segunda-feira, 21 de novembro de 2022

Arquivos Turma da Mônica N°1.100 - Papa-Capim: HQ "Viagem à África"

Mostro uma história em que o Papa-Capim entra em um avião pensando que era um pássaro e vai parar na África, causando muita confusão para ele. Com 8 páginas, foi publicada em 'Chico Bento Nº 50' (Ed. Globo, 1988).

Capa de 'Chico Bento Nº 50' (Ed. Globo, 1988)

Papa-Capim avista um avião no céu, pensa que é um pássaro estranho e como nunca viu antes, vai atrás para vê-lo de perto. O avião pousa atrás de uma árvore e Papa-Capim estranha que o pássaro não tem penas nem bico. Ele entra no avião e a porta se fecha em seguida.

O piloto pede permissão no rádio para decolar, é concedida e ele decola. Papa-Capim percebe movimento, fica de cabeça para baixo, e resolve sair. Ao abrir a porta, vê que não estava mais no chão e volta para o avião. Então, ele resolve implorar para Tupã para tirá-lo daquela fria, mas acaba dormindo. Horas depois, acorda ouvindo vozes, vai conferir, vê que o "pássaro" voltou ao chão e só quer voltar para floresta.

Sem saber que estava na África, Papa-Capim vê um leão, acha que é um animal estranho e pensa que é mansinho e ao passar a mão, o leão urge fazendo Papa-Capim correr para uma árvore. Lá, encontra uma girafa, nota que é calminha, mas estranha que é só pescoço e brinca de escorregador com o pescoço dela. Depois, ele ainda vê um elefante, achando que tem dois rabos e vê um hipopótamo.

Papa-Capim acha que tem coisa errada na selva, quando encontra índios africanos. Ele corre, achando que podem ser inimigos e reconhece que não estava na sua tribo, tudo estava diferente, como árvores e animais. Ele volta para o avião, coincidindo com o momento de decolar de volta para o Brasil. Ao descer o avião, fica feliz de ter voltado para a sua tribo. Só que no avião, tinha também um indiozinho africano que entrou escondido e no final ele estranha a floresta do Brasil, achando animais esquisitos.

História legal em que o Papa-Capim foi parar na África porque pensou que um avião era um pássaro e ter entrado nele. Lá, encontra uma floresta muito diferente com animais e habitantes que nunca tinha visto, se assustando. Por sorte, consegue voltar para a sua selva ao entrar de novo no avião, mas o indiozinho da África entrou escondido e vê tudo diferente lá comparada com a África.

Papa-Capim de tão ingênuo e primitivo que nem avião ele sabia o que era, muito menos conhecer os animais como leão, girafa, elefante e hipopótamo, tudo era novidade. Como a tribo era no Brasil e não tinham os animais na sua selva, era normal não conhecer. Ele estava perto de espécie de centro de transportes de mercadorias entre Brasil e África, por isso avião ter retornado para a selva que ele morava, se não fosse isso, corria risco de nunca mais ter voltado para a sua tribo.

Foi divertido vê-lo passando sufoco no avião, querendo sair quando já estava no ar e com os bichos e os habitantes de lá. Gostei também do mapa mostrando trajeto que o avião fez e observando o mapa, a tribo do Papa-Capim nessa história se localizou na Amazônia, mas nunca foi revelado de forma oficial o estado de onde fica a tribo dele.

O final ficou aberto de como o índio africano lidou com a selva do Brasil, se encontrou com o Papa-Capim e como fez para voltar para a África, se teve a mesma ideia dele de pegar avião de novo, se voltou mesmo para África, várias possibilidades de imaginação do leitor. Eu gostava de histórias com o Papa-Capim encontrando coisas dos caraíbas, se surpreendendo ou passando sufoco por causa disso. Dava um contraste com o que ele só conhecia na sua tribo e diferenciava de histórias mostrando a cultura indígena primitiva.

Incorreta atualmente por mostrar Papa-Capim muito inocente a ponto de nem saber o que é avião, já que hoje, precisamente a partir de 2020, passaram a colocar a tribo do Papa-Capim moderna, com ele com roupas e usando até chinelo e os demais índios com roupa e tribo com casas humildes em vez de tradicionais ocas. Para mim, conseguiram estragar com o núcleo dele, era bem melhor como índio primitivo e mostrar a cultura indígena tradicional. Ele também fazer oração a Tupã também proibido visto que, além de não ter cultura indígena, também envolve religião, proibida também nos gibis atuais assim como mostrar índios e negros com lábios grandes e carnosos.

Foi considerada uma história grande de personagem secundário para os padrões da época em gibi quinzenal do Chico Bento, mas a leitura é rápida mesmo assim, Normalmente eram no máximo 5 páginas para personagens secundários em gibis do Chico Bento e do Cascão. Os traços muito bonitos, caprichavam bem no desenho da selva do Papa-Capim. As cores muito boas também com direito ao tom mais roxo onde normalmente seria o rosa, adora quando era assim. 

Créditos ;) Marcos Alves: https://arquivosturmadamonica.blogspot.com/2022/11/papa-capim-hq-viagem-a-africa.html

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