar, só que ficou diferente já que era colorida na revista original. E as moitas da direita coloriram de roxo ao invés de verde como foi na original.
Agora alterações piores foram em textos na história "Os filhotes do Mingau". Na parte que o Mingau fala para a mãe da Magali que "filhos é a vovozinha", mudaram para "não são meus filhos". Tudo para amenizar uma ofensa dada a vovó da Dona Lili. Na verdade, é uma expressão comum isso do pessoal xingar "É a mãe!, "É a avó!", mas para o povo do politicamente correto fica como ofensa, xingamento, aí eles mudaram.
A outra foi que mudaram a parte da Magali reclamando que os gatos estavam comendo a janta dela. Na revista de 1990, Magali fala "Minha janta" e agora mudaram para "Meu jantar". Não entendi essa alteração, se for aspecto linguístico, a original era uma linguagem mais informal e agora deixaram mais formal, mudando isso.
Dessa vez não alteraram o desenho da televisão tubo na história. Agora estão com mania de sempre que aparecia TVs tubo nas antigas, mudarem desenho para um TV LED atual. Desnecessário e ainda bem que dessa vez não mudaram.
Foi um almanaque padrão dos dias atuais, podia ser melhor. Até que pegaram várias épocas, mas acho que podiam ter histórias dando destaque ao Bidu, ficou apagado demais para aparecer mais Bugu e Dona Pedra. As do Mingau foram melhores da fase clássica dele, podia ter tido mais histórias dele. Também acho que não devia ter histórias com bichos da turma, apenas Bidu e Mingau como são almanaques desse tipo e não ter tantas histórias mudas. Comprei porque eu não tinha esse título na coleção, vale para quem não tem esse título ou gosta dos personagens. Fica a dica. E quem sabe um dia os outros almanaques de secundários cancelados possam voltar também.
Créditos ;) Marcos Alves: https://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2020/07/almanaque-bidu-mingau-n-13-panini.html
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